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interview ISSN 2175-6708

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PIRELLI, Giovanni; et. al. Zé Celso, a irreverência a serviço da teatro e da cidade. Transa Marieta – episódio 6. Entrevista, São Paulo, ano 21, n. 083.04, Vitruvius, set. 2020 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/21.083/7890>.


Zé Celso, Marília Gallmeister, Marcelo Dalourzi, Cafira Zoé, Giovanni Pirelli, Casé Angatu e Zé Celso
Foto divulgação

Impedido de dar prosseguimento às atividades presenciais devido a pandemia de Covid-19, o projeto Marieta lançou em abril de 2020 o “Transa Marieta”, programa de entrevistas com personalidades da arte e da cultura contemporânea, com o propósito de discutir uma trajetória de vida e uma percepção específica do mundo atual. Desde então, o coletivo paulista e diversos convidados conversaram com o escritor Milton Hatoum (1), o músico Arrigo Barnabé (2), a arquiteta Erminia Maricato (3), o gestor cultural Danilo Santos de Miranda (4) e o líder indígena Ailton Krenak (5), todos com expressiva audiência.

Nesse mês de setembro, com a pandemia continuando a matar contingentes expressivos da população brasileira, Casé Angatu, Cafira Zoé, Marcelo Dalourzi, Marilia Gallmeister e Giovanni Pirelli entrevistaram em ambiente virtual o teatrólogo José Celso Martinez Corrêa. O evento contou com a entusiasmada participação prévia dos convidados, que aceitaram o desafio de articular blocos temáticos e perguntas desafiadoras. Contou também com a providencial colaboração da Temporal Editora, em especial de Juliana Bitelli, que viabilizou o evento ao estabelecer o contato inicial.

O sexto episódio da série ocorreu no dia 22 de setembro de 2020, a partir das 18h30, com aproximadamente duas horas e vinte minutos de duração, e transmissão ao vivo via Facebook, na página do projeto Marieta (6). Com grande repercussão e participação do público, teve mais de 2.800 visualizações, 146 comentários, 128 curtidas e 37 compartilhamentos. Agora, na íntegra, a entrevista está disponibilizada na plataforma Youtube e pode ser acessada no módulo 2 dessa edição da entrevista.

O teatrólogo José Celso Martinez Corrêa, o “Zé Celso”, é líder do Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona, companhia teatral que ocupa o Teatro Oficina, que teve três projetos arquitetônicos desenhados por importantes personalidades da arquitetura moderna brasileira. O projeto original (1961-1966) foi assinado por Joaquim Guedes, que deu forma ao teatro sanduíche, com arena central e plateia de ambos os lados – solução depois utilizada por Lina Bo Bardi no teatro do Sesc Pompeia. O segundo projeto (1967-1974) foi dos arquitetos Flávio Império e Rodrigo Lefèvre, que ambientaram um teatro brechtiano, com arquitetura brutalista que valorizava a infraestrutura e o despojamento, e que tomava partido das ruínas que restaram do incêndio ocorrido no período militar – a versão oficial foi um acidente provocado por uma desastrada faxineira, mas até hoje há a suspeita de um sinistro criminoso provocado por grupos de extrema-direita. Por fim, o terceiro projeto (1993-atual), assinado pelos arquitetos Lina Bo Bardi e Jorge Edson Elito, que tem como elementos marcantes a grande vidraça para os terrenos lindeiros ainda vazios e a o teto que se abre para o céu. O Teatro Oficina atual dá suporte para o Teatro Rua imaginado por Zé Celso, mas também é entendido pela trupe como “Terreiro eletrônico” ou “Teatro Pé na Estrada” (7).

A lista de obras encenadas pelas variadas composições do grupo teatral ao longo das décadas é algo impressionante. São montagens que marcaram época e que ficaram na memória dos que presenciaram: Galileu Galilei, O Homem e o Cavalo, Mistérios Gozozos, As Bacantes, Cacilda!, Boca de Ouro, Esperando Godot, Os Sertões – A Terra, Os Sertões – O Homem 1, Os Sertões – O Homem 2, Os Sertões – A Luta 1, Os Sertões – A Luta 2, O Rei da Vela e tantas outras. Trata-se de uma trajetória consagrada, cheia de reconhecimento – prêmios, distinções e publicações.

