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drops ISSN 2175-6716

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O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, pretende construir o Memorial da Bíblia a partir de croquis insuficientes de Oscar Niemeyer.

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FIGUEIREDO, Rolando Piccolo. Sobre o Museu da Bíblia. Um “projeto” de um Oscar Niemeyer já desinteressante (e desinteressado). Drops, São Paulo, ano 20, n. 145.04, Vitruvius, out. 2019 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/drops/20.145/7501>.



Na última quarta-feira, dia 9 de outubro, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB) assinou um termo de compromisso que destina 35 milhões de reais iniciais, advindos de emendas parlamentares da frente evangélica, para a construção de um “projeto” de Oscar Niemeyer de 1987 para um Memorial da Bíblia.

Como estudioso e divulgador do trabalho do arquiteto, faço questão de apontar a completa falta de respeito que os proponentes deste projeto apresentam não apenas à memória do próprio Niemeyer, mas também aos cidadãos que merecem um gasto sensível do seu imposto.

Primeiramente, vale destacar que um “projeto” de Oscar Niemeyer para este museu não existe. Mesmo se considerarmos a ampla gama de obras executadas pelo arquiteto a partir de desenhos escassos ou pouco detalhados, neste caso não é possível sequer dizer que existe um anteprojeto – as quatro pranchas de desenho são absolutamente insuficientes para garantir uma construção cuja autoria pudesse ser atribuída postumamente.

Em segundo lugar, torna-se incompreensível o desejo de destinar tamanha quantia a um projeto novo, de qualidade e importância duvidosas, quando na própria Brasília o Teatro Nacional encontra-se fechado por falta de investimentos, e o Touring Clube – uma pequena joia tombada – está largado à própria sorte. Se o dever de preservar nosso patrimônio paras as gerações futuras é previsto na constituição, o desprezo que este investimento espúrio representa em relação aos bens de fato valorizados pela população é nada menos que imoral.

Por fim, é difícil não fazer um paralelo entre os 215 milhões gastos no ‘Museu’ do Amanhã e do orçamento anual de pouco mais de 500 mil reais do Museu Nacional, reduzido a pó juntamente com parte importante de seu acervo. Enquanto diversos bens esperam verbas para conservação (e mesmo restauro), há quem realmente acredite que é edificando um “projeto” de um Oscar Niemeyer já desinteressante (e desinteressado) que estaremos construindo o futuro. Afinal, o passado já não mais é.

A questão claramente é outra.

sobre o autor

Rolando Piccolo Figueiredo é estudante de Arquitetura e Urbanismо na Universidade Presbiteriana Mackenzie.

 

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