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research

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architexts ISSN 1809-6298


abstracts

português
“A dimensão paisagística no projeto da cidade contemporânea” é uma hipótese de leitura da cidade a partir de itinerários de estudos em projetos urbanísticos, que promoveram o deslizamento conceitual do Projeto Urbano ao Landscape Urbanism.

english
"The landscape dimension in the design of the contemporary city" is a hypothesis of reading the city from itineraries of studies in urbanistic projects, that promoted the conceptual sliding of the Urban Project to Landscape Urbanism.

español
"La dimensión del paisaje en el diseño de la ciudad contemporánea" es una hipótesis de lectura de la ciudad a partir de itinerarios de estudios en proyectos urbanísticos, que promovieron el deslizamiento conceptual del Proyecto Urbano al Landscape Urbanis


how to quote

RETTO JR., Adalberto. Itinerários de estudos como aventura intelectual. Arquitextos, São Paulo, ano 20, n. 231.01, Vitruvius, ago. 2019 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/20.231/7479>.

Conforme anunciam as estatísticas e tendências demográficas, em um futuro muito próximo a condição de vida metropolitana será a forma hegemônica de habitar o planeta. Desde 2007, mais da metade da população mundial vive nos centros urbanos e segundo a ONU, com base no The United Nations Human Settlements Programme – UN-Habitat, em 2030 a taxa de habitantes que residem em aglomerados metropolitanos subirá para 60%, atingindo em 2050 o percentual de 75%.

Com condições diferentes daquelas que sedimentaram a então denominada metrópole moderna, ao que parece, vive-se um fenômeno em que o existente espaço rural avança para uma gradativa metropolização, envolta em processo evolutivo que parece ser irrestringível e muito indefinido, em parte, devido à sua proporção. Talvez por isso que a metrópole contemporânea tenha voltado a ser pauta nos estudos de diferentes ciências e disciplinas, sendo interpretada como complexo e articulado dispositivo cultural e estético, reformulado por teorias e práticas expressivas convergentes e transversais: da filosofia à sociologia, da arquitetura, da antropologia, semiótica, artes visuais, aos meios de comunicação, ao cinema.

Frame do documentário The human scale, 2013, 83min, direção Andreas Dalsgaard
Imagem divulgação

Das viagens itinerantes do curso de extensão internacional “A dimensão paisagística no projeto da cidade contemporânea” (1), que do ponto de vista temporal abarca projetos desde os anos de 1980 e proporciona a extração de experiências que perpassam esse universo, principalmente pelas relevantes visitas às propostas que assumiram valor estrutural na concepção de transformações inovadoras.

Como chave de leitura, concilia-se a tese de doutoramento “Escalas de Modernidade: estudo de um fragmento urbano. O Vale do Anhangabaú” (2) e o livro homônimo dirigido pelo arquiteto urbanista Yannis Tsiomis, com o intuito de conduzir a discussão a respeito das “escalas e temporalidades” (3). A partir de então, salienta-se os recortes temáticos que, dispostos por sobreposição, tateiam cada vez mais o possível filão narrativo da cidade contemporânea: Mega-Cidades/Mega-Evento, Desenho Urbano e Arquitetura Sustentável, Cenários Territoriais, Urban Design e Landscape Urbanism: Arqueologia da Paisagem (4).

“A paisagem dentro da cidade” (5) é o recorte inicial de investigação, a partir de intervenções de reconfiguração de partes da cidade e também, do projeto do fragmento como paisagem, como aqueles: de reestruturações de áreas ferroviárias, tramas urbanas, centros históricos e portos desativados, que gradualmente começaram a delinear um percurso que coloca o projeto de espaços abertos como conectores das estruturas urbanas e territoriais, promovendo um deslizamento conceitual do Projeto Urbano para o Landscape Urbanism.

Frame do documentário Urbanized, de 2011, 85min, direção Gary Hustwit
Imagem divulgação

E para embasar a continuidade dessas investigações e escolhas, fez-se oportuno o diálogo direto com os dois grandes mestres incentivadores do método itinerante – Christiane Crasemann Collins e Bernardo Secchi – e com as suas obras escritas, partindo das “Trajetórias transatlânticas” (6) até adentrar-se na literatura e no cinema. Inclusive, na conferência em forma de livro Tra letteratura e Urbanistica (7), Secchi elenca cinco obras fundamentais para os urbanistas, que segundo ele, são livros de urbanismo: A ilha do tesouro (8), “porque os mapas sempre dizem mentiras”; Moby Dick (9), “porque a nossa (busca) é um empenho contínuo, da qual podemos também ser vítimas”; As viagens de Gulliver (10), “porque devemos sempre ter um sentido claro das escalas com as quais trabalhamos”; Robinson Crusoé (11), “porque o futuro é um fenômeno que construímos cotidianamente”; e Don Quixote (12), “porque, salvo o bom senso e realismo de Sancho Pança, existe a busca da utopia, que é a única coisa na vida que pode nos motivar”.

Capa do livro Gulliver’s Travels (As viagens de Gulliver), reprodução da Classic Comics n. 16, dez. 1943. Capa e ilustração de Lilian Chesney
Imagem divulgação [Creative Commons]

Esboça-se assim uma metodologia de estudo com a finalidade de explorar, de um lado as experiências de caráter formativo para o estudante ou profissional de arquitetura e urbanismo; e de outro, dar suporte para as leituras das cidades e dos projetos a partir de sua relação com as múltiplas temporalidades (13). Logo, a noção de cultura visual, estudo contextual de imagens, processos de localização da obra de arte contemporânea e experiência in loco, tornam-se pontos importantes para a compreensão ampla do contexto, pois em certa medida, dialogam com o legado dos estudos culturais, onde coincide análise iconológica, estilística e figurativa sobre a obra, incorporando outras linguagens como a do cinema e a da mídia.

