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research

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architexts ISSN 1809-6298


abstracts

português
Em topografias íngremes, as casas Santa Teresa e Ilhabela suscitam um estudo comparado. São reveladas heranças do legado moderno e, entre gestos de enraizamento e alçamento, variações de um mesmo esquema tipológico.

english
In steep topographies, the Santa Teresa and Ilhabela houses give rise to a comparative study. The modern architecture legacy reveals itself, and, between gestures of rooting and lifting, variations of the same typological scheme

español
En pendientes acentuadas, las casas de Santa Teresa e Ilhabela dan lugar a un estudio comparativo. Se revelan herencias del legado moderno y, entre gestos de enraizamiento y alzamiento, variaciones del mismo esquema tipológico.


how to quote

DA COSTA, Ana Elisia; MENUZZI, Ana Clara Lacerda. Casas contemporâneas brasileiras. Entre gestos de enraizamento e alçamento. Arquitextos, São Paulo, ano 20, n. 232.01, Vitruvius, set. 2019 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/20.232/7519>.

Um terreno com grande desnível e, sobre ele, implantar uma casa. O desafio é antigo e pode ser evidenciado tanto em soluções vernaculares, exemplificadas no escalonamento de volumes e terraços nas encostas das antigas cidades mediterrâneas, como em soluções eruditas que, recorrendo ao alçamento de volumes do solo, configuram uma versão palafita do pilotis moderno. Tais soluções, por sua vez, podem revelar duas atitudes conceituais antagônicas – a de apoiar, enraizar o edifício no solo, e a de erguê-lo, desafiando a gravidade –, havendo, entre elas, gestos que as hibridizam, buscando explorar uma possível “contradição” entre o apoio e o alçamento como mote conceitual.

Em terrenos íngremes, duas casas contemporâneas brasileiras – Santa Teresa (2004), do SPBR Arquitetos (1), e Ilhabela (2008), do Nitsche Arquitetos (2), chamam atenção por adotarem esquemas tipológicos (3) aparentemente semelhantes, mas com distintas intenções de expressão do apoio e/ou alçamento. Ambas possuem alas perpendiculares em “L” ou “T” que, implantadas em cotas de nível diferentes, determinam que a cobertura de uma ala se configure como um terraço agigantado de outra.

A primeira é uma obra construída e de reconhecido valor, expresso em publicações e premiações, e a segunda é um projeto não construído. Apesar de certo descompasso processual entre as mesmas – obra e projeto, notoriedade e inevidência –, ambas são entendidas como produto, no tempo e no espaço, de uma mesma cultura arquitetônica, ao envolver a participação de jovens arquitetos paulistas formados na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo – FAU USP.

Casa Santa Teresa, Rio de Janeiro RJ Brasil, 2008. Arquiteto Angelo Bucci (autor) / Ciro Miguel, João Paulo M. de Faria, Juliana Braga, Maria Isabel Imbronito, Susana Jeque e Tatiana Ozzetti (colaboradores) / SPBR Arquitetos
Foto Nelson Kon

Residência em Ilhabela, Ilhabela SP Brasil, 2008. Arquitetos Lua Nitsche e Pedro Nitsche / Nitsche Arquitetos
Imagem divulgação [Acervo Nitsche Arquitetos]

Como produtos da cultura arquitetônica contemporânea, a análise comparada das mesmas é entendida como uma oportunidade de exercício crítico que, como sugere David Leatherbarrow (4), é entendido não só como o “registro” e “reconstrução” de obras isoladas, mas também de “reposicionamento” de obras entre similares. Acredita-se que, ao equiparar ou contrastar, com conceitos próprios da disciplina, a análise comparada pode evidenciar aspectos que uma análise isolada não explicitaria facilmente, aflorando novos e possíveis entendimentos.

A investigação parte da observação de que o suposto esquema compositivo/tipológico adotado pelas duas casas – alas perpendiculares em “L” ou “T” implantadas em cotas de nível diferentes – representa uma solução pouco evidente entre casas modernas, o que pode explicitar a consolidação de novas soluções na contemporaneidade. Entretanto, uma análise preliminar das casas, permite levantar a hipótese de que as características de suas “partes” sejam debitárias de soluções parciais desenvolvidas na modernidade, o que, por sua vez, permitiria inferir a aceitação da arquitetura moderna como um legado patrimonial que é referendado sem se prender a “modelos rígidos” (5).

Diante disso, para fundamentar a análise pretendida e identificar possíveis matrizes tipológicas, são visitadas casas modernas, destacando-se exemplares que assumem alas independentes, perpendiculares e sobrepostas, variando entre aquelas implantadas em terrenos planos e íngremes. À luz dessas possíveis referências, ou desse reposicionamento entre similares, é desenvolvido um ensaio analítico que compara as referidas casas contemporâneas, buscando identificar nas mesmas estratégias de “hibridizações de esquemas tipológicos” e/ou “colagem de fragmentos de tipos” consolidados na modernidade.

