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drops ISSN 2175-6716

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A peça “Bom Retiro 958 metros”, com direção de Antonio Araujo do grupo Teatro da Vertigem, revela-nos dimensões da vida contemporânea através do avesso deste tradicional bairro de São Paulo – a sua noite, quando as lojas do Bom Retiro estão fechadas.

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SOMEKH, Nadia. Prêmio APCA 2013 – Categoria “Fronteiras da arquitetura”. Bom Retiro 958 metros / Guilherme Bonfanti (luz) e Carlos Teixeira (direção de arte). Drops, São Paulo, ano 14, n. 077.05, Vitruvius, fev. 2014 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/drops/14.077/5062>.



A peça “Bom Retiro 958 metros”, com direção de Antonio Araujo do grupo Teatro da Vertigem, revela-nos dimensões da vida contemporânea através do avesso deste tradicional bairro de São Paulo – a sua noite, quando as lojas do Bom Retiro estão fechadas.

A encenação começa na Oficina Oswald de Andrade, na Rua Três Rios e, coletivamente, em um percurso de 958 metros, atores e assistência caminham pelos labirintos vazios de galerias comerciais e ruas escuras.  Durante o dia, espaços que aguçam o desejo por consumo; à noite, incita a uma dimensão contemplativa e crítica da arquitetura e da cidade.

O Grupo Vertigem, que existe há mais de 20 anos, sempre se pautou por inovações e locações fora dos padrões usuais. Este espetáculo contou com a pesquisa histórica e arquitetônica de um bairro central cuja característica comercial é voltada para a confecção e substituições migratórias: judeus, italianos, coreanos, bolivianos e paraguaios traduzem o multiculturalismo deste microcosmo.

Na peça, abismos sociais e delírios consumistas se alternam sob luzes que iluminam um patrimônio arquitetônico desconhecido no cotidiano. Na franja da chamada “Cracolândia” convivemos com o sonho e a realidade; a frágil proteção de uma grade no beco da galeria não impede que o público veja a fogueira dos moradores de rua. Demora-se um bom tempo para se perceber quem são os atores protagonistas ou coadjuvantes eventuais, que podem ser parte da assistência ou mesmo uma pessoa qualquer, que passa inadvertidamente pelo local. Como alavanca da expressão destes valores e situações, há a presença da cidade em simbiose com elementos cenográficos de Carlos Teixeira, iluminados com maestria por Guilherme Bonfanti.

De forma frenética, alternam-se referências visuais diversificadas, que oscilam de um ponto de táxi a la Edward Hopper aos sobrados antigos de características históricas. Algumas situações se convertem em pontos altos da caminhada: o desfile fake/fashion no tapete vermelho ao longo da Rua José Paulino, o ringue de box feminino de parar literalmente o trânsito, com participação especial de ocupantes de ônibus e carros passantes, e o grand finale nos escombros do Teatro TAIB, clamando por restauração.

Tive a oportunidade de assistir à peça no último dia da encenação, a convite de Luciana Schwinden, atriz e camaleoa como seus companheiros de grupo. No limite entre teatro e intervenção urbana a obra nos extasia entre contemplação arquitetônica e o olhar crítico da vida atual nas grandes cidades de um mundo consumista e globalizado.

nota

NE
Este texto é desenvolvimento da justificativa de premiação presente na Ata de Premiação APCA 2013, assinada pelos críticos de arquitetura filiados à Associação Paulista de Críticos de Arte. Os prêmios outorgados nas sete categorias – Conjunto da obra; Melhor obra; Obra referencial; Registro de arquitetura; Fronteiras da arquitetura; Promoção à pesquisa; e Urbanidade – foram selecionados por unanimidade ou maioria a partir de critérios discutidos coletivamente. A responsabilidade de redação final coube a um determinado crítico, mas os argumentos foram discutidos coletivamente pelos críticos de arquitetura Abilio Guerra, Fernando Serapião, Guilherme Wisnik, Maria Isabel Villac, Mônica Junqueira de Camargo, Nadia Somekh e Renato Anelli. A relação dos artigos referentes aos sete prêmios da Arquitetura é a seguinte:

WISNIK, Guilherme. Prêmio APCA 2013 – Categoria “Melhor obra”. Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin / Eduardo de Almeida e Rodrigo Loeb. Drops, São Paulo, ano 14, n. 077.03, Vitruvius, fev. 2014 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/drops/14.077/5053>.

VILLAC, Maria Isabel. Prêmio APCA 2013 – Categoria “Promoção à pesquisa”. Concurso Internacional Estação Antártica Comandante Ferraz. Drops, São Paulo, ano 14, n. 077.04, Vitruvius, fev. 2014 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/drops/14.077/5060>.

SOMEKH, Nadia. Prêmio APCA 2013 – Categoria “Fronteiras da arquitetura”. Bom Retiro 958 metros / Guilherme Bonfanti (luz) e Carlos Teixeira (direção de arte). Drops, São Paulo, ano 14, n. 077.05, Vitruvius, fev. 2014 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/drops/14.077/5062>.

CAMARGO, Mônica Junqueira de. Prêmio APCA 2013 – Categoria “Melhor conjunto da obra”. Carlos Lemos. Drops, São Paulo, ano 14, n. 077.06, Vitruvius, fev. 2014 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/drops/14.077/5064>.

GUERRA, Abilio. Prêmio APCA 2013 – Categoria “Registro de arquitetura”. Nelson Kon. Drops, São Paulo, ano 14, n. 077.07, Vitruvius, fev. 2014 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/drops/14.077/5072>.

ANELLI, Renato. Prêmio APCA 2013 – Categoria “Urbanidade”. Conjunto habitacional do Jardim Edite / MMBB Arquitetos, H+F Arquitetos. Drops, São Paulo, ano 14, n. 077.08, Vitruvius, fev. 2014 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/drops/14.077/5074>.

GUERRA, Abilio. Prêmio APCA 2013 – Categoria “Obra referencial”. Centro Paula Souza / Francisco Spadoni e Pedro Taddei. Drops, São Paulo, ano 14, n. 077.09, Vitruvius, fev. 2014 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/drops/14.077/5076>.

sobre a autora

Nadia Somekh é arquiteta e urbanista, professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie e Diretora do Departamento do Patrimônio Histórico e Presidente do Conpresp.

 

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