Sobretudo, objetiva-se repercorrer e rediscutir formalizações conceituais e iconográficas presentes nas interpretações do espaço urbano, como àquela do “shock” ou dos “fluxos”, e nas recorrentes teorias e orientações de diferentes estéticas, conforme tem sido feito recentemente: das manifestações do fim do século 19 e início do século 20, de Simmel, Benjamin e Kracauer à Baudrillard, Bauman e Virilio. E assim desvelar tramas como àquelas descritas por Paul Auster no livro A trilogia de Nova York (14), onde em suas três histórias a cidade aparece como imagem de um labirinto mental feito de pistas falsas e verdadeiras, de acasos e equívocos, a partir do confronto de seus personagens com o mistério da identidade, do conhecimento e da arte.

Fez-se perceptível a necessidade de superação das categorias habituais de interpretação das definições do espaço metropolitano ou em processo de metropolização, o que conjuntamente levou artistas de artes visuais, cineastas, arquitetos, urbanistas, estudiosos e interessados a discutirem possibilidades e potencialidades. Basta olhar para as terminologias mais comuns que surgiram a esse respeito: “pós-metrópole”, “divenire metropolitano”, “pós-urbanas”, “hipercidade” etc.

The New York Trilogy (A trilogia de nova York), é uma série de romances escritos por Paul Auster
Imagem divulgação

Diante desse quadro, tornam-se emblemáticas as reflexões teóricas elaboradas pelo arquiteto holandês Rem Koolhaas, que tem interpretado a metrópole contemporânea desde seu livro de 1999 – Delírio de Nova York (15), trilhando até as discussões sobre o “Bigness” (16), “Generic City” (17), “Junkspace” (18). No entanto, ao avaliar para uma conferência (19) o resgate da palavra “delírio”, adequadamente retomada pela coordenação da “10ª semana de arquitetura da Unesp” – evento que ocorreu em Presidente Prudente no ano de 2016; pode-se afirmar que além de fazer uma história: "una psicoanalisi storica", como diz Marco Biraghi (20), o arquiteto holandês já em 1978 tenta resolver o impasse inevitável que assola o sistema lógico em que se moveram as vanguardas.

O salto que faz Koolhaas em seu livro é a aceitação da crise como condição existencial, pois o manhattanismo contém em si os opostos: é revolução e é conservadorismo extremo, é esquerda e direita, abarca em si a crise e consegue falar sobre a mesma, graças à possibilidade de esperança. O arquiteto aceita a dicotomia e reconstrói o manifesto para a condição de duplicidade.

Capa icônica de Delirious new York (Nova York delirante), de Rem Koolhaas, publicado em 1978
Imagem divulgação

Operação muito similar àquela elaborada por Bernard Tschumi (21), por ocasião do concurso do Parc de la Villette, que fez do paradoxo o lugar do projeto. Ou melhor, o ambiente onde pode-se projetar. A contradição tschumiana é o meio onde os opostos convivem, e situa-se como um novo espaço para a pesquisa, para uma verdadeira e autêntica novidade que porventura, optasse por não mais falar a língua do moderno. Os dois na ânsia de individualizar uma via de saída para a cidade contemporânea evitam criar projetos como “nuvens anestesiantes” no tecido urbano.

Portanto, para o projeto urbano abrem-se novos itinerários de investigações e de intervenções, pois se nos anos de 1960 a tradução pelos Collins do Der Städtebau – do austríaco Camillo Sitte (22), participa do momento de reavaliação do movimento moderno; o concurso do Parc de la Villette de 1983, faz emergir uma nova realidade, que pouco a pouco foi delineando as questões relativas ao projeto da cidade contemporânea.

Partindo da crítica ao urbanismo funcionalista, desde os anos 1960 alguns intentos e realizações já colocavam limite ao conceito de espaço aberto indiferenciado. Essa alternativa à matriz funcionalista desenvolve-se inicialmente no âmbito de diversos setores disciplinares, antes de tudo no da geografia, da arte, das ciências ambientais, e do paisagismo. A discussão relativa ao liame entre assentamento construído e paisagem de novos centros, encontra nas razões do sítio uma referência para a nova proposta projetual.

Porém, deve-se ressaltar a forma plural como cada país reagiu a esse novo discurso: a Itália, por exemplo, assumiu papel determinante na recuperação das cidades históricas; nos Estados Unidos, com a difusão e consolidação da consciência ecológica a partir dos anos de 1970, tal enunciado assume direção ambientalista; no Brasil, com a retomada da esquerda ao poder, o concurso do Vale do Anhangabaú e do Parque D.Pedro II, assume claro viés de estratégia política com o retorno às várzeas de elementos representativos do poder.