Sem esgotar discussões sobre a complexidade das obras estudadas e a capacidade criativa dos seus arquitetos (6), o artigo busca abrir espaço para novas investigações sobre a prática arquitetônica contemporânea. Revelam-se casas que, apesar de inúmeras variações, preservam a integridade do presumível esquema tipológico comum. A partir desse esquema, as variações decorrem da maior ou menor relação de suas partes com o legado moderno e do tensionamento na articulação do todo compositivo que, em última instância, se expressa em gestos distintos de enraizamento e alçamento.

Antecedentes modernos

O arranjo aditivo, com alas lineares independentes, foi uma solução largamente empregada na arquitetura moderna. Essa solução favorecia a autonomia de uso entre as partes ou setores, como propunha a premissa funcionalista, e acabou por favorecer a expressão formal dos setores no arranjo compositivo. Especialmente a partir da prática de Mies Van Der Rohe, alas-setores de casas térreas foram tensionadas entre os limites do lote, configurando pátios entre elas, o que, no Brasil, também pode ser ilustrado por diversos projetos de Rino Levi desenvolvidos em terrenos de grandes dimensões.

Casas com alas térreas e em terrenos planos: Residência do Arquiteto, 1944 e Residência Kanner, 1955. Arquiteto Rino Levi
Elaboração Ana Elísia da CostaElaboração Ana Elísia da Costa [O Gosto pelo sutil: confluências entre as casas-pátio de Daniele Calabi e Rino Levi]


O enfrentamento de lotes planos

Em lotes pequenos, estritos e compridos, predominantes no tecido urbano do país, a organização dos programas residenciais em alas-setores forçou o arranjo de duas alas paralelas à rua, orientadas “frente-fundos” e com pátio entre elas (7), ou arranjos de alas perpendiculares entre si, organizadas em “L”, “T”, “Z” ou “Cruz”. Imposições de índices urbanísticos que restringiam a ocupação do solo, necessidades de acomodar extensos programas e criar áreas livres ou, ainda, desejos de promover privacidade ao setor íntimo num segundo pavimento condicionaram a sobreposição de alas, configurando, consequentemente, uma setorização também em diferentes níveis.

No caso das casas modernas com alas perpendiculares sobrepostas inseridas nesses lotes “ordinários”, as coberturas dos volumes inferiores foram ainda pouco exploradas como terraços, provavelmente em decorrência das dificuldades técnicas, no período, de impermeabilizar lajes. Nos anos 1930, ilustra essa estratégia a Casa Rio de Janeiro 1 (Oscar Niemeyer, 1935), embora com a configuração das alas ainda não tão rígidas. Nos anos 1940 e 1950, as casas Faria Góes / F.E. (MMM Roberto, 1947) (8), Álvaro C. de Sá (João Batista Vilanova Artigas, 1949) e Oswaldo Sant’Anna Jr (Álvaro Vital Brasil, 1958) também são exemplares destacáveis.

Pela independência de suas partes, as alas dessas casas podem ser entendidas como fragmentos tipológicos, ou seja, estruturas arquitetônicas elementares que possuem clara identidade e que podem interagir com outras, formando estruturas mais complexas (9). Esses fragmentos, quando já testados, hipoteticamente são apropriados em novos projetos, numa colagem que busca identificar a melhor resolução ao problema de projeto apresentado (10).

MMM Roberto, Casa Faria Góes / F.E, 1947
Elaboração Ana Clara Lacerda Menuzzi [Acervo Pesquisa Casa Contemporânea Brasileira]

João Batista Vilanova Artigas, Casa Álvaro C. de Sá, 1949
Elaboração Ana Clara Lacerda Menuzzi [Acervo Pesquisa Casa Contemporânea Brasileira]

Álvaro Vital Brazil, Casa Oswaldo Sant’Anna Jr, 1958
Acervo Pesquisa Casa Contemporânea Brasileira [Acervo Pesquisa Casa Contemporânea Brasileira]

No arranjo da ala social-serviços, se observa que a identidade tipológica busca promover a concentração dos ambientes de serviço, configurando faixas, núcleos ou alas de áreas compartimentadas ou áreas servidoras que, por contraponto, permitem configurar o estar, ou área servida, como uma grande planta livre. Nas alas íntimas lineares, essa mesma identidade se expressa através da disposição modular dos quartos ao longo de um único eixo, padronizando a orientação solar deles e uniformizando o tratamento da fachada principal da ala. A partir do número e tamanho dos quartos, a largura e comprimento das alas íntimas variam quanto ao tipo de corredor – carga dupla ou simples (11) –;aos modos de inserção dos elementos irregulares de composição (banheiros e closet) – no intermeio dos quartos, nas terminações dos corredores, internalizados entre o corredor e os quartos, ou a combinação destes –; e ao modo de inserção da escada – no intermeio dos quartos, paralela ao corredor; em um mezanino ou vazio, que dilata as dimensões horizontais da ala. Combinando essas variações, é mantida a configuração linear das alas íntimas que, entendidas como alas-fragmentos, são replicadas em novos projetos, subordinando ou dando liberdade ao arranjo da ala social-serviço.

