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drops ISSN 2175-6716

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O arquiteto Rodrigo Queiroz homenageia Brasília nos seus 60 anos de vida, efeméride escanteada pela pauta monotemática da pandemia nos meios de comunicação, que se deram conta dos sessenta anos de Brasília em cima da hora.

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QUEIROZ, Rodrigo. Brasília histórica. A capital federal faz sessenta anos! Drops, São Paulo, ano 20, n. 151.07, Vitruvius, abr. 2020 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/drops/20.151/7714>.


Brasília segundo traço de Oscar Niemeyer
Imagem divulgação


Se a perspectiva mais radical e utópica do projeto moderno, nas artes visuais, design, arquitetura e urbanismo, foi uma relação de indistinção absoluta entre arte e vida, a partir do desenho de um espaço universal e infinitamente extensível, poderíamos dizer que a construção de Brasília representa a materialização mais monumental e emblemática do próprio projeto moderno.

Brasília é a imagem de uma modernidade nacional em seu estado mais maduro. A modernidade figurativa e literal das décadas de 1930 e 1940 (perceptível nas personagens femininas nativas de Di Cavalcanti e nas curvas ainda intensamente sinuosas de Oscar Niemeyer ou nas sinfonias de Villa-Lobos) passa por um processo de síntese de sua própria linguagem a partir da segunda metade da década seguinte (anos 1950). O temário e a invenção quase ficcional de um Brasil profundo, primitivo, e a coreografia ao mesmo tempo dinâmica e cambaleante das curvas de sua nova arquitetura dá lugar a uma visualidade mais crua, lastreada pela abstração, mais precisamente a abstração construtiva.

A integração das artes, defendida por Lucio Costa, em Brasília, ganha contornos de síntese, pois seus elementos não são "integrados" no sentido de serem retirados de sua própria autonomia e recombinados, ao contrário, nascem juntos em uma preexistência paradoxalmente ainda sem história.

Agora, as formas solenes, monumentais e silenciosas de Niemeyer, resultam do contraste radical entre luz e sombra, cheio e vazio, curva e reta, transparência e opacidade. A construção de Brasília convoca a intelectualidade brasileira a refletir sobre a relação entre modernidade e tradição a partir de uma chave não figurativa, sendo assim, de teor de comunicabilidade menos literal.

A autenticidade da modernidade, aqui, não se constitui a partir do reconhecimento das virtudes e da beleza extraídas da austeridade de nosso passado colonial, mas é consequência de um gesto capaz de vislumbrar um cotidiano uniforme e integral a partir da construção de formas e espaços que sejam, ao mesmo tempo, a história e a utopia.

nota

NE – texto publicado originalmente na página Facebook do autor, na série “Pílula”, n. 11.

sobre o autor

Rodrigo Queiroz é arquiteto (FAU Mackenzie, 1998), licenciado em Artes (Febasp, 2001), mestre (ECA USP, 2003), doutor (FAU USP, 2007) e professor livre-docente do Departamento de Projeto da FAU USP. Curador de exposições de arquitetura moderna, tais como “Ibirapuera: modernidades sobrepostas” (Oca, 2014/2015), “Le Corbusier, América do Sul, 1929” (CEUMA, 2012), “Brasília: an utopia come true”, (Trienal de Milão, 2010) e “Coleção Niemeyer” (MAC USP, 2007/2008).

 

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