Vale do Anhangabaú visto do viaduto do Chá, São Paulo SP Brasil
Foto Orlando Tadeu [Creative Commons]

Mesmo tendo o movimento moderno como referência, foram muitos os arquitetos que em alguns projetos realizados apontaram questões relevantes para renovação no âmbito da paisagem: Burle Marx (1909-94) e Luis Barragán (1902-88), na América do Sul; A. Aalto (1898-1976) e J. Utzon (1918-2008), na Escandinávia; Alvaro Siza, com seu projeto em Malagueira – Évora (1975-90); Giancarlo De Carlo (1919-2005), em Urbino (1965); e a experimentação da arquitetura na escala da paisagem no projeto do Campus Università della Calabria (1973) de Vittorio Gregotti (1927-).

No campo do desenho urbano destacam-se experiências particularmente significativas na Europa: na França, desde o início dos anos 1980 tem-se os primeiros “Plan Vertes”, precursores do esquema Directeur d'Aménagement et d'Urbanisme de la Region de l'Ile-de-France (1976); mesma década que, em Berlim, houve a revalorização do espaço público como lugar de convívio; já em Barcelona, acentua-se o papel dos parques urbanos como um novo tipo de praça, onde o design de espaço aberto e da paisagem constitue-se como ocasião para requalificação da periferia e de partes industriais abandonadas; e na Itália, lançou-se maior atenção para a paisagem e para os componentes ambientais constituintes da cidade nos planos de terceira geração (23).

Bairro da Malagueira, Évora, Portugal
Foto Torchondo [Creative Commons]

Assim, através do levantamento desses diversos conteúdos, que contou com a ajuda dos professores colaboradores locais do curso de extensão internacional e de algumas entrevistas com especialistas, cada viagem ofertou peças essenciais para montar esse valioso mosaico. Mas o panorama dos estudos escolhidos não somente sinalizava para uma área de pesquisa que deveria ser mais alargada, interdisciplinar, que fosse capaz de esclarecer algumas pistas do labirinto urbano, que pudessem emitir uma explicação plausível sobre a fortuna ou não de cada projeto; não obstante, sinalava a especulação sobre a nova condição da profissão que se esboçava: o do arquiteto investigador. Para Yannis Tsiomis, colaborador no itinerário de Paris:

 

“É evidente que, em função da multiplicidade dos conteúdos da arquitetura, também pelo fato que se situa entre saber e saber-fazer, uma definição unilateral da pesquisa arquitetônica não somente é insuficiente, mas também errônea. Construir, portanto, seu objeto de pesquisa no campo arquitetônico é uma questão ampla demais para ser reduzida à questão do projeto. [...] A competência do arquiteto não se limita à percepção do espaço, nem ao domínio dos processos de concepção, ao manuseio das ferramentas e das escalas de representação. Se tudo isso é necessário para praticar a profissão de arquiteto, não é suficiente para transformar o arquiteto em pesquisador, pois é preciso que este perceba a arquitetura como aventura intelectual” (24).

 

O papel do profissional em arquitetura e urbanismo e o projeto da cidade contemporânea

 

“A história da cidade contemporânea, que se problematiza pari e passu com a consolidação do projeto urbano como disciplina, restitui-nos uma história que fala de fundamentos e de camadas de tempos – a cidade como palimpsesto, de transformações e de interpretações infinitas, onde as permanências históricas são pontos fundamentais de reflexão e de interlocução para os novos projetos urbanísticos, arquitetônicos e paisagísticos: história de expansões e adensamentos, de exclusões e inclusões, de inovações e de perdas” (25).

 

Nas últimas quatro décadas são numerosos os filmes em torno de arquitetos, desde os que foram filmados dentro de edifícios historicamente importantes ou ainda, os que o tecido urbano é parte fundamental do corpo da narrativa e que nos dão a possibilidade de pensarmos o papel do profissional no projeto da cidade contemporânea. Para exemplificar, cito alguns: Blade Runner (em português: Blade Runner, o Caçador de Androides, 1982) dirigido por Ridley Scott; The belly of an architecture (em português: A barriga do arquiteto, 1987) do cineasta Peter Greenaway; Der Himmel über Berlin (em português: Asas do desejo, 1987) de Win Wenders; Central do Brasil (1998) de Walter Salles; The Truman Show (em português: O Show de Truman: o show da vida, 1998) dirigido por Peter Weir; para não falar de Metropolis (1927) do cineasta austríaco Fritz Lang, que retrata a condição da “vida nervosa” como a base psicológica de existência na metrópole moderna.

Frame do filme Metropolis, 1927, 153 min, direção Fritz Lang
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A meu ver, através da figura de dois estudantes de arquitetura, há dois filmes que colocam de forma contundente a relação dialética de uma nova didática nos cursos de arquitetura ministrada à luz do projeto da cidade contemporânea. E mais do que isso, explora nova simetria entre mestre e discípulo, com valor pedagógico inestimável: Inception do diretor Christopher Nolan (2010) e La Sapienza de Eugène Green (2014).

O primeiro, traduzido para o português como Origens, é um convite à discussão sobre o papel do arquiteto e urbanista a partir do filão comparativo entre o mundo arcaico e clássico, que nele aparece na figura do labirinto e de Ariadne – a estudante de arquitetura, e onde o projeto revela-se inserido em uma dinâmica global como estratégia de transformação e investigação da cidade como palimpsesto (26). O segundo, traz como enredo a viagem de estudo do arquiteto francês formado em Veneza e do aspirante a arquiteto, que durante sua narrativa remonta explicitamente o Grand Tour, prática secular dos alunos e interessados em arquitetura, no qual o percurso arquitetônico pela obra de Francesco Borromini (1599-1667) aflora como lugar de reflexão; de encontro entre presente e passado.

