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drops ISSN 2175-6716

abstracts

português
Carlos A. Ferreira Martins, professor do IAU, comenta os discursos da grande imprensa e autoridades brasileiras, que acobertam a desigualdade social e a desigualdade no tratamento merecido pelas camadas baixas da população.

how to quote

MARTINS, Carlos A. Ferreira. Pessoas diferentes. E discursos sempre iguais. Drops, São Paulo, ano 20, n. 147.02, Vitruvius, dez. 2019 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/drops/20.147/7556>.


Muro divisório entre a comunidade de Paraisópolis e o bairro do Panambi
Foto Tuca Vieira [manipulação de Abilio Guerra]


Trump amplia as taxas sobre importação de aço brasileiro e Bolsonaro diz que isso não diminui sua admiração pelo norte-americano. Ao mesmo tempo em que critica a escolha do ministro da Economia... da Argentina!

O desmonte da cultura segue acelerado com indicações para a Secretaria (antigo Ministério), Agência Nacional de Cinema e agora Biblioteca Nacional, de pessoas sem competência técnica, mas dispostas a colocar esses órgãos a serviço de suas crenças obscurantistas e da ideologia autoritária do presidente.

O posto Ipiranga explica que é “melhor crescer pouco” e a grande mídia saúda o número do PIB, que no governo Dilma era “um desastre”, como “esperançoso”.

Na França, a proposta de mudança nas aposentadorias – bem mais soft que a nossa – é respondida com uma greve geral que ganha destaque nas primeiras páginas dos nossos jornais. Os mesmos que esconderam as manifestações brasileiras contra a “necessária reforma”.

O Senado aprova as “regras especiais” para a aposentadoria de militares e, por extensão, para as polícias dos Estados. Fica claro, para quem ainda não estivesse, que a “reforma” que prometia “acabar com os privilégios” de fato o faz, com exceção dos militares, dos policiais, do ministério público e dos servidores do judiciário (juízes incluídos) que, como todo mundo sabe, nunca foram privilegiados e precisam ser protegidos.

Até porque prestam relevantes serviços à população como demonstraram recentemente ao “restabelecer a ordem” no escandaloso baile funk de Paraisópolis. A morte estúpida de nove jovens, entra para a categoria de “efeito colateral”.

Não tão inesperado assim, segundo o novo comandante da Rota:

“São pessoas diferentes que transitam por lá. A forma dele abordar tem que ser diferente. Se ele [policial] for abordar uma pessoa [na periferia], da mesma forma que ele for abordar uma pessoa aqui nos Jardins [região nobre de São Paulo], ele vai ter dificuldade”.

Talvez seja por essa sinceridade que ele acaba de ser promovido. E nós, reles mortais, deveríamos ficar contentes em aumentar nossa contribuição à previdência para que ele possa ficar mais perto das pessoas dos Jardins.

sobre o autor

Carlos A. Ferreira Martins é professor titular do IAU USP São Carlos.

 

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