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drops ISSN 2175-6716

abstracts

português
Gabriela Celani sobre a 4ª conferência internacional sobre aplicações das midias digitais para o patrimônio cultural (Digital Media Applications for Cultural Heritage, DMACH), ocorrida em Aman, Jordânia, no início de novembro de 2008

english
Gabriela Celani on the 4th international conference on applications of digital media for cultural heritage (Digital Media Applications for Cultural Heritage, dmach), held in Amman, Jordan in early November 2008

español
Gabriela Celani sobre la 4º conferencia internacional sobre aplicaciones de los medios digitales para el patrimonio cultural (Digital Media Applications for Cultural Heritage, DMACH), llevada a cabo en Aman, Jordania, hacia comienzos de noviembre de 2008

how to quote

CELANI, Gabriela. Novas tecnologias, antigos monumentos. A conferência internacional sobre aplicações das midias digitais para o patrimônio cultural DMACH (Aman, Jordânia, novembro de 2008). Drops, São Paulo, ano 09, n. 027.02, Vitruvius, abr. 2009 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/drops/09.027/1792>.


Maquete da Pinacoteca do Estado desenvolvida pela equipe do LAPAC


Laboratório de Automação e Prototipagem para Arquitetura e Construção - LAPAC - UNICAMP

A 4ª conferência internacional sobre aplicações das midias digitais para o patrimônio cultural (Digital Media Applications for Cultural Heritage, DMACH), promovida pelo Centro de Estudos de Arquitetura da Região Árabe (CSAAR) e pelo Instituto de Fabricação Digital da Ball State University, foi hospedado pela Petra University, em Aman, no início de novembro de 2008. O evento ocorreu logo após a conferência internacional de arquitetura do mundo árabe, promovida anualmente pelo CSAAR, e foi coordenado pelo professor Jamal Al-Qawasmi, do Departamento de Arquitetura da Universidade King Fahd, da Arábia Saudita.

Apesar das aplicações da computação gráfica na área de história estarem sempre presentes nos congressos internacionais de CAD para arquitetura, como o ECAADE e o SIGRADI, o DMACH foi uma oportunidade única para maior aprofundamento do assunto, pois congregou não apenas arquitetos, mas também topógrafos, físicos, arqueólogos, geólogos, artistas plásticos e cientistas da computação. Segundo o professor Al-Qawasmi, mais de 400 resumos foram submetidos ao congresso, dos quais aproximadamente 200 foram aceitos. Dos 200 artigos completos enviados, apenas 40 foram aceitos para apresentação oral e publicação nos anais do congresso. Essa rigorosa seleção resultou em um livro riquíssimo em exemplos de aplicações das novas tecnologias em casos que vão desde a descoberta de ruínas submersas nas costas do Mediterrâneo  (Ranieri, Loddo, Stocco, Consentino, Capizzi e Messina), até a publicação de uma versão online interativa dos Quattro Libri d´Arquitettura de Palladio (Baldissini, Beltramini e Gaiani).

O tema principal dessa conferência foram as técnicas de digitalização 3D de monumentos históricos, incluindo os sistemas bseados em raios laser, luz estruturada e fotogrametria. Esses métodos começaram a ser introduzidos no Brasil por iniciativas como o Projeto Pelourinho, coordenado por Arivaldo Leão Amorin, que teve início durante a realização do CyArq em Salvador, uma conferência internacional de aplicações de scanner a laser para o levantamento de patrimônio histórico (http://www.cyark.org/3dc/flash.html).  Apesar dessas iniciativas, as técnicas de digitalização 3D ainda são pouco presentes nas escolas de arquitetura do Brasil, embora no ano 2001 elas já fossem consideradas como item indispensável em um currículo ideal de CAD para arquitetos (Mark, Marten e Oxman, 2001).