Nos anos 1970, essa mesma investigação parece ter guiado o projeto da Casa Silvio A. Bueno Neto (1978) que Paulo Mendes da Rocha desenvolve na sua fase madura, porém já com alguns indícios de transgressão tipológica. No arranjo da sua ala social, está replicada a solução de concentração das áreas servidoras para beneficiar a configuração da planta livre da área servida e, no arranjo da ala íntima, a solução de dispor modularmente quartos com banheiros internalizados e corredor de carga simples, soluções estas consolidadas nos anos 1940 e 1950. Mendes da Rocha, contudo, aqui enterra parcial e longitudinalmente o volume principal no terreno estreito e comprido, transformando a sua cobertura em um efetivo terraço. Esse terraço, por sua vez, é protegido em parte por um grande pórtico em concreto que, disposto transversalmente e no centro do lote, faz o papel de uma segunda ala, configurando um arranjo em cruz que deixa ver a interpenetração de sólidos. Assim, a articulação das “partes-pré-existentes” conduz a um “todo-novo” (12), o que pode explicitar o artifício de colagem de fragmentos de tipo e de tensionamento de esquemas pré-existentes já entre arquitetos modernos.

 

Paulo Mendes da Rocha, Casa Silvio A. Bueno Neto, 1978
Elaboração Ruth Verde Zein

O enfrentamento de lotes íngremes

O arranjo de alas independentes foi ainda perseguido no enfrentamento de topografias íngremes, sendo a estratégia de sobreposição de alas adotada aqui para acomodar e minimizar os impactos do conjunto sobre o terreno. Alas dispostas em paralelo às curvas de nível e acomodadas em diferentes níveis determinaram, mais uma vez, o surgimento de pequenos terraços-coberturas entre elas, o que pode remeter tanto às soluções mediterrâneas, quanto ao terraço-jardim corbusiano. Neste contexto, com intenção clara de apoiar ou fundir as edificações no terreno, consolidam-se casas com volumes em cascata, configuradas por um aglomerado de volumes sem hierarquia entre si, e casas com volume-pódio, onde se observa um volume-base encravado no solo que serve de base a um volume superior que possui maior hierarquia compositiva no conjunto.

Casas escalonadas em terrenos íngremes: Vila Oro (Bernard Rudofsky, 1934-37) e Casa do Arquiteto (Sérgio Bernardes, 1960)
Elaboração Mateus da Silva Oliveira [Acervo Pesquisa Casa Contemporânea Brasileira]

Ainda recorrendo ao pódio, merecem ser destacadas as soluções em que, sobre ele, é apoiado um volume com pilotis ao gosto corbusiano, configurando um arranjo verticalmente tripartido. Tratado aqui como base/pilotis/mirante, esse arranjo pode ter suas origens no edifício em Argel (1933), de Le Corbusier, onde o pilotis de um volume é o terraço-jardim de outro. A solução pode já ilustrar um exercício de fusão de esquemas tipológicos distintos – o do “volume sobre o pódio e do volume sobre pilotis” (13) –, bem como pode ilustrar a tensão entre os desejos de apoiar e de alçar a composição. O todo-novo resultante, contudo, ainda preserva características das partes pré-existentes.

Casa Gilberto F. da Silva, Sérgio Bernardes, 1956; Paulo Mendes da Rocha, Casa James Frances King, 1972
Elaboração Mateus da Silva Oliveira / Ruth Verde Zein [Acervo Pesquisa Casa Contemporânea Brasileira]

A casa contemporânea – “ainda” como colagem de fragmentos de tipos

A descrição dos esquemas adotados no modernismo, apesar de compor um mosaico complexo, parece fundamental para introduzir o grupo de casas aqui analisadas. Hipoteticamente, tais casas sobrepõem dois esquemas largamente empregados no modernismo – alas perpendiculares sobrepostas e escalonamento volume-pódio –, no caso em estudo, um pódio parcial resultante do aterramento de uma das alas que, em parte, serve de base para o alçamento da outra.

Essa complexa trama de possíveis relações tipológicas, com maior ou menor complexidade, se vislumbra na produção de diversos escritórios contemporâneos brasileiros, além dos já referidos SPBR Arquitetos e Nitsche Arquitetos (14). Neste contexto, merecem ser destacadas casas dos escritórios Frederico Zanelato (15) – Melo (2006), Embu 2 (2009), DTJC (2010), Ouro Preto 01 (2011), Alves (2013); Arquitetos Associados (16) (ML2, 2008); e Yuri Vital (17) (Ibirapitanga, 2009).

Frederico Zanelato, Casas DTJC (2010), Ouro Preto 01 (2011), Alves (2013); Arquitetos Associados, Casa ML2 (2008) e Yuri Vital, Casa Ibirapitanga (2009)
Imagem divulgação / Elaboração Ana Lunardi / Brena Oliveira [Acervo Frederico Zanelato / Acervo Pesquisa Casa Contemporânea Brasileira]

Tais casas evidenciam as inúmeras possibilidades compositivas que um mesmo esquema pode absorver. O apoio de alas perpendiculares escalonadas pode recorrer a uma terceira plataforma uniformizadora (DTJC e Alves – Zanelato); o terraço de uma ala pode se caracterizar como espaço de passagem em relação à rua (Ibirapitanga – Vital); ou, ainda, outros esquemas tipológicos, como pátios, podem ser hibridizados em alas isoladas (Ibirapitanga – Vital; ML2 – Arquitetos Associados).