La sapienza (A sabedoria), 2015, 104 min, direção Eugène Green
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Filme 1- A collage dos diversos espaços e pontos de vistas traduz de forma evidente algumas lógicas perceptíveis de simultaneidade e rapidez da metrópole, essas já difundidas desde os primeiros anos do século 19, mas que ao retratar a descontinuidade das esferas entrecruzadas com complexidade, dão enorme vitalidade à metáfora do labirinto. O fio de Ariadne reúne cruzamentos explorados e conhecidos, torna-se a conexão de pontos nodais, como um traçado que visualiza o destino e igualmente assegura o retorno. É a partir dele, entendido como estratégia de ação e reflexão, que Ariadne pode tornar nítido o segredo do labirinto e consequentemente de sua travessia.

Desde os primórdios o labirinto foi dispositivo construído para confundir, colocar à prova, produzir desaparecimento e encantamento. Entretanto, na sua redução a desenho geométrico, que carrega consigo a ideia de espiral e representação do espaço no plano, ele explicita o nascimento da planta como descrição e simbolização do mundo. O labirinto, portanto, não é simplesmente o resultado do caos e nem sinônimo de desordem, mas de ordem superior, de um sistema complexo cujas regras subliminares escapam da manifestação do todo.

Perder-se na desarmonia, procurar na confusão um sentido ou a estrutura submersa em grau de orientar o projeto, eis o papel assumido por Ariadne; e decerto seja esse o mote para pensarmos o papel do arquiteto na construção da cidade contemporânea. Será o fio de Ariadne para nós, uma metáfora que acrescenta ao projeto o tema da travessia do labirinto, da metrópole ou das cidades mundiais, segundo itinerário narrativo e espacialmente legível?

Os fios de Ariadne, colocados como complexos nós e tracejados que interconectam lugares, restituem a coerência da disposição e compreensão das estruturas urbanas agregadas às suas redes menores e maiores, rotas de pedestres, sequências de espaços públicos e infraestruturas integradas com continuidade no território. Entretanto, são as metrópoles (ou cidades globais) como labirintos, como recintos acoplados e ao mesmo tempo dispersos que irão dar a real escala da problemática colocada pelo filme. Nas suas desordens nos perdemos como em uma floresta; a travessia é desafio, rito misterioso, experiência iniciática.

A jornada urbana como experiência estética e cognitiva atualmente não existe, pois a cidade contemporânea nega essa passagem. A sua forma labiríntica é o resultado de obstáculos físicos dispostos como barreiras, é exclusão. O espaço das metrópoles nasce da violência e das contradições sociais, dos seus conflitos e interesses inconciliáveis. O seu entrelaçamento parece conduzir à morte, entretanto, como anteriormente frisado, o labirinto não é sinônimo de aniquilamento. Pelo contrário, ele é aspiração à vida, pois reproduz a circularidade infinita de uma trilha em que o abismo reconduz ao início.

Interception (A origem), 2010, 148 min, direção Christopher Nolan
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As utopias dos anos 1960-70 foram os últimos impulsos do projeto moderno que nas redes de infraestruturas em si, buscavam um novo desenho para a cidade através de suas raízes etimológicas e vocação subterrânea com a finalidade de reogarnizar as funções urbanas na superfície, assim como no subsolo. Na realidade, não foi sempre assim. Nesses mesmos anos houve uma fratura profunda entre arquitetura e urbanismo, entre cidade e redes infraestruturais, e esse elo tênue entre solo e sua camada inferior foi progressivamente se rompendo. A urbanização na superfície tornou-se um labirinto inextricável, mas ao mesmo tempo, o subsolo tornou-se entrelaçamento sem medidas, descontínuo, obscuro; labirinto de vielas, de nós e canos. Redes desconexas na superfície, e mais ainda embaixo. Essas obras subterrâneas continuamente aumentam em densidade e cada vez mais, de forma autônoma.

Interception (A origem), 2010, 148 min, direção Christopher Nolan
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Entre o sobre e o sub, consolidou-se clara separação. Enquanto na primeira modernidade existia correspondência notória e planificada entre implantação na superfície e no subsolo, claramente perceptível nos primeiros planos urbanísticos; na cidade contemporânea, a trama está independente das redes subterrâneas. Em alguns grandes municípios como Londres, Paris e Nova York, as redes das galerias dos trens e metrôs mantém uma ligação entre seus espaços e os de cima, apesar de progressivamente tal elo estar sendo dissolvido. A rede viária, a combinação de canos de eletricidades, gás, água, telefones e esgotos, sobrepõem-se sem ordem.

Embaixo é labirinto, da mesma forma que no solo. O mundo contemporâneo é constituído de embaraços superpostos sem nenhuma união visível. Não são duas realidades simétricas como no labirinto egípcio, onde sem acessar a parte subterrânea podia-se imaginar a sua estrutura; pelo contrário, são dois emaranhados infinitos e incomunicáveis e que talvez seja dessa ruptura que precisamos partir. Desse nó não resolvido depende nosso equilíbrio ambiental, nossa sobrevivência, o nosso modo de perceber o mundo e de se orientar no espaço.