Outra importante atuação de Zé Celso e da sua companhia teatral é a militância histórica pela manutenção do espaço físico situado no bairro da Bela Vista, em um setor popularmente conhecido como Bexiga. Sem a propriedade do imóvel, mas com uma relevante contribuição artístico-cultural, o teatrólogo conseguiu ao longo dos anos mobilizar grupos de pressão e chamar a atenção na academia e nas agências do patrimônio histórico (8). Com isso foi possível a chancela no campo intelectual, que se desdobrou no tombamento do Oficina nas três instâncias governamentais: primeiro pelo Condephaat estadual, em 1983 (9); a seguir, pelo Conpresp municipal, em 2002 (10); por fim, mais recentemente, pelo Iphan federal, em 2014 (11). Devido o assédio constante do Grupo Silvio Santos, que tem um plano de desenvolvimento imobiliário envolvendo a construção de diversos edifícios nos terrenos lindeiros ao teatro, o grupo teatral se mobilizou em torno da ideia da criação do Parque Municipal do Bixiga, que se tornou projeto de lei em 2017, que dentre outras providências, propõe a renaturalização do rio Bixiga, atualmente enterrado, que passa no terreno ao lado do teatro.

A conversa disponível no bloco 2 dessa publicação contempla esses e outros assuntos, uma conversa muito animada, descontraída e desbocada, como é típico de Zé Celso e dos que o cercam. No bloco 3 será possível conhecer as perguntas elaboradas anteriormente, que formam o roteiro previsto para a entrevista. Assim, quem se interessar, poderá comparar o que se pretendia e o que se realizou. Como a arte transcende a vida, o espetáculo da entrevista real só poderia suplantar a entrevista textual sugerida. Mas, o melhor, é verificar!

[texto de Abilio Guerra]

Teatro Oficina e terrenos em litígio, Bela Vista, São Paulo
Foto Tuca Vieira

notas

1
O primeiro episódio do “Transa Marieta”, com Milton Hatoum, ocorreu no dia 20 de abril de 2020, com início às 18h30, e está disponibilizado no portal Vitruvius: GUERRA, Abilio; MASSI, Augusto; BUSSIUS, Julia. Milton Hatoum: literatura em tempos de cólera política e pandemia de coronavírus. Transa Marieta – episódio 1. Entrevista, São Paulo, ano 21, n. 082.02, Vitruvius, abr. 2020 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/21.082/7713>.

2
O segundo episódio do “Transa Marieta”, com Arrigo Barnabé, ocorreu no dia 12 de maio de 2020, com início às 18h30, e está disponibilizado no portal Vitruvius: GUERRA, Abilio; ROMANO SANTOS, Silvana. As mil faces do artista Arrigo Barnabé. Transa Marieta – episódio 2. Entrevista, São Paulo, ano 21, n. 082.04, Vitruvius, maio 2020 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/21.082/7740>.

3
O terceiro episódio do “Transa Marieta”, com Erminia Maricato, ocorreu no dia 26 de maio de 2020, segunda-feira, com início às 18h30, e está disponibilizado no portal Vitruvius: GUERRA, Abilio; SAMPAIO, Celso Aparecido; WHITAKER, João Sette; RUBANO, Lizete Maria. Erminia Maricato, arquiteta, professora, gestora pública e ativista social. Transa Marieta – episódio 3. Entrevista, São Paulo, ano 21, n. 082.05, Vitruvius, maio 2020 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/21.082/7757>.

4
O quarto episódio do “Transa Marieta”, com Danilo Santos de Miranda, ocorreu no dia 22 de junho de 2020, segunda-feira, com início às 18h30, e está disponibilizado no portal Vitruvius: GUERRA, Abilio; BOGÉA, Marta; PIRELLI, Giovanni. Danilo Miranda, um intelectual a serviço do Brasil. Transa Marieta – episódio 4. Entrevista, São Paulo, ano 21, n. 082.07, Vitruvius, jun. 2020 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/21.082/7792>.

5
O quinto episódio do “Transa Marieta”, com Ailton Krenak, ocorreu no dia 21 de julho de 2020, terça-feira, com início às 18h30, e está disponibilizado no portal Vitruvius: GUERRA, Abilio; FERRAZ, Isa Grinspum; ALTBERG, Marco; ROLNIK, Suely. Ailton Krenak, o intérprete dos intérpretes do Brasil. Transa Marieta – episódio 5. Entrevista, São Paulo, ano 21, n. 083.01, Vitruvius, jul. 2020 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/21.083/7825>.