Esse processo de hibridização de esquemas, de associação de fragmentos tipológicos, não apenas surge como adaptação ao contexto e microuniverso de cada casa, mas pode refletir também uma estratégia de projeto que, apesar de já presente na modernidade, passa a ser mais recorrente na arquitetura contemporânea, acatando o universo de referências – modernas e contemporâneas –, não como modelos a serem seguidos, mas como soluções que ampliam as possibilidades de criação.

Entre o apoio e o alçamento – Santa Teresa e Ilhabela

É nesse contexto que se destacam as casas Santa Teresa (SPBR Arquitetos, 2004,) e Ilhabela (Nitsche Arquitetos, 2008). Nelas, em maior ou menor grau, a ambiguidade discutida na introdução do artigo, entre o ato de enraizar e erguer o edifício do solo, fica explícita e é materializada pela estratégia de sobrepor distintas soluções tipológicas, bem como de colar fragmentos tipológicos.

Para análise das mesmas, recorre-se a dois aspectos principais – implantação / arranjo formal e arranjo espacial, considerados essenciais para a análise tipológica pretendida. A seleção de tais aspectos, naturalmente, implica numa redução da complexidade das obras ou, como afirma Leatherbarrow, numa “abreviação de qualidades”, numa “violência com o original” (18). Acredita-se, contudo, que o destaque destes aspectos possibilita a construção de uma imagem coerente da totalidade de cada obra, bem como permite destacar convergências e divergências entre as obras, oferecendo ao debate uma nova forma de interpretação.

Implantação/ arranjo formal

A Casa Santa Teresa foi construída na cidade do Rio de Janeiro, em um dos pontos mais altos do Morro Santa Teresa. A Ilhabela também se encontra em local de grande altitude, um morro da cidade de Ilhabela SP.

Em comum, as duas casas estão implantadas em terrenos de grandes extensões, com acentuada declividade e limites irregulares. Os desníveis dos dois terrenos e as visuais a serem exploradas, aparentemente, são os principais condicionantes que definem e aproximam os seus arranjos formais. Abstraindo aspectos particulares, observa-se que, transversalmente no lote e em sua cota mais alta, é disposto um volume-mirante, e numa cota inferior e longitudinalmente no terreno, um volume-pódio, ou um pódio parcial que visa à acomodação da casa na topografia. Definidas estas estratégias comuns, contudo, as intenções projetuais parecem buscar distintos horizontes – a Santa Teresa alça-se do solo, a Ilhabela, apoia-se.

Casa Santa Teresa, implantação e vista geral, SPBR Arquitetos, 2004
Elaboração Ana Menuzzi [Acervo Pesquisa Casa Contemporânea Brasileira]

Casa Ilhabela implantação e vista geral, Nitsche Arquitetos, 2008
Elaboração Ana Menuzzi [Acervo Pesquisa Casa Contemporânea Brasileira]

Na Casa Santa Teresa, o volume superior se desvincula do inferior através de um pilotis apoiado em duas placas de concreto e o seu volume inferior se ergue do solo por meio de duas colunas centrais que configuram um duplo balanço a desafiar a gravidade. Esse uso do pilotis no esquema “L/ T” escalonado pode representar uma transgressão tipológica, pois remete também ao referido esquema base/pilotis/mirante. Por outro lado, a casa pode ainda possuir explícitas relações com a casa Silvio A. Bueno Neto (Paulo Mendes da Rocha, 1978), a partir da qual ainda transgride, com o desmantelamento da imagem do pódio como um apoio estável.

Na Casa Ilhabela, o gesto de apoio se faz mais evidente no volume inferior, que funciona como uma espécie de contenção do terreno para a criação de um pátio de serviço semienterrado. No seu volume superior, um pilotis se insinua, adotado como estratégia para evitar o enfrentamento de uma grande pedra existente no terreno, contudo, o fechamento parcial deste mesmo pilotis reforça o gesto do apoio. Por outro lado, esse pilotis sobre a pedra, ao assumir dupla altura, sugere fundir o esquema pátio em um esquema linear, o que pode remeter a casas de Artigas, em que insere vazios de dupla altura em prismas compactos, associando-os aos elementos de circulação vertical, como nas casas Heitor de Almeida (1949), José L. Magnani (1981).

Pilotis e pátio vertical: Casa Santa Teresa, SPBR Arquitetos, 2004 e Casa Ilhabela, Nitsche Arquitetos, 2008
Elaboração Ana Menuzzi [Acervo Pesquisa Casa Contemporânea Brasileira]

As inquietantes operações tipológicas da Santa Teresa parecem reverberar também no tratamento de seus volumes. Se na Casa Ilhabela, a estaticidade do volume prismático é observada, no volume superior da Casa Santa Teresa há uma ambiguidade no tratamento dos seus elementos de arquitetura, oscilando entre conferir-lhes uma expressão volumétrica ou planar, Esse argumento é demonstrado na estratificação das lajes que não seguem uma mesma projeção, nas empenas laterais que se prolongam horizontal e verticalmente além dos limites do volume e que não se apoiam no solo; e ainda, no descolamento visual entre as empenas e o presumível volume original, através dos negativos volumétricos promovidos pela disposição das escadas transversais. Essa ambiguidade tem fortes referências nas obras de Paulo Mendes da Rocha e se faz expressiva entre casas contemporâneas brasileiras (19).