Interception (A origem), 2010, 148 min, direção Christopher Nolan
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Atravessar o labirinto significa procurar restabelecer a ligação com a terra, com a espessura de sua crosta, com o sobre e o sub, individualizando novas formas de integração e de correspondência. Como tornar expressa essa relação nos processos de transformação urbana? Como promover maior equilíbrio ambiental entre as duas partes? Através de quais fios de Ariadne serão possíveis reconectar os dois labirintos? Em síntese, a grande cidade que aparece contemporaneamente como labiríntica e – babélica – emerge como artifício e projeto, e sua ausência de centralidade e orientação espacial remonta imediatamente à cidade contemporânea. E assim, a rede global que seleciona apenas alguns lugares, é capaz de eleger a estrutura por seu aspecto mundial, onde a retórica da altura transplanta a competitividade dos mercados financeiros e afirma uma nova fronteira, uma linha vertical que reflete graficamente a distinção de riqueza e de classe.

Onde quer que se vá, muitas formas de apartheid urbana estão crescendo. Ano a ano e cada vez mais multiplicando a região de exclusão: os junkspaces do arquiteto holandês Rem Koolhaas estão dominando essas e outras categorias. Há subdivisão das áreas não-urbanas e segue-se uma estratégia que, por um lado, não impede apenas os cidadãos comuns, mas muitas vezes o melhor arquiteto a compreender os problemas do espaço urbano e periurbano na grande escala – forçando-o a projetar um edifício sem qualquer preocupação contextual; e de outro, multiplica segmentos e habilidades profissionais repletos de tarefas e procedimentos que chegam a tal ponto em que ninguém é responsável por nada.

Interception (A origem), 2010, 148 min, direção Christopher Nolan
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Filme 2- Explica o diretor Eugène Green em entrevista por ocasião do lançamento de “La Sapienza” que “este filme nasce de uma dupla inspiração. De um lado, com os meios do cinema, há o desejo de evocar a obra e a vida do arquiteto barroco Francesco Borromini. De outro, o interesse pela arquitetura e urbanismo contemporâneo. Partindo desses pressupostos, ele procura transmitir algo mais profundo: a necessidade de encontrar no passado respostas para a vida presente.

Assim como Borromini através do seu capolavoro, Green acredita firmemente que o cinema esteja em grau de dar nova vida, de iluminar a nossa cultura que está morrendo, de nos conduzir em direção à luz. Vale destacar que nesse filme aparece um personagem interpretado pelo próprio diretor, que ao personificar o estrangeiro, explora de forma incisiva o drama vivido pela Europa e o infortúnio de seus habitantes, em via de perderem sua cultura (27).

Durante a narrativa emergem alguns temas filosóficos caríssimos ao autor, tais como: a transmissão do conhecimento, as interações necessárias entre adultos "savant" e o jovem "apprenant", a busca pela espiritualidade, a importância da luz no sentido literal, bem como metaforicamente e, especialmente, a "sapience" – tradução idiomática do termo italiano, que denota o conceito de sabedoria e saber, como também conhecimento. O percurso, que se assemelha ao Grand Tour, tem clara citação cinéfila do Viaggio in Italia (1954) de Rossellini (1906-77); as obras de Borromini aparecem em fabulosos planos de Roma, Turim ou do Lago Maggiore, em trajetos sublimados por um fulgor quase místico, que as banham com brilho outonal, significativamente crepuscular.

La sapienza (A sabedoria), 2015, 104 min, direção Eugène Green
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Conhecer Borromini guiado pelo arquiteto francês Alexandre e suas verdadeiras aulas de campo, transforma a viagem formativa de Goffredo em rito de passagem para a idade adulta; da mesma forma que, nas tomadas das obras borrominianas, a busca da perfeição e da simetria serve de base para pensar o paralelismo entre arquitetura e sociedade, onde os personagens com diálogos quase irreais não se confrontam. A rivalidade potencial que se dissolve ao longo da narrativa, que é a mesma entre Bernini e Borromini, dá-se a partir da instauração de alguns elementos binários, como a tradicional querela entre o antigo e o novo.

Mas, enquanto os quatro personagens se emancipam do esquema inicial de oposição para imprimir movimento de inércia existencial entre eles, finalmente vislumbra-se o rimar da sabedoria (a sapienza do título do filme) com juventude. Como ficção, a história diz respeito principalmente à evolução dos seres humanos, pois os principais envolvidos são oprimidos e assombrados por uma presença fantasmagórica, salvos somente com nova presença, instante em que eles são liberados de seus sofrimentos.

La sapienza (A sabedoria), 2015, 104 min, direção Eugène Green
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À guisa de reflexão

Além da ligação histórica entre a arquitetura e urbanismo com o cinema, existe em ambos os casos a modelagem da luz, que no século 18 era simplesmente a imagem da Razão, concebida como entidade em si, quase independente do homem e do mundo. Entretanto, os caminhos dos protagonistas dos dois filmes se desenrolam como itinerário de pesquisa que, a partir do estado de crise e falta de comunicação, chegam ao ponto onde a claridade é encontrada como abertura para algo maior, como nova forma para organizar de modo eficaz a transmissão do saber, em novas bases entre o mestre e o discípulo. Mas, como tais questões foram ou devem ser internalizadas nos cursos de arquitetura e urbanismo atualmente?

Na sexta viagem do curso internacional em que Londres fazia parte do roteiro, por sugestão da professora Alessandra Greggio, a vereda iniciou-se pela casa-museu do arquiteto e professor John Soane (1753-1837), que por admirar a antiga cultura grega e romana colecionou peças de grande valor, mas também aquelas sem valor econômico algum. O acervo que possibiliou a montagem do Museu-Casa pode ser considerado uma verdadeira Academia de Arquitetura, não somente pelas coleções distribuídas por todos os pisos, mas pela biblioteca que reúne mais de sete mil títulos: sarcófagos e estátuas egípcias, estátuas romanas do século 2, pinturas de Hogarth e Canaletto, e livros, são apenas alguns exemplos das peças únicas que estão acomodadas no interior da casa.

