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architexts ISSN 1809-6298


abstracts

português
Igor Guatelli propõe uma discussão a partir da Biblioteca Pública de Seattle sobre o processo de engendramento de situações em projeto: a possibilidade de manutenção do que é projetado e a perspectiva de sua traição e superação, para além de si mesmo

english
Through the Seattle Public Library, the article proposes a discussion about the process of creating situations with the design: the maintenance of the original design and the possible betrayal and resilience that can coexist in it

español
A partir del edificio de la Biblioteca Pública de Seattle, el artículo propone una discusión sobre la generación de situaciones en proyecto: la posibilidad del mantenimiento de lo que se proyecta y la perspectiva de traición y resistencia


how to quote

GUATELLI, Igor. Biblioteca Pública de Seattle. Entre pirâmide e vulcão. Arquitextos, São Paulo, ano 11, n. 126.00, Vitruvius, nov. 2010 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/11.126/3658>.

Nos primeiros meses de 2010, o mundo teve de conviver com um evento e uma situação, por muitos, inimaginável; as cinzas de um vulcão em erupção na Islândia alterando a rotina aérea e de vida de milhões de pessoas. Receosos das perdas financeiras diárias geradas por esse incômodo imprevisto, não tardou para surgirem alarmantes notícias ancoradas, claro, em números e estatísticas que mostravam a “exata” (?) medida do problema.

Como sempre se faz diante do imprevisto e do que chamamos de caos, logo tentamos dimensioná-lo, manipulá-lo e ordená-lo, mesmo que de forma fictícia, a fim de melhor digerirmos seu impacto. E como qualquer imprevisto que represente uma ameaça, principalmente à lógica do status quo financeiro mundial, este se transforma logo em caos, com toda carga semântica negativa que este termo carrega.

Como estratégia, a monumentalização negativa do caos como justificativa da necessidade de uma mobilização racional dos esforços para controlá-lo e discipliná-lo; afinal, a rotina não deve ser perturbada com imprevistos ou, melhor dizendo, com a imprevisibilidade do evento, daquilo que chega sem ser anunciado, o inesperado.

Ao contrário da imprevisibilidade dos vulcões – nunca sabemos exatamente o quão volátil e instável pode ser o material guardado, escondido – torna-se muito mais cômodo nos deleitarmos com a positividade formal das pirâmides, artefatos arquitetônicos que guardam ressonâncias formais, mas sem a ameaça da incontrolável natureza dos vulcões.

Monumentalizadas positivamente, principalmente por suas dimensões e técnicas construtivas, podemos imaginar as pirâmides como um símbolo arquitetônico com reverberações até os dias atuais. Eternamente silentes, monumentos erigidos em prol da memória e perpetuação do fantasma, tornaram-se, ao longo dos séculos, fetiche cultural e arquitetônico.

Forma icônica por excelência, autonomia absoluta, técnica monumentalizada, interior silente e pura exterioridade, a Pirâmide carrega pesado fardo, o tornar-se um símbolo de um pensamento, muito em voga, que crê que a razão de ser da Arquitetura ainda esteja na técnica, na materialidade, na exterioridade, na autonomia objetual, abrigando conteúdos invariavelmente e irremediavelmente “mortos”, estáveis e previsíveis; talvez vivo, mas sem que tenha deixado de sempre estar morto – porque previsível – túmulo de almas, aprisionadas num isolamento tanto melhor se sem conflitos, sem tensões. Afinal, tão mais seguro e correto se os interiores forem ordenados e programados para serem rotinas espectrais. Com exceções, a questão projetual atual não parece passar pelo conteúdo, concentra-se na pura visibilidade. Menos que pirâmides, por todos os lados projetam-se exteriores impactantes, produtores de interjeições, com interiores anódinos, incapazes de produzir introjeções, interrogações, objeções ou abjeções, incapazes de entrar em ebulição/erupção em função da ausência de conflitos, receita segura.