Independente destas especificidades relativas aos gestos de apoio e/ou alçamento, outras soluções são convergentes entre as casas, como o emprego de empenas cegas transversais contrapostas às superfícies envidraçadas longitudinais, o que remete à tradição da arquitetura brutalista paulista, e o emprego de brises móveis como artifício para proteger as fachadas envidraçadas da incidência solar – leste e oeste do volume inferior da Casa Santa Teresa e oeste do volume superior da Casa Ilhabela.

Elementos compositivos recorrentes: Casa Santa Teresa, SPBR Arquitetos, 2004 e Casa Ilhabela, Nitsche Arquitetos, 2008
Elaboração Ana Menuzzi [Acervo Pesquisa Casa Contemporânea Brasileira]

Correspondendo diretamente com as estratégias de tratamento dos volumes, observa-se distintas soluções estruturais. As empenas transversais do volume superior da Casa Santa Teresa, que arrematam os vãos das escadas, funcionam como grandes vigas que se apoiam em dois pilares/cada, conjunto esse travado por três vigas invertidas na cobertura. Essas vigas de cobertura, por sua vez, atirantam a laje de piso, com o reforço de uma coluna centralizada. O volume inferior, como já observado, é sustentado por colunas centralizadas, configurando generosos balanços. Estas colunas servem de apoio para vigas transversais que, invertidas na cobertura e em balanço, sustentam vigas longitudinais que, por sua vez, sustentam tirantes que alçam as lajes de piso do volume.

Casa Ilhabela, correspondência entre modulação da planta do volume inferior da casa e modulação estrutural, Nitsche Arquitetos, 2008
Elaboração Ana Menuzzi [Acervo Pesquisa Casa Contemporânea Brasileira]

Arranjo espacial

Ambas as casas organizam seus programas em distintos níveis, mas com uma diferença essencial – a Casa Santa Teresa dilui o seu programa principal nos dois volumes, contrapondo-se à Casa Ilhabela, que concentra estas atividades no volume superior.

Casa Santa Teresa, zoneamento do 1o ao 4o pavimento, SPBR Arquitetos, 2004
Elaboração Ana Menuzzi [Acervo Pesquisa Casa Contemporânea Brasileira]

Casa Ilhabela, zoneamento 1o ao 3o pavimento, Nitsche Arquitetos, 2008
Elaboração Ana Menuzzi [Acervo Pesquisa Casa Contemporânea Brasileira]

Os arranjos das alas, isoladamente, explicitam-se como fragmentos tipológicos, já que replicam soluções (ou suas lógicas) amplamente empregadas em outras casas organizadas em alas, sejam modernas ou contemporâneas. Nos setores sociais, observa-se a configuração de faixas: uma servidora que concentra os ambientes compartimentados – escada/lavabo (Casa Santa Teresa) e escada/balcão da cozinha/lavabo (Casa Ilhabela); e uma servida que define a grande planta livre, onde se desenvolvem os ambientes do setor social ou a planta modulada do setor íntimo.

A posição da faixa servidora é definidora de distintas espacialidades – transversal ao volume, possibilitando a dupla abertura longitudinal do estar para a paisagem (Casa Santa Teresa); e longitudinal, priorizando a sua abertura para um único enquadramento (Casa Ilhabela). A estratégia da Santa Teresa permite a exploração das visuais para a paisagem do Rio de Janeiro e para morro de mesmo nome da casa e na Ilhabela, para a paisagem e para o pátio de dupla altura inserido em meio ao arranjo linear.

Elementos irregulares e circulações no setor social: Casa Santa Teresa, SPBR Arquitetos, 2004 e Casa Ilhabela, Nitsche Arquitetos, 2008
Elaboração Ana Menuzzi [Acervo Pesquisa Casa Contemporânea Brasileira]

Espacialidade da sala de estar: Casa Santa Teresa, SPBR Arquitetos, 2004 e Casa Ilhabela, Nitsche Arquitetos, 2008
Elaboração Ana Menuzzi [Acervo Pesquisa Casa Contemporânea Brasileira]

Nos dois casos, deve-se destacar ainda a contraposição espacial entre a horizontalidade sugerida pelas aberturas longitudinais e a verticalidade promovida pelo rasgo na laje do setor social da Casa Santa Teresa, que impõe pontualmente um pé-direito duplo ao seu pilotis, e pelo pátio com pé-direito duplo da Casa Ilhabela.

