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architexts ISSN 1809-6298


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Reflexões sobre a Bienal de Shenzhen, a principal bienal da Ásia, que teve como enfoque os Urban Villages, bairros informais da cidade que abrigam quase metade da população da cidade.


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TEIXEIRA, Carlos M. Cidades na cidade. A Bienal de Arquitetura de Shenzhen 2017-2018. Arquitextos, São Paulo, ano 18, n. 216.01, Vitruvius, maio 2018 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/18.216/6932>.

Uma Bienal como “uma revolta contra a cultura predominante baseada no ‘centralismo’” e como “um espaço de resistência contra o planejamento autoritário” (1): assim os curadores da Bienal de Shenzhen apresentam a última edição do evento, que começou em dezembro e segue até março deste ano. Com um nome longo e algo desajeitado - Shenzhen/Hong Kong Bi-City Biennale of Urbanism/Architecture -, a mostra foi apelidada de UABB. Importante exposição internacional que reúne artes visuais, arte urbana, arquitetura, experimentos urbanos, workshops, seminários e escolas temporárias, ela se diz a única bienal de urbanismo do mundo e é a principal bienal da Ásia.

De fato, o assunto desta edição é essencialmente urbanismo e, mais especificamente, a importância dos bairros informais de Shenzhen, a cidade chinesa famosa por ter explodido metrópole em uma geração. Reza a lenda que Shenzhen era uma vila de 30.000 habitantes em 1979; hoje, sua população é de doze, quinze ou vinte milhões, dependendo da estatística. Shenzhen é o berço da revolução eletrônica da China: situada no estratégico Delta do Rio das Pérolas, a cidade foi escolhida como a primeira Special Economic Zone (SEZ) pelo então presidente do Partido Comunista Chinês, Deng Xiao Ping. Anos depois, nenhum país do mundo estaria imune aos frutos desse experimento: aqui nasceu a política de capitalismo de estado chinês, aqui foi instalado um parque industrial que se transformaria na fábrica do mundo, daqui saiu um modelo de desenvolvimento que depois se espalharia por outras SEZ e aqui, muito provavelmente, foi fabricado algum componente dos eletrônicos que você usa.  

“Sem origem, sem história, sem cultura” (2). Shenzhen é hoje uma típica cidade do sul e da costa leste, as regiões mais prósperas do país. Combinação improvável de dois modelos de planejamento – o modernismo de estilo soviético e o utilitarismo de mercado –, é a cidade homogênea do milagre chinês, não muito distinguível de suas compatriotas e usualmente  desprezada como um fenômeno capitalista sem nenhuma identidade. Shenzhen, sede da gigante Huawei, tem áreas verdes generosas, metrô extenso e eficiente, arranha-céus  emblemáticos, ruas com comércio e serviços, paisagismo bem cuidado, ônibus elétricos etc. Tudo funciona bem. Para os poucos turistas estrangeiros que se aventuram pela cidade, há parques temáticos enormes, os dois mais famosos sendo o Window of the World, com 130 miniaturas de atrações turísticas nos cinco continentes, e o Splendid China, com miniaturas nacionais. Também há prédios assinados por arquitetos renomados, como a Bolsa de Valores de Shenzhen (OMA), o Centro de Arte Contemporânea (Coop Himelblau), o OCT Loft (Urbanus), e o recém inaugurado Victoria & Albert Museum (Fumihiko Maki).       

Urban Village

Mas o que importa é que a UABB deste ano não é uma celebração desta arquitetura. É uma discussão sobre uma questão pouco conhecida fora da China: os bairros escondidos onde vive a maior parte dos imigrantes das grandes cidades chinesas, conhecidos pelo oxímoro de Urban Village, ou chengzhongcun.

Urban Village de Nantou em Shenzhen, China
Foto Carlos M. Teixeira

Num país em princípio socialista, não há política de habitação social que contemple o enorme fluxo de trabalhadores e camponeses que se mudam para as grandes cidades diariamente. A solução coube ao setor privado: são estas vilas, ou bairros híper-densos que abrigam a maior parte da população flutuante da cidade. Pouca gente sabe que o milagre econômico do Delta do Rio das Pérolas se deu não somente pela abertura às oportunidades de Hong Kong, mas também porque há um mecanismo perverso, porém autorregulador que amortece as falhas das políticas centrais e combate o planejamento de cima pra baixo com reações de base. 

