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my city ISSN 1982-9922

abstracts

português
Leia o artigo sobre o bairro de Boa Vista em Recife, que traz uma análise do ponto de vista de suas modificações que imprimiram marcas que simbolizam e narram a sua própria história, sobretudo em sua morfologia e na cultura de seus habitantes

english
Read the article on the district of Boa Vista Recife, which offers an analysis in terms of their changes which printed marks that symbolize and narrate their own history, especially in its morphology and culture of its inhabitants

español
Lea el artículo sobre el barrio de Buena Vista en Recife, que trae un análisis desde el punto de vista de sus modificaciones que imprimieron marcas que simbolizan y narran su propia historia, sobre todo en su morfología y en la cultura de sus habitantes

how to quote

MACEDO, Michelle Luiza Torres. Bairro da Boa Vista, importante registro das transformações da cidade do Recife. Minha Cidade, São Paulo, ano 10, n. 113.02, Vitruvius, dez. 2009 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/10.113/1823>.


Bairro da Boa Vista, Recife
Foto Michelle Luiza Torres Macedo


Bairro da Boa Vista, Recife
Foto Michelle Luiza Torres Macedo

Bairro da Boa Vista, Recife
Foto Michelle Luiza Torres Macedo

Bairro da Boa Vista, Recife
Foto Michelle Luiza Torres Macedo

 

As cidades, desde a sua origem, vêm sofrendo transformações que tem acarretado mudanças estruturais em seus padrões de vida, arquitetura e até mesmo em seus elementos naturais. Essas modificações imprimiram marcas que simbolizam e narram a sua própria história, sobretudo em sua morfologia e na cultura de seus habitantes, que passam a se configurar como elementos essenciais para a formação e afirmação de uma memória coletiva comum a toda a sociedade e que, muitas vezes, extrapola os seus próprios limites. Assim é para a cidade do Recife o Bairro da Boa Vista.

Com mais de 300 anos de existência, o bairro da Boa Vista é um dos resultados mais expressivos desse processo de transformação vivenciado pelo Recife no que se refere à permanência das marcas de um “casco urbano” mais antigo e de uma “nova e moderna cidade” que se desejou implantar, de forma mais intensa, a partir do final da primeira metade do século XX, sob o advento do urbanismo moderno. Essas diferentes épocas, responsáveis pela constituição deste espaço da cidade, deixaram então suas marcas através dos diversos estilos arquitetônicos e traçados urbanos que a caracteriza hoje como um dos bairros históricos mais importantes para a cidade do Recife.

É neste espaço plural que se tem uma das mais vigorosas expressões urbanas da cidade do Recife: edificações de vários estilos arquitetônicos e épocas construtivas distintas, sobretudo o casario mais antigo, com seus sobrados magros e altos; o traçado antigo da cidade de feições “medievais”, com suas vielas, becos e ruas estreitas; e o novo, com largas avenidas e espaços abertos convivem entre si com grande “tolerância” cultural, formando um exemplo vivo dessa expressão, que ao mesmo tempo promove e materializa a história da própria cidade.

Mais recentemente, o bairro da Boa Vista tem sido objeto de relevantes estudos sobre a presença judaica no Recife, uma vez que segundo fatos históricos já comprovados o identificam como o lugar de moradia e de trabalho deste povo, sobretudo ao longo dos dois últimos séculos (XIX e XX).

Desse modo, por sua reconhecida importância histórica para a cidade, o Bairro da Boa Vista, principalmente a área definida na Lei n° 16.176/96 (Lei de Uso e Ocupação do Solo do Recife) como Zona Especial de Preservação do Patrimônio Histórico-Cultural – ZEPH tem sofrido, mesmo que ainda de forma muito lenta, um “processo de valorização” através da implementação de algumas iniciativas no campo do planejamento urbano e da preservação, sobretudo por parte do poder público local. Nesse sentido, a Empresa de Urbanização da Cidade do Recife – URB-Recife, através do seu Departamento de Preservação de Sítios Históricos – DPSH tem norteado e programado algumas ações, bem como a forma de intervenção mais adequada por parte do setor privado, sobretudo dos proprietários de imóveis nessa área.

Essas ações têm demonstrado um crescente interesse por parte desses dois setores - público e privado – na área para intervenções sobre o patrimônio existente no bairro a fim de proporcionar sua conservação e uma conseqüente melhoria na sua ambiência, resgatando-o como espaço urbano “revitalizado” para a cidade. Contudo, essas ações têm ocorrido, em grande medida, de forma fragmentada, descontínua, sem uma devida estratégia que venha a garantir sua sustentabilidade.

A requalificação de áreas urbanas de interesse histórico-cultural tem sido uma das alternativas que vêm obtendo resultados positivos para a preservação dos conjuntos urbanos situados nas Áreas Centrais. Assim, a busca por uma conservação sustentável deste Sítio, com o consequente resgate dos seus valores sociais, culturais, arquitetônicos e econômicos, faz-se necessário a sua reabilitação.

Logo, por meio de um conjunto de diretrizes e da definição de um elenco de ações estruturadoras, deve se buscar a reabilitação de todo o conjunto arquitetônico e urbanístico mais antigo do bairro, através da valorização de seus elementos arquitetônicos; da promoção do resgate de sua importância histórico-cultural para a cidade; e da agregação de novas qualidades funcionais, nomeadamente a partir do estimulo a sua valorização como um capital econômico-cultural da cidade e a diversificação de seu uso, através da dinamização das atividades locais (vida noturna e diurna), desde que em conformidade com o seu uso habitacional. Contribuindo, desta forma, para melhoria da qualidade de vida de sua população local e para um melhor aproveitamento de seu capital imobiliário e cultural por parte de seus usuários.

A reabilitação espacial, com ações voltadas à valorização cultural e à educação patrimonial com a fundamental participação dos usuários através da aceitação e da promoção de todo o processo, ou seja, a promoção do Desenvolvimento Sustentável desta região apoiados nos princípios da Conservação Integrada (CI) faz-se imprescindível a não constituição de um museu, mas a conservação de forma equilibrada do bairro da Boa Vista com sua requalificação física, econômica e social.

sobre o autor

Michelle Luiza Torres Macedo natural de Recife/PE, Arquiteta e Urbanista formada pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco (FAUPE) em Agosto de 2006; Em maio de 2006 iniciou a vida profissional como Arquiteta e Urbanista na Secretaria de Planejamento do Município de Jaboatão dos Guararapes onde permaneceu até o fim da gestão em Dezembro de 2008; atualmente possui escritório próprio (MB Arquitetura – Projetos e Consultoria) além de prestar Assessoria a Prefeitura Municipal de Vicência e Consultoria a Secretaria das Cidades do Governo do Estado de Pernambuco no Programa Academia das Cidades

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