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drops ISSN 2175-6716

abstracts

português
O correspondente de Vitruvius em Israel, Vittorio Corinaldi, fala sobre o pavilhão e o tema escolhido para a mostra de Israel na última Bienal de Veneza

english
The correspondent of Vitruvius in Israel, Vittorio Corinaldi, talks about the pavillion and the theme chosen by Israel for the last Venice Biennale

español
El corresponsal de Vitruvius en Israel, Vittorio Corinaldi, habla sobre el pabellón y el tema escogido para la muestra de Israel en la última Bienal de Venecia

how to quote

CORINALDI, Vittorio. Bienal de Veneza. Um enfoque particular. Drops, São Paulo, ano 07, n. 017.07, Vitruvius, dez. 2006 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/drops/07.017/1707>.


A recente Bienal de Arquitetura realizada em Veneza encerrou-se já há alguns meses. Ela foi amplamente noticiada e comentada no portal Vitruvius, em artigo de Abilio Guerra publicado na revista Arquitextos (1), cujas impressões correspondem em grande parte às que eu tive, ao percorrer os pavilhões disseminados nos “Giardini” e a mostra principal, instalada no imponente ambiente das “Corderie” do histórico Arsenal.

Qualquer acréscimo àquilo que ele escreveu sería portanto supérfluo de minha parte, no que se refere ao conteúdo do tema central da exposição ou das abordagens específicas dos vários países em seus pavilhões. Sobre estes direi apenas que me tocou mais sua arquitetura (frequentemente assinada por nomes famosos e divulgada na literatura da época de sua construção), do que a forma confusa e ambígua com que foram colocadas muitas das teses apresentadas, numa duvidosa relação com a finalidade cultural e prática de um evento da importância da Bienal.

Fiel porém a minha esporádica contribuição como “correspondente de Vitruvius em Israel”, quero me referir ao pavilhão desse país.

O pavilhão de Israel é projeto do veterano precursor da arquitetura israelense, Zeev Rechter. Construído nos anos do início do novo Estado, reflete a atmosfera de austeridade e limitação que caracterizou aquele período, apresentando-se em sua modesta simplicidade como um documento autêntico, qualidade que veio a faltar em ulteriores manifestações da arquitetura de Israel. E neste sentido ocupa um lugar digno também junto aos demais pavilhões nacionais, alguns dos quais primam por uma elegância de tratamento espacial e fineza de detalhes, mas se demonstram vazíos de conteúdo relevante.

O tema escolhido para a mostra de Israel contrasta com a tendência geral presente em grande parte dos pavilhões, e foi mesmo contestado (sem dúvida em má-fé) por certos participantes europeus portavozes de opiniões políticas anti-israelenses atualmente em voga em círculos da esquerda intelectual: ao invés de se ocupar com prementes problemas de habitação e urbanismo que de formas diversas constituíram o foco de grande parte das exposições, Israel dedicou seu pavilhão a Memoriais e locais de comemoração dos infelizmente numerosos episódios de martírio ou sacrifício humano que povôam sua história.

Não se trata de um alheiamento, indiferente a uma situação urbana que preocupa pelo seu âmbito mundial e pela sua gritante desigualdade social. Trata-se da expressão verdadeira de uma nação que há décadas se confronta com o luto numa espécie de “segunda natureza”, fazendo-o elemento de fundo a todo seu comportamento na formação de uma cultura.

O tratamento arquitetônico dado a esses memoriais é quase sempre anti-retórico, muitas vezes endereçado para uma funcionalidade que antepõe um uso “utilitário” e educativo ao aspecto monumental e celebrativo. Esta é uma qualidade não desprezível, em época em que proliferam os “grandes gestos simbólicos” de arquitetos mais preocupados com promoção e prestígio pessoal do que realmente com a finalidade a que seus edifícios têm que atender.

A apresentação dos projetos não se limitou a fotos, plantas, cortes e maquetes, mas recorreu também a um expediente de abstração que visava elevar o assunto exposto de um mero aspecto técnico para uma categoria de objeto de arte: o elemento gráfico das plantas foi usado como base para composições tri-dimensionais em acrílico, expostas em paralelo com o material ilustrativo dos projetos. Com isto atinge-se uma mensagem abstrata de ordem espiritual que aproxima o observador da intenção embutida na escolha do tema, enquadrando a mostra em um contexto condizente com o nível geral que se espera de um acontecimento como a Bienal, e com um refinamento de gosto bem apropriado à atmosfera única da cidade de Veneza.

notas

1
GUERRA, Abilio. Mostra de Arquitetura na Bienal de Veneza 2006. Arquitextos, São Paulo, ano 07, n. 077.00, Vitruvius, out. 2006 <hwww.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/07.077/305>. 

sobre o autor

Vittorio Corinaldi é arquiteto e trabalha em Tel Aviv, Israel.

Instituto Massuah, dedicado à memória e estudo de certos aspectos do Holocausto

Instituto Massuah, planta do subsolo

Instituto Massuah, planta do pavimento térreo

Instituto Massuah, corte

Instituto Massuah, detalhe do edificio

Instituto Massuah, composição em acrílico

Projeto "Vale das comunidades" do arq. paisagista LipaIahalom, situado no conjunto do memorial "Iadvashem" do Holocausto

Vale das comunidades

Vale das comunidades, implantação

Vale das comunidades, planta do pavimento térreo

Vale das comunidades, cortes

Vale das comunidades

 

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