A cada novo instante, “pirâmides” – não necessariamente piramidais – são erigidas num mundo progressivamente colonizado por uma descendência espectral dos monumentos faraônicos. Formas monumentais e exuberantes (muitas vezes, diáfanas) surgem ou tornam-se expressivos monumentos funerários habitadas por corpos quase inertes em seus interiores, envoltos em rotinas insuperáveis quanto aos seus pressupostos de funcionamento. Ao contrário do vulcão islandês, difícil imaginar a possibilidade do imprevisto e do caos. Contudo, se há corpos inertes, há almas que podem se libertar de suas formas mortificadas, dos corpos que são seus túmulos. Ao se libertarem, há a possibilidade de vagarem, livres; surge a chance e o risco do imprevisível, do evento.

Templos da memória, como a Pirâmide, a Biblioteca também guarda a morte, pensamentos manifestos como escrituras, o que não deixa de ser uma variante da presença espectral. Como o espaço das pirâmides, seus interiores são silentes, um espaço onde tudo é organizado a fim de acomodar registros que não deixam de ser formas mortificadas. Altamente organizados e ordenados, são constituídos por corredores labirínticos por onde circulam corpos a procura de referências espectrais, hieróglifos a serem decodificados. Como todo ambiente funerário, seus interiores exalam ar solene, normalmente não permitindo perturbações. Digo normalmente, porque não parece ser o caso da biblioteca pública de Seattle, uma pirâmide muito ativa.

Projetada pelo arquiteto Rem Koolhaas, na região central de Seattle no início dos anos 2000, inaugurada em 2004, com 11 andares e 56 metros de altura, com espaço para comportar por volta de 1.400.000 livros e área construída de 34.000 m², a biblioteca isola-se em uma quadra inteira elevando-se na paisagem urbana como uma imensa “pirâmide” deformada, um insólito templo hermético, de interioridade oculta, guardião da memória.

Como os zigurates (1), um imenso volume fechado, pesado, composto por camadas superpostas – aqui, defasados e desalinhados – abriga um conteúdo invisível, um reino da morte e do silêncio, como é de se supor por se tratar de uma biblioteca; apesar de sabermos que tal interioridade não é “privilégio” de espaços da memória. Mas, como a pirâmide, seria mesmo, este caso, um templo da morte e do silêncio? Enigmática volumetria,esconde um mundo interior que não parece corresponder ao que supomos ser próprio de uma biblioteca.

Do exterior ao interior, parece haver uma passagem do mundo representativo para um mundo sensível, distante de ser apenas o mundo logocêntrico, do habitat do logos, como haveríamos de supor. Como os templos funerários do império egípcio, a biblioteca se impõe como uma fortaleza de arquitetura monumental, sólida guardiã do saber. Mas tal como alguns templos também – o templo de Amon, por exemplo – configura-se a partir de um imenso pátio interno, sempre a espera das procissões e eventuais celebrações, um mundo interior inquieto, não revelado pela hermética forma externa.

Uma massa envidraçada em aço, hermética, de forma curiosa (2), com uma base quadrada, corpo central e topo menor deslocados, fora do eixo, a biblioteca pública de Seattle se eleva na paisagem como um landmark intrigante, que tem sua capacidade acentuada de provocar estranhamento por não revelar seu conteúdo. Que conteúdo abrigaria esse estranho volume? Um lugar vibrante, em ebulição, ou uma câmara mortuária, silenciosa? Um ou outro, a colossal volumetria, fraturada, escalonada e velada, coloca-se como um enigma a ser explorado, sem a necessidade de um guia ou permissão.

Acessos pouco explícitos ao interior, ao adentrarmos, a primeira surpresa; um grande vazio interno, composto por um empilhamento de camadas, sugere um movimento ascendente. Ao contrário do convencional vazio conformado por labirintos de corredores do acervo e que conduziriam à sucessão de câmaras escuras, um vazio configurado como uma praça de entrada nos convida a um desvelamento gradual e fluido dos vazios em camadas superpostas.

A partir da praça de recepção do térreo, sucedem-se outras duas na vertical, intercaladas com camadas mais fechadas, que acomodam a parte do programa mais tradicional de uma biblioteca – as salas de pesquisa e acervo, ou seja, o espaço da memória, do recolhimento, do silêncio, dos labirintos/corredores de livros e câmaras de isolamento. Como contraponto, as três praças – de recepção, dos computadores, de leitura – se apresentam como o espaço do encontro, do compartilhamento, do contato.