Urban Village de Nantou em Shenzhen, China
Foto Carlos M. Teixeira

Nos dizeres dos três curadores, Liu Xiaodu, Hou Hanru e Meng Yan, “A Urban Village é um modelo alternativo de cidade contemporânea” (3). São uma espécie de cidade-chegada que acomoda o fluxo exponencialmente crescente de novos Shenzheners. Responsáveis por um sexto da mancha urbana, condensam quase metade dos habitantes. Em outras palavras, elas acomodam 45% da população em área que corresponde a apenas 16,7% da cidade. Como um território à parte, auto-governado e conformado por um processo orgânico longe das políticas top-down características do modelo estatal centralizador, são espaços verdadeiramente inclusivistas e diversos. “Sob pressão de forças externas, elas se formaram  espontaneamente e cresceram continuamente […]. A Urban Village é a última fronteira da campanha de requalificação urbana de Shenzhen, e também a linha de referência para um desenvolvimento urbano equilibrado” (4).

Urban Village de Nantou em Shenzhen, China
Foto Carlos M. Teixeira

Nantou é o nome da Urban Village onde acontece esta Bienal. No século 19, a Vila era sede administrativa da região que também incluía Hong Kong, Macau e Zhuhai. Hong Kong se separou depois da guerra do ópio em 1840, e desde então a importância política da Vila foi se enfraquecendo. A mais antiga das Urban Villages de Shenzhen, Nantou tem ruínas de 1700 anos que coexistem com o passado pré-revolucionário do século 20, a herança maoísta e o sistema econômico de uma SEZ.

Urban Village de Nantou em Shenzhen, China
Foto Carlos M. Teixeira

Há de tudo nas suas agitadas vielas: restaurantes, oficinas, cortiços, templos, escolas, fábricas e centenas de handshake buildings, ou prédios residenciais de dez andares assim apelidados por que, de tão próximos um do outro, dá pra cumprimentar o vizinho pela janela. O curioso é que esta espécie de tampão habitacional que recebe os imigrantes de braços abertos é também um dos poucos bairros cujos terrenos e edifícios pertencem exclusivamente ao setor privado. Como numa imagem invertida das favelas da América Latina, aqui a informalidade coincide com as poucas terras que escaparam das garras do Partido Comunista Chinês. Lá a informalidade dos Barrios e dos Pueblos Jóvenes geralmente ocorre em terrenos públicos; aqui, nas terras de propriedade dos aldeões.

Urban Village de Nantou em Shenzhen, China
Foto Carlos M. Teixeira

Fios elétricos, dutos hidráulicos, roupas dependuradas e bugigangas nas janelas são vistas por todo lado, apesar de, no final, essa paisagem emaranhada estar bem mais integrada na cidade formal do que uma favela no Brasil, por exemplo. Passa-se de uma chengzhongcun para a cidade oficial sem qualquer tensão social, sendo que a onipresença da Bienal nos quatro cantos da Vila só facilita essa integração. E aos ouvidos de um viajante, a cacofonia de Nantou soa como música depois dos ruídos troados pelos  shoppings e condomínios que dominam o cenário da Shenzhen planejada.

Urban Village de Nantou em Shenzhen, China
Foto Carlos M. Teixeira

Muito antes do decreto da SEZ, centenas de milhares de camponeses trabalhavam nas paisagens agrárias produtivas e nos núcleos comerciais do Delta, como afirma a arquiteta Juan Du, professora da Universidade de Hong Kong que está publicando um livro sobre as Urban Villages. Durante o Grande Salto Adiante de Mao Tsé Tung, as terras de Nantou foram coletivizadas pelo estado em uma comuna agrícola. Mais tarde, as vilas se fundiram e as questões fundiárias se complicaram. “Devido à ambiguidade da propriedade de uso da terra, as Urban Villages conseguiram sobreviver por tanto tempo” (5).

