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interview ISSN 2175-6708

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português
Nessa entrevista, Nelson Kon registra suas histórias e impressões, em um processo que o permite reconhecer a origem de seu trabalho, assim contribuindo para a melhor compreensão do papel da fotografia na estruturação da arquitetura

how to quote

COSTA, Eduardo Augusto; GOUVEIA, Sonia Maria Milani. Entrevista Nelson Kon. Uma Fotografia de Arquitetura Brasileira . Entrevista, São Paulo, ano 11, n. 043.02, Vitruvius, ago. 2010 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/11.043/3482>.


Edifício Louveira, arquiteto Vilanova Artigas, São Paulo, 1946
Foto Nelson Kon

Sonia Gouveia: Você conseguiria definir a fotografia de arquitetura? Porque, claramente, nem toda a fotografia em que aparece um edifício é uma fotografia de arquitetura.

Nelson Kon: Considero essa definição difícil. Podemos definir a arquitetura como todo espaço construído pelo homem? Se for isso, uma caverna não é arquitetura. Se o homem for morar lá, isso é arquitetura. Da apropriação de uma caverna pelo homem até a construção de cidades, tudo é arquitetura. A fotografia de arquitetura é a fotografia disso tudo. Então, virou algo enorme. Não sei se dá para estabelecer os limites.

Um exemplo interessante: fotógrafos de rua como Cartier-Bresson ou Brassai registraram a vida nas cidades européias nas décadas de 1930 a 1950. Podemos tentar colocar o trabalho deles em alguma categoria, mas acho que isso não funciona. Paralelamente ao trabalho deles, havia gente fotografando as mesmas cidades daquele jeito que se fazia no século 19 – vista frontal, vista oblíqua – foto documental. Agora, se você quiser conhecer Paris da década de 1950 – a cidade, sua arquitetura – vai ver Cartier-Bresson ou o trabalho desses outros fotógrafos documentais? É claro que o Bresson – tem muita arquitetura ali: a arquitetura e sua pulsação.

Nesse enorme universo que estou chamando de fotografia de arquitetura, eu definiria o que eu faço mais especificamente como fotografia do edifício. Aqui é realmente uma coisa mais facilmente demarcável. Faço um pouco de fotos de cidade também, mas, primordialmente, fotografia de edifícios.

SG: Dentro desta discussão, o (Fernando) Fuão, em “Papel do papel: As folhas da arquitetura...” (6), fala que a função do fotógrafo de arquitetura é embelezar o edifício. Você concorda com essa afirmação?

NK: Como eu disse antes, as revistas de arquitetura e os seus fotógrafos não surgiram para fazer crítica de arquitetura, surgiram em uma militância a favor da difusão da arquitetura moderna. Eram assim e mudaram pouco. No momento em que a arquitetura moderna se consolidou, deveria haver uma mudança no caráter das revistas. Portanto, concordo com o que diz Fuão. As revistas e fotógrafos continuam militantes, a serviço de uma arquitetura e com uma posição quase sempre positiva e acrítica em relação aos projetos que apresentam. Basta você pegar, por exemplo, os títulos das matérias nas revistas brasileiras: parecem anúncios publicitários. Você encontra títulos como “A interessante apropriação de não sei o quê”, com adjetivos. São, em geral, textos em louvor à arquitetura. As fotos seguem a mesma linha.

SG: Na década de 1990, em um número especial da revista Projeto, tanto Fernando Fuão quanto Marina Waisman (7) tinham uma posição bem pessimista com relação à fotografia de arquitetura. Eles colocavam até o termo “ditadura da imagem”, na qual as arquiteturas fotogênicas eram privilegiadas nas revistas em detrimento de arquiteturas não-fotogênicas, porém com outros valores, como funcionalidade.

NK: Isso começou na arquitetura moderna e explodiu no pós-moderno. Hoje é isso.

notas

6
FUÃO, Fernando Freitas. Papel do papel: As folhas da arquitetura e arquitetura mesma. Revista Projeto, São Paulo, n. 176, p. 84-85, jul. 1994.

7
WAISMAN, Marina. O centro se desloca para as margens. Tradução de Anita Regina Di Marco. Revista Projeto, São Paulo, n. 129, p. 73-101, jan – fev 1990.

Casa Mário Taques Bitencourt, arquiteto Vilanova Artigas, São Paulo, 1959
Foto Nelson Kon


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