Por se tratar de uma conferência relativamente pequena, as sessões do DMACH foram divididas em apenas duas salas e houve apenas um keynote speaker, o cientista da computação Marc Pollefeys (http://www.cs.unc.edu/~marc/), professor da ETH Zurich, que fez uma apresentação sobre os aspectos computacionais dos novos sistemas de modelagem tridimensional a partir de imagens em movimento. Pollfeys explicou os detalhes técnicos do sistema, que utiliza técnicas de visão computacional, uma sub-área da inteligência artificial, para retirar das diferentes imagens do video os perfis do objeto, e assim obter uma nuven de pontos que pode ser convertida em modelo de superfícies. As sessões de trabalhos tiveram os seguintes temas: (1) levantamento de patrimônio cultural com scanner a laser , (2) modelagem geométrica e reconstrução digital, (3) aplicações da realidade virtual para o patrimônio histórico, (4) knowledge-systems para o gerenciamento do patrimônio cultural, (5) aplicações para Internet, (6) midia digital como ferramenta de investigação e análise espacial, (7) contextualização, comodificação e semântica, e (8) reconstrução digital e apresentação.

De especial interesse foram os trabalhos que apresentaram aplicações que iam além da simples representação, como o trabalho de Akkelies van Nes, da Universidade Tecnológica de Delft, intitulado Measuring spatial visibility, adjacency, permeability and degrees of street life in excavated towns. A autora utilizou técnicas de análise urbana e espacial, como o space syntax de Hillier, para desvendar aspectos da vida quotidiana de Pompéia, com base em evidências tangíveis como a localização e características das portas de acesso às residências e a distribuição do comércio e outras funções na cidade.

Dentre os participantes do congresso, quase a metade eram italianos. A participação brasileira esteve restrita a apenas um trabalho desenvolvido pelo Laboratório de Automação e Prototipagem  para Arquitetura e Construção (LAPAC) da UNICAMP, em colaboração com a Pinacoteca de São Paulo, por três autoras brasileiras, (ironicamente todas com nomes italianos) Gabriela Celani, Regiane Pupo e Valéria Piccoli.

O trabalho que representou o Brasil descreve uma aplicação incomum, e justamente por isso muito elogiada pelos debatedores da sessão em que foi apresentado. Trata-se de um uso das tecnologias digitais não apenas para a representação do patrimônio cultural, como era o caso da grande maioria dos demais trabalhos. O projeto consiste na execução de uma maquete em escala 1:25 das salas de exposição permanente da Pinacoteca do Estado, com o uso de diferentes tecnologias digitais: corte a laser  e fresa CNC, tratamento digital das imagens dos quadros e impressão colorida a laser, e digitalização 3D das esculturas, para posterior impressão em três dimensões por meio de diferentes técnicas de prototipagem rápida, como a sinterização seletiva a laser e a impressão 3D. A maquete, ainda em fase de finalização, será usada como recurso de planejamento pelos curadores da Pinacoteca, no trabalho de reorganização da coleção permanente do museu. Serão produzidas maquetes das 19 salas de exposições do segundo pavimento do edifício, além das cerca de 100 esculturas e quase 1000 telas.

O projeto da maquete para a Pinacoteca conta com a participação de diversos alunos de graduação e pós-graduação da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC) da UNICAMP, sendo a maioria destes bolsistas da FAPESP e do SAE – Serviço de Apoio ao Estudante da UNICAMP. O projeto conta ainda com a colaboração do LOPCA –Laboratório de Otimização, Projeto e Controle Avançado (LOPCA) da Faculdade de Engenharia Química na UNICAMP, e da Divisão de Desenvolvimento para o Produto do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI).

referências 

Akkelies van Nes, da Universidade Tecnológica de Delft, intitulado Measuring spatial visibility, adjacency, permeability and degrees of street life in excavated towns.

Mark E., Martens B., e Oxman R. E. “The Ideal Computer Curriculum”, ” in H. Penttila (ed.) Architectural Information Management, 19th ECAADE Conference Proceedings (ISBN 0-9523687-8-1) Helsinki, Finland, pp. 168-175, 2001.

agradecimentos

A autora agradece à FAPESP pelos auxílios concedidos para a criação do LAPAC e para a participação na conferência DMACH. A autora agradece também ao SAE-UNICAMP e à FAPESP pela concessão de bolsas aos alunos que participam desta pesquisa, e à DDP-CTI e ao LOPCA pelo apoio e participação no projeto.

sobre o autor

Gabriela Celani é professora do curso de Arquitetura e Urbanismo da UNICAMP.

Gabriela Celani, Campinas SP Brasil

Gabriela Celani (1ª da esquerda para a direita), Jamal Al-Qawasmi (3º da esquerda para a direita) e Marc Pollefeys (5º da esquerda para a direita)
Foto de Michele Chiuini

 

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