Urban Village de Nantou em Shenzhen, China
Foto Carlos M. Teixeira

Meng Yan, um dos curadores, me explicou melhor essa questão fundiária: “As terras rurais originais, de propriedade coletiva, foram desapropriadas e convertidas em terras do Estado. No final, os aldeões perderam suas terras agrícolas, mas ficaram com os terrenos de suas casas agrupadas em pequenos núcleos urbanos. Quando viram a nova pressão de imigrantes e a subsequente demanda por aluguel de habitações, eles mesmos iniciaram a construção de edifícios residenciais” (6).

Nantou Old Town, Handshake Building
Foto Carlos M. Teixeira

Foi então que os aldeões, agora donos de terrenos cujo modelo de ocupação só permitia sobrados de dois pavimentos, transformaram suas casas próprias em edifícios de 10 andares voltados para o mercado de aluguéis. Para tirar o máximo proveito de seus lotes, eles construíram para cima e para os lados, resultando nos handshake buildings. E foi por isso que, a partir de 1980, a população de imigrantes passou a ser gradativamente maior do que a população de aldeões, que aos poucos foram deixando as Urban Villages enriquecidos que ficaram com o aluguel de suas propriedades.

Nantou Old Town, Handshake Building
Foto Carlos M. Teixeira

Equlibrando-se num lugar impreciso entre o caos e a ordem, o legal e o ilegal, a solução e o problema, Nantou escapa dos ditames do temível Departamento Central de Propaganda, órgão estatal que decide o que a imprensa não deve dizer em seus boletins distribuídos diariamente. Daí a pouca presença desses enclaves urbanos na mídia tanto ocidental quanto  chinesa, e daí a forte pressão imobiliária para que as vilas cedam lugar ao mercado  imobiliário que assolou todo o país, deixando um legado de torres e shoppings que, além de ter apagado todo o passado arquitetónico de cidades inteiras, muito colabora para o estado de vazio espiritual vivenciado pela sociedade chinesa contemporânea.

A Bienal em Nantou

As instalações estão espalhadas em cinco zonas de Nantou incluindo um complexo de fábricas, ruas, edifícios residenciais, parques e edifícios históricos, sendo que o próprio evento foi tomado como potencial valorizador da Vila e como instrumento na luta contra sua demolição iminente. A principal exposição acontece num complexo fabril ao norte, onde os curadores dividiram-na em três seções: Global South, Urban Village e Art Making City.

Liu Jiankun Architects, West Village Basis Yard, Bienal de Arquitetura de Shenzhen 2017-2018
Foto Carlos M. Teixeira

Dajiale Stage, Nantou Old Town, Bienal de Arquitetura de Shenzhen 2017-2018
Foto Carlos M. Teixeira

Bienal de Arquitetura de Shenzhen 2017-2018
Foto Carlos M. Teixeira

A principal delas, naturalmente, é a seção Urban Village e apresenta pesquisas, estudos de caso, open calls e uma compilação do gigantesco número de projetos feitos em universidades chinesas e estrangeiras sobre o tema. Parece que esgotaram as possibilidades de exposição: a seção subdivide-se em Urban Village Picture Book, Urban Village Photo and Video Room, Urban Village Databank, Urban Village Library, Urban Village Info Center, Urban Village Lab, Urban Village Voice etc. Arquitetos da Universidade de Columbia apresentaram Data-mining the Urban Village, uma instalação cujo objetivo é reunir toda literatura disponível sobre Urban Villages coletada por meio de mineração de dados (data-mining) buscada nas mídias sociais e em fontes acadêmicas e jornalísticas desde 2001. O resultado é uma timeline tridimensional feita de pilhas e mais pilhas de papel que acumulam 400.000 páginas de textos.