Exploração de pés-direito duplos: Casa Santa Teresa, SPBR Arquitetos, 2004 e Casa Ilhabela, Nitsche Arquitetos, 2008
Elaboração Ana Menuzzi [Acervo Pesquisa Casa Contemporânea Brasileira]

Nos setores íntimos das duas casas, banheiros/closets são introduzidos no intermeio dos quartos e/ou internalizados nas plantas, buscando não comprometer a composição das fachadas com a interferência das pequenas janelas dos banheiros. Essa disposição dos banheiros e o arranjo linear dos quartos acessados por um corredor de carga simples remetem a soluções previamente testadas nos projetos modernos aqui apresentados e que são aqui replicadas com pequenas variações.

Ambientes compartimentados e circulações no setor íntimo: Casa Santa Teresa, SPBR Arquitetos, 2004 e Casa Ilhabela, Nitsche Arquitetos, 2008
Elaboração Ana Menuzzi [Acervo Pesquisa Casa Contemporânea Brasileira]

Definidos assim os arranjos das alas social e íntima, o desafio centra-se na construção de uma rede circulatória e no controle das espacialidades dela decorrentes. Cada casa propõe dois núcleos de escadas, com distintas hierarquias. Os núcleos principais, que conectam todos os pavimentos, são lineares e periféricos, minimizando o impacto no arranjo espacial das alas. Contudo, pela sobreposição destas escadas entre os pavimentos, as cozinhas das duas casas se configuram como zonas de passagem. Funcionalmente, essa estratégia é mais impactante na Casa Ilhabela, dada à integração da cozinha com o estar, e é explorada como parte de uma grande promenade na Casa Santa Teresa, onde a cozinha, isolada dos demais ambientes, se integra visualmente ao pilotis.

Ambientes compartimentados e circulações: cozinha-pilotis – Casa Santa Teresa, SPBR Arquitetos, 2004 e Casa Ilhabela, Nitsche Arquitetos, 2008
Elaboração Ana Menuzzi [Acervo Pesquisa Casa Contemporânea Brasileira]

O arranjo volumétrico e o zoneamento proposto na Casa Santa Teresa impõem a ela grandes deslocamentos horizontais e verticais, o que, a princípio, parece ser uma negação das premissas funcionalistas de compacidade. No entanto, uma análise mais atenta desta casa pode revelar que os percursos pelo hall da escada junto ao setor íntimo (fechado por elementos vazados) e pelo pilotis-cozinha (rasgado por jardins e animado por diferentes níveis) são promotores de dilatações espaciais que se contrapõem à compressão dos percursos junto ao corredor íntimo e junto às escadas. Assim, apesar de guiada por um rigoroso zoneamento, a Santa Teresa parece buscar, através de sua rede circulatória, não unicamente a eficiência, mas também a promoção de experiências espaciais contrastantes e surpreendentes, como observado em outros projetos do próprio SPBR Arquitetos (20). Em contraponto, na Casa Ilhabela, onde a rede circulatória se faz mais compacta, a passagem pela própria escada e corredor íntimo parece assumir importância na experiência espacial, compensando a restrita geometria sugerida em planta pelo fechamento vertical envidraçado que dilata esses espaços para o exterior. Esta mesma dilatação se faz persistente, só que em sentido inverso, com a passagem pelo pátio com pé-direito duplo.

Espacialidade nas circulações: Casa Santa Teresa, SPBR Arquitetos, 2004 (superior) e Casa Ilhabela, Nitsche Arquitetos, 2008 (inferior)
Elaboração Ana Menuzzi [Acervo Pesquisa Casa Contemporânea Brasileira]

Um entrelace ou considerações finais

A partir da análise realizada, a hipótese levantada de apropriação do legado moderno parece ter sustentação. Soluções das alas-setores consolidadas na modernidade são aqui apreendidas, como demonstram o emprego de empenas cegas transversais opostas aos planos envidraçados longitudinais; a configuração de faixas que delineiam áreas servidoras e áreas servidas; a internalização dos elementos de composição irregulares, para não comprometer a composição livre das fachadas; a configuração linear e periférica de núcleos verticais de circulação, para favorecer a composição da planta livre.

Na armação do conjunto, contudo, mesmo que preservado o esquema formal comum, particularidades das casas se revelam, sugerindo distintas reinterpretações desse legado moderno e o próprio tensionamento do referido esquema. Do ponto de vista da implantação/arranjo formal, o desafio de acomodação das casas nos terrenos leva à sobreposição de diferentes esquemas tipológicos em cada uma de suas partes (base/pilotis/mirante na Santa Teresa e pátio na Ilhabela) e a relação entre soluções estruturais e tratamentos volumétricos impacta de modo diverso a expressão formal de apoio e/ou alçamento do conjunto em relação ao solo. O arranjo espacial, por sua vez, revela distintas ênfases ao desempenho funcional e à consolidação de promenades espaciais.

A Casa Ilhabela se amalgama mais ao solo, com um volume-arrimo e outro que se funde à rocha presente no terreno, sem respiro para um pilotis pleno. Esses volumes rígidos, cujas modulações espaciais e estruturais são correspondentes, alinham-se mais à herança moderna, bem como o zoneamento e a rede circulatória da casa que, definidos a partir de uma premissa funcionalista, respondem atentamente às contingências programáticas e contextuais.