Museu Sir John Soane, localizado em Holborn, Londres, é a antiga casa do arquiteto
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Não só como arquiteto, mas também como promotor da cultura, Soane foi capaz de impor-se como fonte de inspiração para as gerações futuras, pois a partir da sua iniciativa, criou e desenvolveu uma ferramenta de ensino real para seus estudantes de arquitetura. Em cada canto da casa, portanto, parece estar vivo e pulsando o espírito imaginativo e criativo do fundador, que a partir de 1812, abriu seu lar aos estudantes e jovens arquitetos sem possibilidades financeiras de fazer o Grand Tour. Para Soane, eles precisariam ver objetos em três dimensões tais como moldes e fragmentos, tudo associado com seu sincero desejo em promover a educação na arquitetura.

A particularidade que vem implícita nos filmes aqui discorridos está na convicção de que o projeto de arquitetura e urbanismo (e paisagismo) não é somente a pura expressão do desenho, mas deve ser entendido como ocasião para organizar, a partir da experiência individual, de modo sensato e ordenado os novos sistemas de relações com as paisagens da modernidade; em particular: a relação entre o projeto contemporâneo e a intervenção sobre o existente (restauração, recuperação/reciclagem de edifícios, áreas centrais e periféricas, como de parques industriais desprezados); o vínculo com a paisagem natural, ou com o que ainda resta dela; a interpretação arquitetônica dos lugares de coexistência, como os espaços de mobilidade (ruas, calçadas etc).

Nesse sentido, ganham relevância algumas práticas alternativas que orietam a construção da nova figura de projetista em grau de confrontá-lo com os temas cardinais da contemporaneidade e de fazê-lo responder às demandas do mundo do trabalho, setor em continua transformação. Em síntese, um arquiteto e urbanista que saiba conceber as intervenções técnicas e culturais capazes de relacionar-se com o mundo global/local, com visão de modernidade orientada para a prevenção, para evitar a devastação e saqueamento do meio ambiente.

Mas como fica a fusão entre pesquisa e o projeto urbano? E a arquitetura e o urbanismo, quando se constituem objetos de investigações? De que forma? Projeto pertence à pesquisa científica? Qual é o nosso relacionamento com as outras disciplinas? Onde se situa a fronteira de nossas indagações e qual é o papel reservado ao projeto na exploração deste limiar? Como a pesquisa transita entre o trabalho de campo, modelos físicos e matemáticos, difusão de conhecimento e políticas públicas e de conservação?

Nos últimos 20 anos, seja na Europa como na América do Norte ou do Sul, o ensinamento do projeto urbano, apesar de algumas oscilações, seguiu a mesma trajetória que se deu na França, tanto nas suas abordagens teóricas e doutrinárias como na prática, para assim configurar e realizar programas mais ou menos complexos nos quais a formação do espaço público e a paisagem possam desempenhar papel principal. Os conteúdos e as pedagogias acompanharam as certezas e as hesitações que se sucederam até o momento em que essa disciplina foi confirmada nas grades curriculares das escolas com o título explícito de “Projeto Urbano”, circunstância na qual ele encontrou seu lugar junto à arquitetura e ali se consolidou (28).

Com clara ideia de renovação em seu perfil, novos programas pedagógicos que passaram de Atelier ao Laboratório, em teoria, deveriam ter por base a alteração em seus processos práticos, enraizando essa nova reflexão no procedimento projetual, a fim de desempenhar um papel capital para refundamentar, tanto os conteúdos quanto as didáticas embasadas a partir da entrada da pesquisa no interior do projeto (prática operacional), e por que não, a de tornar a docência mais próxima da realidade.

Joseph Gandy, Perspective of various designs for public and private buildings executed by John Soane between 1780 and 1815 as if they were models in a gallery, 1818
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Foi exatamente há doze anos, ao término do mês de maio e início de junho, que ocorreu o primeiro workshop internacional “Conhecimento histórico-ambiental integrado na planificação territorial e urbana: um contributo de Bernardo Secchi” (29). Um evento itinerante que passou por cidades como São Paulo, São Luiz do Paraitinga, Santos, Campinas, Sorocaba e Agudos; e que na realidade, serviu de ocasião para indagar grandes mestres com o fito de construir um itinerário de pesquisa. E assim – Bernardo Secchi ao lado dos geógrafos Aziz Ab`Saber (IEB USP) e Jüergen Richard Langenbuch (Unesp Rio Claro), dos arquitetos e urbanistas José Cláudio Gomes (FAU USP / Unesp) e Witold Zmitrowicz (FAU USP) – nos conduziram do litoral ao interior do estado de São Paulo, debatendo as transformações da paisagem e seus processos de interiorização, remontando a formação das “franjas pioneiras”.

O intervalo entre o primeiro e segundo workshop, este que contou com a presença da professora Paola Viganò, Paola Pellegrini e Emanuel Gianotti, do Studio 09 e do doutorado em urbanismo do Istituto Universitario di Architettura di Venezia, foi caracterizado por um cronograma de leitura da cidade no seu território a partir de extensos levantamentos, não seguindo somente a estrutura dos planos diretores desenvolvidos em pequenas e médias localidades, mas levando em consideração a máxima do grande mestre: “urbanismo se faz a pé”.

