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interview ISSN 2175-6708

abstracts

português
Entrevista com um dos mais importantes arquitetos do movimento Deconstrutivista, que fala da arquitetura contemporânea e dos novos projetos na Espanha

english
Interview with one of the most important architects of the deconstructive movement who speaks about contemporary architecture and new projects in Spain

español
Entrevista con uno de los más importantes arquitectos del movimiento Deconstructivista, que habla de la arquitectura contemporánea y de los nuevos proyectos en España

how to quote

MASSAD, Fredy; GUERRERO YESTE, Alicia. Peter Eisenman. Entrevista, São Paulo, ano 06, n. 023.02, Vitruvius, jul. 2005 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/06.023/3314>.


Estádio Deportivo de La Coruña. Arquiteto Peter Eisenman

Fredy Massad e Alicia Guerrero Yeste: O quê é arquitetura?

Peter Eisenman: A arquitetura é uma disciplina radical que se enfrenta com um problema muito concreto: construir o lugar. Mas, às vezes, para ser arquitetura, deve transformar o lugar. A arquitetura deve constituir o que deve ser. E isto é o que a faz da arquitetura uma disciplina difícil, específica e autônoma. Porque se alguém simplesmente cria um lugar, não está fazendo necessariamente arquitetura. Quando alguém está questionando o lugar, transformando-o, transpondo-o, readequando-o, sempre está alterando aquilo que deve situar. Essencialmente, a arquitetura deve também refletir a transformação social, política e cultural. A arquitetura sempre deverá ter cara de arquitetura e deverá resistir à lei da gravidade. Em arquitetura, as coisas têm que se manter eretas, ter a capacidade de abrigar, devem ter um programa, implantar-se em um lugar… Existem certos aspectos materiais que a definem, que eu diria que são necessários, mas não suficientes. As condições suficientes da arquitetura, no meu entendimento, estão muito além do lugar e do programa. São condições que teorizam sobre algo distinto. Isto é para mim a arquitetura.

FM/AGY: Você é um dos arquitetos contemporâneos que com mais intensidade tem se dedicado a refletir sobre da arquitetura e a intelectualizar sua própria prática.

PE: Para um arquiteto deveria ser tão importante construir como elaborar uma teoria. Manfredo Tafuri sustentava que não é necessário construir, mas, de qualquer modo, não importa o quão interessante pudesse ser minha abordagem teórica: se não construísse projetos importantes, seria esquecido. À medida que alguém vai incrementando sua capacidade para construir edifícios grandes, também vai encontrando mais dificuldades para relacionar teoria com construção. É muito mais complicado conceber grandes edifícios do que uma casa, que foi como iniciei minha carreira.

FM/AGY: Você constata que, intelectualmente, a arquitetura está se empobrecendo?

PE: Sim, creio que estamos rolando encosta abaixo neste aspecto porque não existe um consenso geral. Para a arquitetura moderna existia um consenso geral sobre o que devia ser feito, situação que desapareceu. A Deconstrução deslocou a arquitetura moderna e pós-moderna; basta dar uma olhada na última Bienal de Veneza para comprovar que tudo ali apresentado era Deconstrução. Mas eu entendo que existe um problema hoje e o motivo é porque os arquitetos não sabem o que fazer. Não há uma teoria predominante. No existem líderes teóricos. Por isso é um momento difícil. O quê se pode ensinar? Eu ensino Brunelleschi, Borromini, Le Corbusier, Mies Van der Rohe… Não sei que outra coisa poderia ensinar. Eu não dou aulas sobre Peter Eisenman.

FM/AGY: Mas outros professores dão aulas sobre Peter Eisenman. E as pessoas que trabalham aqui com você aprendem a fazer arquitetura e não a copiar suas formas.

PE: Sim. Mas eu ensino sobre o que sei. Eu não sei nada sobre Peter Eisenman.

[Eisenman gera seus projetos a partir de um processo de investigação com diagramas. Sua investigação com este elemento é o que tem sustentado a evolução de seu trabalho.]

FM/AGY: Qual é a aplicação do diagrama dos pontos de vista prático e teórico?

PE: Uso o diagrama não como forma, mas como idéia. Tento encontrar algo que funcione como diagrama para gerar algo a partir das condições que não poderia ter previsto anteriormente. O diagrama é diferente em cada caso. A mudança, ou o uso, da concepção do diagrama tem evoluído de diagramas mais simples até outros mais complexos. Meus projetos sempre surgem de uma idéia sugerida pelo programa, ou do lugar e sua história. Sempre deve se contar com uma idéia prévia sobre o motivo pelo qual se está solucionando um problema.

Cidade da Cultura, Santiago de Compostela, análise volumétrica. Arquiteto Peter Eisenman

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