A Casa Santa Teresa é mais transgressora no que se refere ao tratamento volumétrico, intimamente ligado ao seu arrojado sistema estrutural. Com generosos balanços, vão livres e o desmantelamento do volume em planos alçados do solo, a composição parece desafiar a gravidade, dramatizando ainda mais a ambígua relação entre apoio e alçamento que os modernos começaram a experimentar. A mesma transgressão pode ser observada na definição de uma rede circulatória que parece buscar mais a construção de espacialidades surpreendentes, do que conformar um corpo dito “eficiente” pela compacidade de suas circulações. Nela, a intencionalidade criativa do arquiteto parece transcender a mera resposta ao programa e ao lugar, o que, por sua vez, distancia a sua solução da mera replicação dos repertórios e postulados modernos.

O arranjo tipológico comum às duas casas, portanto, é interpretado de modo complexo, sobrepondo tipos e tensionando os arranjos das partes referendadas. Esse esquema, portanto, não representa a prefiguração de um resultado final, mas um ponto de partida que possibilita inúmeras variações formais e até mesmo a sua própria modificação estrutural.

Numa perspectiva processual, o arranjo das alas perpendiculares das casas contemporâneas aqui analisadas, quando escalonadas em terrenos íngremes, pode representar uma modificação estrutural em relação aos esquemas tipológicos recorrentemente empregados no modernismo. Não existe nelas, portanto, uma relação “todo-existente/todo-novo” (21), mas, ao mesmo tempo, é perceptível uma progressão que vai das “partes-existentes” para um “todo-novo” que, por sua vez, também está em contínua transformação.

Assim, ao mesmo tempo em que se reconhece o patrimônio tipológico moderno, o juízo de valor sobre ele frente ao problema de projeto apresentado se constitui num “modo de neutralizar as referências históricas” ou de desconectar “de um elo inescapável com o passado”, como observam Giulio Carlo Argan (22) e Rafael Moneo (23). Essa contradição entre aceitação e negação tipológica estabelece, assim, uma “destruição criadora”, cujos resultados revelam uma continuidade impregnada de descontinuidades, um novo recriado, ora explícito e ora implícito.

Casa Santa Teresa, Rio de Janeiro RJ, 2004. SPBR Arquitetos
Foto Nelson Kon

notas

1
Escritório fundado em 2003 e coordenado por Ângelo Bucci. O arquiteto é graduado (1987), mestre (1998) e doutor (2005) pela FAU USP. Professor na FAU USP desde 2001 e na Escola da Cidade (2002-04). Entre 1987 e 1992, fundou o escritório Arquitetura Paulista, com Álvaro Puntoni e Álvaro Razuk, e, entre 1996 e 2002, foi sócio do escritório MMBB, com Fernando de Mello Franco, Milton Braga e Marta Moreira. O projeto da Casa Santa Teresa é assina pelo arquiteto, juntamente com Ciro Miguel, João Paulo M. de Faria, Juliana Braga, Maria Isabel Imbronito, Susana Jeque e Tatiana Ozzetti.

2
Escritório fundado em 2000, pelos irmãos Lua Nitsche, Pedro Nitsche e João Nitsche. Lua Nitsche é graduada pela FAU USP (1996), pós-graduada (2015) pela Escola da Cidade e professora na Escola da Cidade desde 2009. Pedro Nitsche é graduado (2000) pela FAU USP. João Nitsche é graduado em Artes Plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado – Faap (2002).

3
O conceito de esquema tipológico se prende à abordagem clássica de “tipo” de Quatremère De Quincy, a partir do qual Argan define como a “estrutura interior”, “princípio” ou “raiz formal comum” que é deduzida de um grupo de edifícios análogos, através da eliminação das suas características particulares ou da redução de suas variantes formais complexas. ARGAN, Giulio Carlo. "Sul concetto di tipologia architettonica". In ARGAN, Carlo Giulio. Progetto e destino. Milano, Il Saggiatore, 1965.

4
LEATHERBARROW, David. O ofício da crítica. ArchDaily Brasil, 31 jul. 2014 <https://www.archdaily.com.br/br/624983/o-oficio-da-critica-david-leatherbarrow>.

5
Argumento também presente em BASTOS, Maria Alice Junqueira; ZEIN, Ruth Verde. Brasil: arquiteturas após 1950. São Paulo, Perspectiva, 2010.

6
MONTANER, Jose Maria. Arquitetura e critica. Barcelona, Gustavo Gil, 1999.

7
COSTA, Ana Elísia da; COTRIM, Marcio. O pátio no Brasil. Da casa moderna à contemporânea. Arquitextos, São Paulo, ano 16, n. 181.07, Vitruvius, jun. 2015. <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/16.181/5560>.

8
A casa FE (1947), também dos Irmãos Roberto, pode ilustrar investigação semelhante, com planta em “L” no pavimento inferior, que é rebatida no pavimento superior, configurando um volume frontal sobre pilotis e um volume posterior ainda não explorado como terraço. HECK, Márcia. Casas modernas cariocas: 1930-1965. Dissertação de Mestrado. Porto Alegre, Propar UFRGS, 2015, p. 206-209.