Naquele momento consolidava-se o grupo de pesquisa Situ (30), e em torno da ideia de laboratório (31) eram delineados também os objetivos do Plano Diretor Participativo do Município de Agudos. No extremo de exaustão da análise, começamos a nos apoiar na construção de cenários hipotéticos, que significou a completa anulação de dois processos até então estanques: análise e projeto. Essa passagem foi rapidamente pinçada e debatida pelas duas equipes como projetos exploratórios, tendo o desenho como gerador de conhecimento, tema de um livro, que segundo Secchi, estava sendo escrito pela professora Viganò (32). E assim, o urbanista, ao abandonar a visão zenital sobre a cidade, em nome de uma neutralidade do cientista-observador-externo, começa a assumir um papel interno ao próprio conflito, aproximando seu raciocínio para a realidade local, servindo de mediador entre a população e o poder público, dimensionando a problemática democraticamente colocada.


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notas

NE – O texto é resultado da aula de abertura do curso “A dimensão paisagística no projeto da Cidade Contemporânea”, posteriormente apresentado em conferência no Erasmus Mundus – Sorbonne Paris I (sede Évora).

1
O Curso Internacional de Extensão Universitária “A dimensão paisagística no projeto da cidade contemporânea” possui o objetivo de analisar projetos que assumiram valor estrutural nas transformações urbanas desde os anos de 1980 a partir de itinerários de estudos in loco, com participação de professores das universidades locais e de arquitetos e urbanistas que desenvolveram tais projetos. O 1o Itinerário foi para o Rio de Janeiro, com participação da professora Barbara Boifava (IUAV di Venezia); o 2o Itinerário foi para Paris, Veneza e Roma, com participação dos professores: Yannis Tsiomis (Diretor de Estudos na Ehess e Professor na École Nationale Supérieure d’Architecture de Paris-la-Villette), Cristiana Mazzoni (École Nationale Supérieure d’Architecture de Strasbourg e Diretora do Laboratório Amup/Ensa de Strasbourg), Gianmario Guirardelli (IUAV di Venezia), Heleni Porfyriou (Consiglio Nazionale di Ricercadi Roma), Achile M. Ippolito (Sapienza di Roma), Laura Genovese (Arqueóloga do Consiglio Nazionale di Ricerca di Roma), Emma Tagliacolo (Sapienza di Roma e Consiglio Nazionale di Ricercadi Roma), Eraldo Rocha (Unip Bauru); o 3o. Itinerário foi para Berlim, Barcelona e Atenas, com os professores: Hartmut Farnk (Hamburg University), Giacomo Calandra Di Roccolino (Hamburg University), Nadia Fava (Universidad de Girona), Roger Miralles (Universidad de Girona), Arquiteto Charles Llop, Ariana Zaccagnini (Greek University), Geise Pasquotto (Unip Campinas); o 4o Itinerário foi para Londres, Amsterdã, Roterdã, Copenhague e Estocolmo, com os professores: Alessandra Greggio (IUAV di Venezia), Nadia Fava (Universidad de Girona), Christian Suau (OMA, Diretor e Fundador do Studio POP), Antonello Alici (Università Politecnica delle Marche e Cambridge University), Johan Mârtelius (KTH Royal Institute of Technology of Stockholm), Arquiteto Alessandro Ripellino; o 5o. Itinerário foi para Praga, Viena, Budapeste e Istambul (Paris), com o professor Giacomo Calandra Di Roccolino (Hamburg University); o 6o. Itinerário foi para Veneza (Bienal de Arquitetura), Hamburgo, Emscher Park, São Petersburgo e Moscou, com participação dos professores: Donatella Calabi (IUAV di Venezia), Guido Zucconi (IUAV di Venezia), Elena Svalduz (IUAV di Venezia), Luka Skansi (IUAV di Venezia), Orietta Lanzarini (IUAV di Venezia), Giacomo Callandra di Roccolino (Hamburg University), Vladimir Slapeta (Czeche Technical University of Prague), e Raul Penteado Neto – Unicamp; o 7o. Itinerário foi no Rio de Janeiro pós-olimpíco com participação da Profa. Margareth Pereira dos Santos (Prourb).

2
RETTO JUNIOR, Adalberto da Silva. Escalas de Modernidade: estudo de um fragmento urbano. O Vale do Anhangabaú. Tese de doutorado/sanduíche. São Paulo/Veneza, FAU USP/IUAV, 2003.

3
TSIOMIS, Yannis (Org.). Échelles et temporalités des projets urbains. Paris, Jean-Michel Place, 2007.

4
RETTO JUNIOR, Adalberto da Silva; ENOKIBARA, Marta. A dimensão paisagística no projeto da cidade contemporânea. Um itinerário de estudo nas cidades de Paris, Roma e Veneza. Arquiteturismo, São Paulo, ano 06, n. 067.06, Vitruvius, set. 2012 <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquiteturismo/06.067/4517>.

5
Tal recorte também foi utilizada por Elisa Pallazo, em sua tese de doutoramento intitulada Il paesaggio nel progetto urbanístico, Università degli Studi di Firenze – Facoltà di Architettura – Dipartimento di Urbanistica e Pianificazione del Territorio Dottorato di Ricerca in Progettazione Urbana, Territoriale ed Ambientale – XVIII Ciclo, 2010.