6
Transa Marieta #6 – Zé Celso em conversa com Cafira Zoé, Casé Angatu, Marcelo Dalourzi, Marília Gallmeister e Giovanni Pirelli, 22 set. 2020 <https://www.facebook.com/projetomarieta/videos/360339041766479/?epa=SEARCH_BOX>.

7
Sobre a trajetória do Teatro Oficina, tanto teatral como arquitetônico, ver: MATZENBACHER, Spengler Carila. Arquitetura teat(r)al urbanística: transformação do espaço cênico – Teat(r)o Oficina (1958-2010). Orientador Guilherme Wisnik. Dissertação de mestrado. São Paulo, FAU USP, 2018.

8
Os diversos pontos de vista presentes no debate de tombamento do Oficina e do destino dos terrenos lindeiros podem ser acompanhados nos artigos publicados pelo portal Vitruvius: MACHADO, Rogerio Marcondes. Teatro oficina: patrimônio e teatro. Os processos de tombamento junto ao Condephaat e ao Iphan. Arquitextos, São Paulo, ano 16, n. 188.00, Vitruvius, jan. 2016 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/16.188/5905>; GALLMEISTER, Marília; MATZENBACHER, Carila. O talento cultural do Bixiga & o Anhangabaú da Feliz Cidade. Minha Cidade, São Paulo, ano 15, n. 180.05, Vitruvius, jul. 2015 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/15.180/5617>; SANTOS, Cecília Rodrigues dos. Teatro Oficina. Defender nosso patrimônio histórico e artístico é alfabetização. Arquitextos, São Paulo, ano 14, n. 160.01, Vitruvius, set. 2013 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/14.160/4876>; LANNA, Ana. Patrimônio cultural, direitos e vontades. Minha Cidade, São Paulo, ano 14, n. 158.03, Vitruvius, set. 2013 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/14.158/4868>; CORREA, José Celso Martinez. Ana Lanna Feliciana. Teatro Oficina em risco. Minha Cidade, São Paulo, n. 14.158.01, Vitruvius, set. 2013 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/14.158/4858>; VERGUEIRO, Frederico. (Re)existência de Lina Bo Bardi. Em defesa do Anhangabaú da FeliZcidade. Minha Cidade, São Paulo, n. 14.158.02, Vitruvius, set. 2013 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/14.158/4862>; CONDEPHAAT, Conselho do. Teatro Oficina. Manifestação dos conselheiros do Condephaat em apoio à presidente. Drops, São Paulo, ano 14, n. 072.08, Vitruvius, set. 2013 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/drops/14.072/4890>.

9
CONDEPHAAT. Processo n. 22.368/82. Tombamento do Teatro Oficina. Resolução de Tombamento: Resolução 6 de 10/02/1983. Livro do Tombo Histórico: inscrição n. 226, p. 62, 19/01/1987. Publicação do Diário Oficial: Gabinete do Secretário da Cultura João Carlos Gandra da Silva Martins, Resolução 6, de 10/02/1983 – O Secretário Extraordinário da Cultura, nos termos do artigo 1o do Decreto-lei 149, de 15 de agosto de 1969, e do Decreto 13.426 de 16 de março de 1979, e considerando não ter o Condephaat se pronunciado sobre a contestação oferecida pelo proprietário do bem tombado, tendo feito na Sessão de 8/2/83, resolve. Diário Oficial do Estado de São Paulo, Seção I, São Paulo, 11 fev. 1983, p. 36.

10
CONPRESP. Resolução n. 22/2002. Tombamento do bairro da Bela Vista. São Paulo, Prefeitura Municipal de São Paulo, Secretaria Municipal de Cultura, Departamento de Patrimônio Histórico, Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade, 10 dez. 2002

11
IPHAN. Processo n. 1515-T-04. Tombamento do Teatro Oficina. Livro do Tombo Histórico: Tombamento homologado em 09/2014. Livro do Tombo Belas Artes: Tombamento homologado em 09/2014. Brasília, Governo Federal, Ministério da Cultura, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, set. 2014.

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