As camadas alternam-se, então, entre espaços da multidão e espaços do isolamento e silêncio. De um lado, grandes áreas vazias aparentemente pouco necessárias e condizentes com o que seria próprio de uma biblioteca, mas capazes de promover o ajuntamento e aglomeração; do outro, os corredores e câmaras que atendem o necessário para um bom funcionamento da biblioteca. Nas praças, a chance da ocorrência de eventos e imprevistos por parte da multidão, e que podem balançar o bom funcionamento do sistema pela imprevisibilidade das ocorrências. Nas câmaras de pesquisa e corredores de livros, o necessário a uma biblioteca. Programa e espaços se dividem entre necessidades para o funcionamento e a chance de.

Evidente que as oposições não seriam tão simples assim. Se o Vulcão representa a possibilidade do evento, de ocorrências imprevistas que podem perturbar o bom funcionamento do sistema, ele também mobiliza o desejo pela morte, por sua morte e silêncio eternos. E se a Pirâmide representa o monumento erigido para ser eternizado e internalizado como lugar do silêncio e da morte, sempre existirá o desejo e curiosidade por explorá-lo e perturbá-lo. Ou seja, no caso do Vulcão, a possibilidade de perturbar vem de dentro, na Pirâmide, essa possibilidade vem de fora, com quem adentra. A biblioteca de Seattle parece jogar com essas duas possibilidades, a mobilização do desejo de quem entra, ao mesmo tempo, pela vibração e tranquilidade, pela tensão e pela distensão das situações agenciadas.

Como dito, intercalam-se, na vertical, camadas de vazios “vibrantes” – praças da multidão – e espaços da clausura – das câmaras escuras e dos corredores de “hieróglifos” silenciosos. Mas, importante registrar a maneira como essa intercalação é feita. Ao contrario das escaladas pelas camadas superpostas e escalonadas das pirâmides, uma seqüência de escadas rolantes na vertical garante uma passagem tênue e fluida entre essas camadas, o que favorece o entrelaçamento entre elas. Uma espiral de quatro andares – do sexto ao nono andares – abrigando o acervo da biblioteca, complementa o papel das escadas rolantes. A presença das escadas rolantes articulando diretamente as três praças, além da espiral dos livros, facilita e acentua a circulação na vertical, o que favorece as trocas entre os ambientes, dinamizando-os. Ou seja, em um lugar da permanência, impera um convite ao promenade, ao movimento fluido e contínuo.

Essa passagem fluida e maior entrelaçamento das situações criam um movimento constante de tensão e distensão nos usuários. No movimento vertical, usuários acentuam as trocas espaciais ao se depararem, em seqüência, com espaços vibrantes e silenciosos. A mobilização e manutenção do desejo pela alternância dessas situações parecem estratégicas. Com a combinação e alternância de espaços mais dilatados e vibrantes e espaços enclausurados e silenciosos, engendra-se uma situação espacial interna que só pode ser plenamente ativada se houver a solicitação de algo que vem de fora, os próprios usuários.

In-formais como lava, espaços de “erupção” possível, difíceis de se solidificarem, as praças internas, preparadas para grandes contingentes de pessoas, constituem-se lugares em ebulição ao serem povoadas. Há a perspectiva de uma perturbação interna pelo intenso movimento. Como a fluida lava, essa multidão em movimento, no interior da biblioteca, representa o risco e a chance de transformar um ambiente de exceção, fantasmático, do silêncio, da reflexão, do isolamento em lugares de cotidianidades. Como no interior das pirâmides, há o risco de desestabilização e profanação do santuário por pequenas multidões desejantes, por explorar e conhecer (3). A necessidade de querer saber, própria do público habitué de uma biblioteca, dá lugar à chance da interação e da perturbação de uma multidão em movimento.

Enlouquecendo o suporte biblioteca

Três grandes espaços “casuais” com suposições (sous-positions, sub-posições, sub-posicionamentos, sub-posto) de usos, mas nunca submissos aos pressupostos do que seja próprio de uma biblioteca, inserem-se e intercalam-se como praças de aglomeração no interior da biblioteca; a praça de recepção no térreo – que corresponde ao terceiro andar – a praça de computadores, com um programa de inclusão digital – no quinto andar e a praça de leitura no décimo-primeiro andar.