6
Título dado à entrevista com Christiane Collins publicada no Portal Vitruvius: RETTO JUNIOR, Adalberto da Silva. Christiane Crasemann Collins. Entrevista, São Paulo, ano 06, n. 022.02, Vitruvius, abr. 2005 <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/06.022/3316>.

7
SECCHI, Bernardo. Tra letteratura e Urbanistica. Pordenone, Giavedoni, 2011.

8
STEVENSON, Robert Louis (1883). A ilha do tesouro. Porto Alegre, L&PM Pocket, 2004.

9
MELVILLE, Herman. Moby Dick. São Paulo, Cosac & Naify, 2008.

10
SWIFT, Jonathan. As viagens de Gulliver. São Paulo, Penguin Companhia, 2010.

11
DEFOE, Daniel. Robinson Crusoé. São Paulo, Penguin Companhia, 2012.

12
CERVANTES, Miguel de. Don Quixote. São Paulo, Penguin Companhia, 2003.

13
Ver: LEPETIT, Bernard; PUMAIN, Denise (Org.). Temporalités urbaines. Paris, Anthropos, 1993. Ver também: RONCAYOLO, Marcel. Lectures de Villes, formes et temps. Collection Eupalinos. Paris, Parenthèses, 2011.

14
AUSTER, Paul. A trilogia de Nova York. São Paulo, Companhia das Letras, 1999.

15
KOOLHAAS, Rem. Delirious New York. Nova York, Oxford University Press, 1978.

16
KOOLHAAS, Rem. Bigness or the Problem of Large. In S, M, L, XL. Nova York, Monacelli Press, 1995.

17
KOOLHAAS, Rem; MAU, Bruce. The Generic City. Rotterdam/Nova York, 010 Publishers/The Monacelli Press,1995.

18
KOOLHAAS, Rem. Junkspace. 3a edição. Paris, Payot & Rivages, 2011.

19
Título original da conferência “Entre crise e utopia: a importância do projeto como instrumento de ação política de longa duração”.

20
Ver entrevista com Marco Biraghi: RETTO JUNIOR, Adalberto da Silva. Marco Biraghi. Entrevista, São Paulo, ano 07, n. 028.01, Vitruvius, out. 2006 <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/07.028/3300>.

21
RETTO JUNIOR, Adalberto da Silva. Concept & Notation. Bernard Tschumi no Centre Pompidou. Resenhas Online, São Paulo, ano 13, n. 150.03, Vitruvius, jun. 2014 <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/13.150/5204>.

22
Ver: “Camillo Sitte e a circulação das idéias em estética urbana: Europa e América Latina: 1880-1930”. Anais do I Congresso Internacional de História Urbana. Agudos, Seminário Seráfico de Santo Antônio, 7-10 out. 2004. A entrevista foi disponibilizada em Vitruvius em junho de 2005.

23
VENUTI, G.Campos. La terza generazione dell'urbanistica. Milano, Franco Angeli, 1987.

24
TSIOMIS, Yannis (Org.). Matières de Ville. Projet Urbain et Enseignement. Paris, Villette/Cité de l’architecture et du patrimoine, 2008.

25
RETTO JUNIOR, Adalberto da Silva. Ler o tempo no espaço: o projeto e as estratificações na cidade contemporânea. Ensino, São Paulo, ano 15, n. 177.05, Vitruvius, fev. 2015 <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/15.177/5489>.

26
CORBOZ, André. Le Territoire comme palimpseste et autres essais. Collection Tranches de Villes. Besançon/Paris, l'Imprimeur, 2001.

27
RETTO JR, Adalberto. "Notas sobre a exposição L’architecte. Portraits… et clichés na Cité de l’Architecture/Adalberto da Silva Retto Júnior", ArchDaily Brasil, 21 jun. 2017 <http://www.archdaily.com.br/br/874135/notas-sobre-a-exposicao-larchitecte-portraits-et-cliches-na-cite-de-larchitecture-adalberto-da-silva-retto-junior>.

28
Ver: TSIOMIS, Yannis (Org.). Matières de Ville. Projet Urbain et Enseignement (op. cit.).

29
RETTO JUNIOR, Adalberto da Silva et al. Conhecimento histórico-ambiental integrado na planificação territorial e urbana. São Paulo, Cultura Acadêmica, 2011.

30
Grupo de Pesquisas em Sistemas Integrados Territoriais e Urbanos – Unesp Campus de Bauru <http://prope.unesp.br/grupos_pesquisa/grupo_detalhado.php?id_grupo=0330605Y5FR08H>.

31
RETTO JUNIOR, Adalberto da Silva. et al. O Laboratório Agudos. Arquitextos, São Paulo, ano 10, n. 114.04, Vitruvius, nov. 2009 <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/10.114/13>.

32
RETTO JUNIOR, Adalberto da Silva. O projeto como produtor de conhecimento. Resenhas Online, São Paulo, ano 11, n. 122.03, Vitruvius, fev. 2012 <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/11.122/4211>.

sobre o autor

Adalberto da Silva Retto Júnior é professor de Desenho Urbano e História do Urbanismo na Universidade Estadual Paulista – Unesp Bauru e Visting Schoolar do Programa Erasmus Mundus Sorbonne I (Paris, Evora, Pádua). Doutor pela USP/IUAV de Veneza e Pós-Doutorado no Dottorato de Eccellenza do IUAV de Veneza.

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