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interview ISSN 2175-6708

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Leia a entrevista de Atsushi Kitagawara realizada em 1994 por Marcelo Tramontano

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Read the interview of Atsushi Kitagawara made in 1994 by Marcelo Tramontano

español
Lea la entrevista de Atsushi Kitagawara hecha en 1994 por Marcelo Tramontano

how to quote

TRAMONTANO, Marcelo. Atsushi Kitagawara. Entrevista, São Paulo, ano 01, n. 004.02, Vitruvius, out. 2000 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/01.004/3349>.


 

Posto Policial Higashinihonbashi. Arquiteto Atsushi Kitagawara

Marcelo Tramontano: Lê-se com freqüência em seus textos sobre as relações que você faz entre Arquitetura e Escultura. O que você diria de outros campos de criação, como o design de moda, o teatro, o cinema...?

Atsushi Kitagawara: No momento, uma de minhas principais referências é a literatura. Estudo muito a literatura japonesa, apesar de não comentar isso com as pessoas. Como falo somente do ocidente, talvez pensem que leio só sobre isso. Dos escritores japoneses, os que mais me influenciaram foram Shuzo Takiguchi e Kenzaburo Oe [Prêmio Nobel de Literatura em 1994]. Outra referência é a arte contemporânea. E a dança, incluindo teatro. A música também, principalmente nomes como Béla Bartok e Berg e, claro, John Cage e Xenakis. Do Japão, Tooru Takemitsu. Dentro da música contemporânea, a produção de Tooru Takemitsu entra no gênero clássico, aproximando-se, ao mesmo tempo, do trabalho de John Cage.

MT: Do mundo da dança, que nomes você incluiria?

AK: Pina Bausch, gosto muito.

MT: E William Forsyth? [Kitagawara chamou um projeto seu, em Tokyo, de "In the middle somewhat elevated", título de uma conhecida coreografia de Forsyth]

AK: Gostava dele até o outono do ano passado [Risos]. Bem, ele é muito interessante. Assisti algumas vezes às suas peças, mas acho que estão se tornando repetitivas. Dos trabalhos de William Forsyth, o que mais gosto é In the Middle Somewhat Elevated. Desce um objeto, uma espécie de bola, do alto do palco e fica pendurado no meio. Os dançarinos se movimentam em volta desse objeto. Gosto muito dessa dança. O fato mais interessante foi que, depois de algum tempo concentrado na peça, o meu olhar se transferiu para o objeto que estava flutuando. Aquilo foi mágico, misterioso. A dança me serve muito como referência, porque considero o dançarino um arquiteto. Um arquiteto que cria espaços em um lapso de tempo, que constrói momentaneamente um espaço, com movimentos das mãos, do corpo... No ano passado, Jiri Kylian, dançarino e coreógrafo holandês, veio visitar o meu escritório em Tokyo. [A convite de Jiri Kylian, Kitagawara realizou, em 1998, o Nederlands Dans Theater, em Den Hague, Holanda, que abriga a companhia de Kylian.] Ele é o líder de um grupo de dança holandês, cujo teatro foi projetado por Rem Koolhaas, e por isso os dois são amigos. Na minha sala, Jiri Kylian tirou suas roupas e começou a dançar. Ele me ensinou, então, várias coisas. Percebi claramente, naquela hora, os espaços que os dançarinos criam, livre e momentaneamente, dentro de um espaço cósmico onde não existe nada. Por exemplo, o espaço da ponta dos pés... Quando faço esse movimento [Kitagawara gesticula com as mãos] crio este espaço... Fiquei impressionado com esta liberdade de criação de espaços. Eu já tinha interesse por coreografia desde antes, e fazer um projeto de arquitetura também é, de alguma forma, escrever uma espécie de coreografia. Em todo caso, naquela hora ocorreu-me que eu realmente deveria continuar considerando o espaço arquitetônico como uma coreografia.

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Toyo Ito

Fredy Massad and Alicia Guerrero Yeste

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