Partindo do térreo, por um “buraco” aberto no piso, como uma escadaria ou uma arquibancada urbanas, um auditório infiltra-se no andar inferior. Dois andares abaixo, uma pequena praça, onde funciona uma biblioteca infantil. Pelo meio dessas praças, insere-se o programa convencional de uma biblioteca. Não como suposição de usos, mas, ambientes com pressupostos (antes do suposto, pré-suposto, o imaginado e o constituído para a coisa antes da coisa manifestada) programáticos para uma biblioteca, encontramos espaços para administração, salas de reunião e pesquisa em um mezanino fechado, acima da praça do térreo, e os quatro andares de acervo entre as praças de computadores e leitura.

Configurados como praças internas, esses andares com suposições de usos, são dilatados e excessivos suficientes para permitirem a formação de aglomerações e eventuais interações. Programados para uma liberdade de uso, aguardam público suficiente para serem plenamente ativados. Vemos que a formação de multidão no interior da biblioteca torna-se pressuposto importante para seu pleno funcionamento. Um agenciamento entre espaços e programa suplementar constrói suposições de usos, tornando-se pressuposto importante dessa biblioteca. O pressuposto para o objeto biblioteca, nesse caso, vem com o suposto para seu conteúdo, com as suposições possíveis quando se pensa na interação da multidão com o suporte projetado. O que passa a ser produzido como biblioteca? Um programa suplementar para biblioteca, ao mesmo tempo, como abertura e suporte ao porvir biblioteca, uma biblioteca-suporte como lugar de produção do comum a todos, o público como para o público.

O suporte arquitetônico, nesse caso, estaria definido por um agenciamento entre os planos-praças intercalados e articulados, suposições de usos para esses espaços “excessivos” (além do necessário para uma biblioteca) e os pressupostos programático-espaciais mais tradicionais de uma biblioteca. O suporte arquitetônico construído, o subjétil, o subjectile – o sub-jectile discutido por Derrida (4) a partir de desenhos de Antonin Artaud – ou o sub-objectile, o sub-objeto, portanto, parece ser mais que o objeto biblioteca. O objeto biblioteca que emerge na paisagem parece ficar aquém do suporte construído em seu interior.

O sub-objeto é maior que o objeto; o conteúdo é mais que o contenedor chamado de biblioteca. O suporte construído como biblioteca ameaça trair o ser da coisa biblioteca como a conhecemos. Em certo sentido, Koolhaas parece expropriar a propriedade do tema biblioteca, o que parece ser próprio dele, forçando o suporte para além, enlouquecendo-o. Novamente seguindo as discussões de Derrida sobre o subjectile (5), a força do suporte apresentado parece superar a representação que o tema biblioteca suporta ou carrega. Mas o que é o projeto senão isso mesmo, um pro-jétée, um lançamento, um lançar-se adiante, uma força de expulsão para adiante, ou para o alto. O subjétil deve ser sempre atacado, perturbado pelo projétil, não pode permanecer substrato submisso de uma representação, diz Derrida (6). O jeter não pode transformar-se em jacere, o lançar para além não pode se transformar em tumba.

Porém, já mencionado, para esse suporte ser ativado e alcançar sua potência máxima, ele precisa ser solicitado; e a formação de multidão em seu interior torna-se fundamental. Em “Multidão” (7), Hardt e Negri dizem que a passagem e fortalecimento de uma res-publica para uma res-communis dão a chance de diferentes grupos sociais, com suas singularidades e interesses distintos, se constituírem como uma rede por meio da comunicação. Essa comunicação entre diferentes grupos seria uma possibilidade de perturbação da chamada “ordem mundial”, uma possibilidade de desarranjo, tal como o vulcão islandês.

O que se observa na biblioteca pública de Seattle é justamente um fortalecimento da res-publica ao haver a possibilidade da formação de uma res-communis em seu interior, por meio das praças de encontro e aglomeração de pessoas e públicos com diferentes interesses, partilhando e produzindo a coisa em comum, uma outra coisa. A condição polifônica e as suposições quanto aos desdobramentos de uma res-communis, o lugar comum a todos e a qualquer um, parece superar os pressupostos colocados para o senso-comum do que seja uma biblioteca pública. Ao possibilitar e promover multidão na coisa biblioteca, Koolhaas abre a possibilidade de um outro ser para a coisa chamada biblioteca e parece conseguir balançar os pressupostos colocados para o ser biblioteca.