One Architecture, Data-Mining the Urban Village, Bienal de Arquitetura de Shenzhen 2017-2018
Foto Carlos M. Teixeira

Liu Xiaoliang, Urban Village Transformation, Bienal de Arquitetura de Shenzhen 2017-2018
Foto Carlos M. Teixeira

United Make, Autonomic, Bienal de Arquitetura de Shenzhen 2017-2018
Foto Carlos M. Teixeira

Only If Architecture, Irregular Developments, Bienal de Arquitetura de Shenzhen 2017-2018
Foto Carlos M. Teixeira

A principal dessas exposições, Documenting Urban Villages, da arquiteta e pesquisadora Juan Du, apresenta um quadro evolutivo de dez vilas de Shenzhen – entre elas West Gangxia, demolida em 2009, e Baishizhou (150.000 habitantes), vila ameaçada que já teve alguns de seus prédios demolidos em 2016.  

Juan Du, Centuries of Shenzhens Tranformation, Bienal de Arquitetura de Shenzhen 2017-2018
Foto Carlos M. Teixeira

A seção também inclui um laboratório de intervenções físicas na Vila, como mobiliário urbano novo, requalificação de edifícios residencias, construção de um centro comunitário e reforma de duas praças. Os projetos das praças e do centro comunitário foram coordenados pelos arquitetos da Urbanus, Liu Xiaodu e Meng Yan (também curadores da Bienal), que souberam aliar pesquisa, projeto e ativismo com maestria tanto na escolha dos locais de intervenção quanto na temática conceitual da Bienal.

Urban Village de Nantou em Shenzhen, China
Foto Carlos M. Teixeira

Heshan and Fan, Furniture Exchange Program, Bienal de Arquitetura de Shenzhen 2017-2018
Foto Carlos M. Teixeira

Mas há outros temas. A seção Global South: Influence and Resistance reúne experiências urbanas no Quênia, Brasil, Venezuela, Argentina, Cuba, México, Macedônia e Sul da China. Em princípio, ela dá voz a uma nova ordem global que está se formando entre os países emergentes que hoje engendram uma rede de transações paralelas e independentes, dispensando a chancela cultural e econômica dos países do Norte. A curadoria é superficial ao classificar os assentamenos informais da América do Sul como um modo de resistir à ortodoxia do Norte, mas ao menos o tema tem potencial para ser desenvolvido algures e com uma curadoria menos acessória. Curiosamente, os projetos bilionários que o governo chinês está implementando neste exato momento na África estão ausentes da exposição. São as  cidades, ferrovias, plantas, portos e minerações na Namíbia, Nigéria, Angola, Etiópia etc., todos construído com dinheiro (e, em muitos casos, mão de obra)  da China, e todos endossando uma nova geopolítica de fato Sul-Sul.

Baum Architects, Skopje Heritage Interferences, Bienal de Arquitetura de Shenzhen 2017-2018
Foto Carlos M. Teixeira

Atelier Bow-Wow, Fire Foodies Club, Bienal de Arquitetura de Shenzhen 2017-2018
Foto Carlos M. Teixeira

Com curadoria de Hou Hanru, curador do Museu MAXXI de Roma, a seção Art Making City apresenta uma série de instalações, videos, murais e performances que refletem como os artistas desta Bienal (chineses, a maioria deles) usam a rua como local de intervenção, lidando com questões como a liberdade individual em espaços públicos e a participação dos moradores. No dia da abertura, o artista Lin Yilin, ocupando uma rua comercial de Nantou,  desenhou uma linha feita de objetos dos lojistas da rua – legumes, eletrônicos, bifuns, enlatados, carnes, peixes etc. Alguns lojistas não quiseram participar, e por isso certos trechos da linha foram preenchidos por pessoas deitadas contratadas pelo artista. Yilin é conhecido pela performance “Safely Maneuvering Across Linhe Road” (1995), onde ele fez uma parede de tijolos atravessar uma avenida movimentada de Guangzhou ao desmontá-la e remontá-la tijolo por tijolo.   

