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interview ISSN 2175-6708

abstracts

português
Leia a entrevista com Luca Panhota, arquiteto paulistano formado em 2004 no Instituto Pratt de Nova Iorque. Foi premiado em 2008 pela Associação Internacional de Design de Interiores de Nova Iorque

english
Interview with Luca Panhota, architect from São Paulo formed in 2004 at Pratt Institute in New York. He was awarded in 2008 by the International Interior Design Association in New York

español
Lea la entrevista con Luca Panhota, arquitecto oriundo de San Pablo formado en 2004 en el instituto Pratt de Nueva York. Fue premiado en 2008 por la Asociación Internacional de Diseño de Interiores de Nueva York

how to quote

SARTORELLI, César Augusto. Luca Panhota. Entrevista, São Paulo, ano 10, n. 037.02, Vitruvius, jan. 2009 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/10.037/3281>.


Instituto Pratt

César Sartorelli: Como surgiu essa idéia de mudar da profissão de Analista de Negócios para arquiteto?

Luca Panhota: Sempre tive grande admiração por arquitetura. Conversando com meu sobrinho que está prestes a entrar na faculdade, lembrei-me de quando era pequeno e adorava brincar com legos e blocos de madeira, construindo casas, carros e garagens com os blocos miniaturas. Sempre tive uma grande preocupação para que as peças se conectassem precisamente e estivessem com a mesma cor e forma. De família pobre e sem muita informação sobre profissões e disponibilidades, sabia que queria vencer de alguma forma e poder prover para mim e minha família. Isto foi no final dos anos 70 e início dos 80.  Por causa do surgimento dos computadores pessoais e da tecnologia, optei pelo campo de informática, o qual acreditava me daria possibilidade de continuar criando coisas em menor escala e esteticamente agradáveis.

Comecei a trabalhar na Gessy Lever em 1991, um ano antes de me formar na universidade em Administração de Empresas com ênfase em Análise de Sistemas. Paralelamente, como sempre gostei de línguas e do estrangeiro, estudava Inglês, Francês, Italiano e Espanhol. A Gessy Lever proporcionou-me oportunidades de viajar e ampliar meus horizontes e, aliado à facilidade de poder comunicar-me em vários deles, resolvi cursar pós-graduação em Comércio Internacional. Chegamos ao final dos anos 90: o país em crise e intenso êxodo de profissionais para o exterior. Como sempre quis tentar a vida fora, resolvi mudar para Nova Iorque. Aqui cheguei como Gerente de Projetos de uma empresa de consultoria e comecei a visitar empresas e a conhecer mais o mundo das indústrias americanas. Descobrir que a “visão” que temos dos Estados Unidos não é nada parecida com a realidade. As indústrias são arcaicas e o método de trabalho é retrógrado. Resultado: desilusão. Fiquei perdido por um período e em dúvidas, e quando estamos em dúvida, geralmente procuramos soluções onde nos sentimos mais confortáveis. Comecei a estudar pintura a óleo e desenho, num modo de obter gratificação imediata. Lembrei-me com doçura do tempo em que era criança e me perdia nos desenhos e nas cores. Procurei ajuda com um Orientador Vocacional, professor da escola na qual estudava. Lembrei que sempre quis construir, e fazer algo mais tangível e palpável. Um amigo no Brasil me pôs em contato com Arthur Casas. Enquanto perguntava-lhe como era a vida de um arquiteto brasileiro em NYC, disse que me sentia frustrado por não ter perseguido uma vida de arquiteto. Ele então respondeu: “... então deixe de ser frustrado e faca arquitetura, nos só vivemos uma vez”. Isto tem sido meu mantra a partir de então. Procurei informações sobre cursos de arquitetura, montei um portfólio com meus trabalhos de fotografia, pintura e desenho, e fiz inscrição na Columbia University e Pratt Institute, ambos em NYC, onde acabei optando pela Pratt Institute.

CS: Como foi sua formação em Arquitetura nos EUA?

LP: Uma coisa muito legal da Pratt foi que o curso que fizemos era novo. Fomos a primeira turma e a reitora dos cursos de graduação, Catherine Ingrahan, estava muito empenhada em criar o melhor curso de graduação em arquitetura, para os que não tinham background em arquitetura. O curso foi ótimo. Durou 3 anos, de forma integral, com 84 créditos. Tínhamos sempre incentivos para estágios e conexões com o mundo da arte e arquitetura. Tínhamos palestras constantes com Zaha Hadid, Diller Scofidio, Bernard Tcshumi, Terence Riley entre outros.

CS: O curso é mais técnico ou teórico?

LP: O curso foi muito intensivo e desenhado para quem não tinha background em arquitetura. Minha turma era composta de coreógrafos, estudantes de ciência política, administradores, contadores, pintores e, acredite, um geógrafo.

O curso foi ambos, muito teórico e técnico ao mesmo tempo. Como já éramos formados em alguma profissão, não tivemos cursos básicos relacionados com primeira formação, consequentemente não tivemos aulas de história e fomos direto para aulas de teoria da arquitetura. Nos estúdios, os trabalhos tinham uma base de investigação teórica e assumia-se que já sabíamos desenhar e nos expressarmos em forma gráfica; porém muitos de nós já usávamos o computador como gerador de imagens e formas, facilitando assim a compreensão do espaço tridimensional. Claro que tivemos cursos técnicos como cálculo de estruturas, sistemas mecânicos e elétricos, porém os meus preferidos foram os cursos teóricos mais abrangentes. Não só estudamos os clássicos de arquitetura, como tivemos uma vasta abordagem da arquitetura mundial incluindo regiões pouco estudadas como a Índia, o Oriente Médio e a o resto da Ásia, assim como exemplos de questões atuais como problemas em Israel, êxodos urbanos e rurais e até estudos sobre a periferia brasileira.

CS: Depois de formado o arquiteto já assina os projetos como no Brasil?

LP: Depois de formado, o arquiteto nos Estados Unidos deve passar por um doloroso processo de estágios, mal remunerados, onde se espera que aprenda e passe por várias fases do processo em um escritório de arquitetura. Esses estágios chamam-se IDP – Internship Development Program e é composto de 700 unidades, sendo 350 para design e documentos, 70 para administração de construção, 35 para atividades de gerenciamento, 10 em serviços para a comunidade e 235 em uma área de especialização. ;Esse programa tem a duração de 3 anos, e são poucos os que conseguem cumpri-lo nesse período, pois cada unidade equivale a 8 horas de trabalho nas respectivas áreas. Após terminar o IDP, o candidato à profissão tem que submeter-se à análise do Conselho de Arquitetura dos Estados Unidos, que avalia se o candidato está apto ou não a prestar os recentes e atuais 7 exames (até o ano passado eram 9 exames) para poder tirar a licença de arquiteto e finalmente obter o título e assinar projetos.

Aliados a estes exames, as empresas estão hoje exigindo do candidato a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), para que os profissionais possam ter uma melhor compreensão dos problemas e soluções do mundo atual e que possam também propor projetos com um design sustentável.

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Maria Elisa Costa

Fabio Jose Martins de Lima

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