9
MARTÍ ARÍS, Carlos. Las variaciones de la identidad: ensayo sobre el tipo en la arquitectura. Barcelona, Colegio de Arquitectos de Cataluña, 1993.

10
MARTINEZ, Alfonso Corona. Ensaio sobre o projeto. Brasília, UNB, 2000; MARTÍ ARÍS, Carlos. Las variaciones de la identidad: ensayo sobre el tipo en la arquitectura. Barcelona, Colegio de Arquitectos de Cataluña, 1993; MONEO, Rafael. La solitudine degli edifici e altri scriti. Questioni intorno allarchitettura. Torino, Umberto Allemandi & C., 1999.

11
Considera-se carga simples onde o corredor atende apenas ambientes voltados a de um dos seus lados e o corredor de carga dupla, aos dois lados.

12
MAHFUZ, Edson da Cunha. Ensaio sobre a razão compositiva. Viçosa/Belo Horizonte, UFV/AP Cultural, 1995.

13
COSTA, Ana Elísia da; COTRIM, Marcio; GONSALES, Célia Castro. Transformações no esquema base/pilotis/mirante: narrativas sobre casas contemporâneas brasileiras. Thésis, v. 2, n. 4, Rio de Janeiro, nov./dez. 2017, p. 221-245.

14
O levantamento se restringe a obras de 25 escritórios de arquitetura que, em 2010, foram eleitos pela Revista AU como a “nova geração da arquitetura brasileira”. A produção residencial dos referidos escritórios é objeto de estudo da pesquisa “Casa Contemporânea Brasileira”, desenvolvida desde 2014 pelas universidades Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, Universidade Federal da Paraíba – UFPB, Universidade Federal de Pelotas – UFPel, Universidade de Caxias do Sul – UCS, Universidade Estadual de Goiás – UEG, sendo este estudo um subproduto da mesma. Sobre o tema, consultar: ANTUNES, Bianca; HORTA, Maurício. In AU – Arquitetura e Urbanismo, n. 197, São Paulo, 2010, p. 42-62; e Casa Contemporânea Brasileira. Pesquisa UFRGS UFPB UFPEL UEG UCS, 12 ago. 2014 <https://www.ufrgs.br/casacontemporanea/>.

15
Escritório com sede em Mogi das Cruzes SP e fundado em 1999. Frederico Zanelato é graduado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Braz Cubas – FAU UBC (1999). As casas referendadas no artigo são assinadas por Frederico Zanelato, Regina Sesoko e Regina Santos e ainda por Flávio Coutinho, na Casa Ouro Preto.

16
Escritório com sede em Belo Horizonte, tendo como titulares Alexandre Brasil (Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, 1997), André Luiz Prado (UFMG, 1998), Bruno Santa Cecília (UFMG, 2000), Carlos Alberto Maciel (UFMG, 1997) e Paula Zasnicoff Cardoso (USP, 2000). Assinam o projeto referendado no artigo os arquitetos Alexandre Brasil e Paula Zasnicoff Cardoso, com a colaboração de Isabella Lemos e Mariana Borel.

17
O escritório, com sede em São Paulo, foi fundado em 2006 por Yuri Vital (FAU Mackenzie, 2004).

18
LEATHERBARROW, David (op. cit.).

19
Demostram essa estratégia casas dos Arquitetos Associados (Biovila Pátio, 2012), Carla Juaçaba (Rio Bonito, 2005), Grupo SP (Morro do Querosene, 2004; Marília, 2007; Mangabeiras, 2012; Curitiba, 2014), Yuri Vital (Ibirapitanga, 2009; Tibau, 2009, Catalão, 2011) e, ainda, outras casas do próprio SPBR Arquitetos (Ubatuba 2, 2011-12, Itaipava, 2011-12; Santana do Parnaíba, 2013-14).

20
COSTA, Ana Elisia. A negação da terra. Relações entre As cidades invisíveis de Ítalo Calvino e casas projetadas pelo escritório SPBR Arquitetos. Arquitextos, São Paulo, ano 18, n. 207.05, Vitruvius, ago. 2017. <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/18.207/6667>

21
MAHFUZ, Edson da Cunha (op. cit.).

22
ARGAN, Giulio Carlo (op. cit.) e MONEO, Rafael (op. cit.).

23
MONEO, Rafael. On Tipology. Opositions 13. Cambridge, MIT Press, 1978.

sobre as autoras

Ana Elísia da Costa é graduada pela PUC GO (1993), mestre (2001) e doutora (2011) pela UFRGS. Professora do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFRGS desde 2012 e colaboradora no Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da UFPel desde 2017. Professora visitante no Instituto Universitário de Lisboa (2019-2010) e pesquisadora visitante no Instituto Universitário de Arquitetura da Veneza (2005). Desde 2014, coordena a pesquisa Casa Contemporânea Brasileira.

Ana Clara Lacerda Menuzzi é acadêmica do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFRGS. Desenvolve atividades de iniciação científica desde 2016.

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