Como o vulcão e, aparentemente, ao contrário da pirâmide, a imprevisibilidade do alcance do conteúdo agenciado da biblioteca de Seattle parece sobrepujar seu imagético e incomum invólucro. As suposições quanto ao alcance da efervescência do seu conteúdo são imprevisíveis, o que torna a coisa inquietante. Os pressupostos do tema biblioteca, na maioria dos casos, estão sempre definidos, consolidados, pré-estabelecidos, por isso pouco fazem tremer a instituição. Diria ao contrário da pirâmide, pois este seria um monumento construído para os bens e memória de um; longe, portanto, do comum, que parece canalizar toda sua força para seu imagético invólucro. O previsível e estável (morto) conteúdo, a interioridade, apesar de não revelado –o que alimenta a curiosidade – não parece ter força para superar a monumental exterioridade.

Por sua monumentalidade e duplicidade programática – abrigando o tradicional e o inusitado – a biblioteca de Seattle parece transitar entre a sacralização do secular e a imprevisibilidade do lançar-se além. Mas, tal como a exterioridade do vulcão, que se constrói a partir da expulsão do seu poderoso conteúdo, a partir de sua interioridade, do que vem de dentro, a biblioteca de Seattle poderia ser menos pirâmide; afinal, a força pulsiva, de impulsão e expulsão para além, deve prevalecer, vir antes da estabilização da forma, para desaprovação dos faraós.

notas

1
Os zigurates eram templos piramidais construídos de forma escalonada. O mais famoso deles, o zigurate de Ur, construído por volta de 3000ac, na cidade de mesmo nome, na margem ocidental do rio Eufrates. Tal como a biblioteca de Seattle, tinham suas paredes ligeiramente inclinadas para dentro, e eram enrijecidas com fortes montantes verticais regularmente espaçados. Ver: www.lmc.ep.usp.br/people/hlinde/Estruturas/ur.htm.

2
Algumas pirâmides também tinham ou têm formas que fogem das formas clássicas que estamos acostumados a ver. Um dos casos emblemáticos, a Pirâmide Romboidal, construída pelo faraó Seneferu, na região da necrópole de Dahchur, foi construída com duas angulações. Há algumas hipóteses para a forma incomum. Uma delas diz que o faraó tinha a proposta de construir uma pirâmide com a audaciosa inclinação de 60o, completada sua primeira metade, começou a rachar. Seneferu, então, decide mudar a inclinação para 54o na segunda metade a fim de diminuir a altura da pirâmide e aliviar as sobrecargas; o que resulta em uma forma inesperada, conhecida como romboide. Ver: http://pt.wikipedia.org/wiki/Dahchur

3
No interior das pirâmides de Gizé, por exemplo, pequenos ventiladores instalados, já há algum tempo, garantem a diminuição da umidade e salinidade do ar provocada pelo suor dos visitantes.

4
DERRIDA, Jacques; BERGSTEIN, Lena. Enlouquecer o subjétil. Tradução Geraldo Gerson de Souza. São Paulo, Atelier Editorial/Unesp/Imprensa Oficial, 1998.

5
Idem, p. 42-43.

6
Idem, p. 45.

7
HARDT, Michael; NEGRI, Antonio. Multidão. Rio de Janeiro, Record, 2005. Importante diferenciar o conceito de multidão definido por Hardt e Negri e defendido aqui, dos conceitos de massa, turba e afins. Acompanhando a discussão dos dois autores sobre o conceito, estamos falando de multidão como a possibilidade de comunicação entre diferentes públicos e a produção do comum a todos como decorrência. Em hipótese alguma, defende-se uma massificação do suporte-biblioteca pela turba.

Bibliografia complementar

CUNHA, José Celso da. A história das construções. Volumes 1 e 2. Belo Horizonte, Autêntica, 2009.

Amoma Rem Koolhaas (II). El Croquis, Madrid, n. 134/135, 2007.

sobre o autor

Arquiteto, graduado e mestre pela FAU-USP, doutor pela FFLCH-USP, professor do Departamento de Projeto da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Mackenzie e Universidade Paulista

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