Lin Yilin, Line in Zhongshan South St, Bienal de Arquitetura de Shenzhen 2017-2018
Foto Carlos M. Teixeira

Olaf Nicolai, Shutters Lullaby, Bienal de Arquitetura de Shenzhen 2017-2018
Foto Carlos M. Teixeira

Shen Yuan, Half Bowl, Bienal de Arquitetura de Shenzhen 2017-2018
Foto Carlos M. Teixeira

Glasnost

Apesas das melhores intenções dos organizadores, tudo indica que nem todas as autoridades estão apreciando essa espécie de Glasnost de Shenzhen. No dia da abertura da Bienal, o artista Hu Jiamin foi preso porque seu mural Time Discrepancy, um tríptico disposto na entrada do complexo fabril, apresentava uma pintura surrealista com uma cadeira azul desocupada no centro. A cadeira alude ao prêmio Nobel da Paz de 2010 concedido ao ativista político Liu Xiaobo, que foi preso pelo governo e não pôde comparecer à premiação em Oslo naquele ano, pedindo então que uma cadeira azul o representasse na ocasião. (Jiamin foi “liberado” uma semana depois.)

O dia seguinte foi a vez do artista Jiang Zhi. De acordo com o site SupChina, sua peça “One Photo of Firework”, exposta numa das fábricas reaproveitadas como galeria, foi retirada da mostra. Parte da seção Art Making City, a foto reapareceu duas semanas depois, mas foi de novo removida logo antes de uma visita oficial de autoridades de Shenzhen. O curioso é que a mesma obra já tinha sido exibida pelo artista na China, o que demonstra o humor imprevisível da censura nacional.  

Vazio-SA, Playground in Chungjing St
Carlos M. Teixeira

Por fim, uma das intervenções da exposição Urban Village é o Playground de Nantou, proposto por nós, Vazio S/A, e não construído devido a questões políticas. O playground seria instalado num edifício abandonado construído ilegalmente e que, em meados de 2017, nos foi  apresentado pelos curadores por meio de fotos e desehos. Tínhamos então duas liberdades sobrepostas: ignorância sobre o contexto e carta branca para escolher o que fazer.

As muitas crianças nas ruas e a carência de espaços públicos em Nantou nos levaram à visão de um parque infantil em meio às ruínas de concreto. Como misturar água e óleo, o desafio do Playground de Nantou é manter algo da aspereza e das texturas selvagens da estrutura envelhecida com a atmosfera mágica e festiva típica dos brinquedos. Foi uma consideração por essa aspereza que levou à nossa paleta de materiais: malhas de vergalhão e placas de compensado; dois elementos delicados o suficiente para manter o encantamento, o silêncio e a reticência do prédio abandonado. Contrapondo-se à dureza daqueles materiais, as cores quentes propostas para o playground batem contra o cinza-concreto existente, enquanto os vários escorregadores transformam as lajes sombrias em plataformas para descer e brincar.

Vazio-SA, Nantou Playground
Carlos M. Teixeira

A Prefeitura de Shenzhen – disse-me o curador assistente, Yin Yujun – em 2005 proibiu qualquer nova construção na Vila em face da verticalização desenfreada e seus absurdos handshake buildings. Os proprietários do lote onde hoje está o edifício abandonado começaram a construção mesmo assim, que provavelmente foi embargada. Foi por isso que a obra ficou à deriva por anos a fio até a Bienal apresentar o projeto do nosso playground às autoridades, em setembro de 2017. Inicialmente, disseram sim. Então desenvolvemos o projeto, maquete, detalhes, protótipos; tudo. E depois disseram não...

notas

1
YAN, Meng; XIAODU, Liu; HANRU, Hou. Curatorial Statement. In Bi-City Biennale of Urbanism\Architecture – Cities Grow in Difference. Shenzhen, UABB, 2017.

2
YAN, Meng. Curating in Nantou: a case of village/city coexistence and regeneration. In Bi-City Biennale of Urbanism\Architecture – Cities Grow in Difference. Shenzhen, UABB, 2017.

3
Idem, ibidem.   

4
Idem, ibidem

5
DU, Juan. Documenting Urban Villages. In Bi-City Biennale of Urbanism\Architecture – Cities Grow in Difference. Shenzhen, UABB, 2017.  

6
YAN, Meng. Depoimento a Carlos M. Teixeira durante a Bienal.

sobre o autor

Carlos M Teixeira é arquiteto pela EA-UFMG e mestre em urbanismo pela Architectural Association. Publicou os livros "História do Vazio em BH" (CosacNaify), "Espaços Colaterais" (Instituto Cidades Criativas) e é sócio do escritório Vazio S/A.

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