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my city ISSN 1982-9922

abstracts

português
Com base em uma pesquisa que fora desdobrada de uma atividade acadêmica extracurricular, os autores revisitaram as informações outrora produzidas e desenvolveram uma proposta de guia para a região central da cidade de São Paulo. Parte sobre o Bom Retiro.

how to quote

LOURO E SILVA, Hugo; BUENO, Francisco Caparroz; CAMPOS, Fernanda Grimberg Vaz de. Guia arquitetônico de São Paulo. Quarto percurso: Bom Retiro. Minha Cidade, São Paulo, ano 17, n. 198.03, Vitruvius, jan. 2017 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/17.198/6366>.


Mosteiro da Luz, São Paulo
Foto Victor Hugo Mori


Com base em uma atividade acadêmica da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo que visava apresentar regiões com significância histórica e arquitetônica para os estudantes ingressantes nesse curso – evento chamado de “Gincana dos Bixos” – um grupo de alunos responsáveis pela organização do mesmo em 2005 decidiu se organizar para transformar esse evento informal em uma pesquisa, com o intuito de publicá-la e servir como um manual introdutório da própria cidade ao acadêmico recém ingresso.

Esse texto produzido em conjunto teve êxito em uma publicação, patrocinada por um banco privado em 2005 e até hoje essa publicação orbita no Diretório Acadêmico da Faculdade de Arquitetura do Mackenzie como referência para a produção do evento.

Mais de uma década depois, dois de seus antigos organizadores desse evento decidiram se reencontrar para reescrever esse curto guia, mas não só para a região central da cidade, mas em outras regiões importantes nessa cidade e, ainda, com um comprometimento acadêmico mais rigoroso, uma pesquisa mais aprofundada e com ilustrações aquareladas dos edifícios desenvolvidas por um dos autores, a arquiteta Fernanda Grimberg Vaz de Campos.

O percurso sugerido aqui inicia-se na estação Tiradentes do Metrô na Linha Azul, saída B pela Praça Cel. Fernando Prestes, onde o leitor poderá seguir o passeio somente pelo Praça Cel. Fernando Prestes e Avenida Tiradentes, lado par.

Brevíssimo histórico da região

No começo de sua formação, tratava-se de algumas chácaras esparsas que ficavam entre o centro da cidade e o Rio Tietê, de propriedade de algumas famílias de posse que moravam no centro e as usavam como casa de campo às margens do Córrego e da Estrada do Guaré (atual Avenida Tiradentes), desfrutando do silêncio pela proximidade do convento.

Em 1860, instalou-se ali a primeira grande olaria da cidade, a Olaria Manfred.

Em 1867, a primeira estação da São Paulo Railway instalou-se no bairro vizinho e começou a afetar a tranquilidade das chácaras e além de aumentar a referência de valor imobiliário das glebas.

Alguns anos depois, próximo de 1883, um homem de negócios chamado Manfredo Meyer adquiriu todo trecho de terra e o loteou em grandes lotes para venda.

Em 1884, foi instalada nesse bairro a primeira escola primária da cidade de São Paulo, em localização não determinada com assertividade pelos pesquisadores e enfim, alguns poucos anos depois, foi inaugurado a Escola Politécnica, transformando a região também num reduto dos intelectuais e universitários da época.

Em 1880, tem-se registro dos primeiros imigrantes italianos que chegaram pela Estação da Luz e se estabeleceram na região pela proximidade geográfica. Em 1900, iniciam-se também os registros de famílias israelitas. Essas duas comunidades permaneceram em peso até os dias atuais, além de outros imigrantes em menor escala, como os poloneses e chineses.

Em 1910, a região foi decretada como um Distrito de Paz (um conceito de gestão semelhante ao das subprefeituras atualmente). Em 1912 a região, com destaque para a Rua Três Rios, tornou-se o ponto de encontro de intelectuais e boêmios dessa geração.

Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora

Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora
Desenho de Fernanda Grimberg Vaz

Praça Coronel Fernando Prestes, s/n

Construída em 1923 pelo Grupo Salesiano.

O local, que abriga o grupo de religiosos desde 1914, chegou a ter uma capela construída por eles, que foi demolida para dar lugar à igreja atual.

Horário de funcionamento
Segunda a sexta-feira – 9h às 19h
Sábado – 9h às 16h
Domingo – 7h às 10 e das 17h às 19h
Feriados – não há abertura

Edifício Ramos Azevedo

Edifício Ramos Azevedo
Desenho de Fernanda Grimberg Vaz

Praça Coronel Fernando Prestes, 152

Projetado pelo Escritório Técnico Ramos de Azevedo em 1894.

Criado para ser o laboratório de ensaios da Escola Politécnica de São Paulo, que na época abrigava os cursos de Engenharia Civil, Engenharia Agrícola e Arte Mecânica, representou o início dos investimentos, da Instituição e do Governo do Estado, no crescimento da cidade e na preparação das então possíveis mudanças e avanços da tecnologia construtiva.

Horário de funcionamento
Segunda a sábado – 9h às 17h

Centro Paula Souza

Centro Paula Souza
Desenho de Fernanda Grimberg Vaz

Praça Coronel Fernando Prestes, 74

Projetado pelo Escritório Técnico Ramos de Azevedo no final do século 19 para a sede Escola Politécnica no local onde ficava o Solar do Marquês de Três Rios.

Possuía oficinas de carpintaria, serralheria e resistência de materiais, onde foram desenvolvidas as primeiras pesquisas de concreto armado no Brasil.

Atualmente abriga o edifício do Centro de Ensino Técnico Paula Souza do Estado de São Paulo.

Não há visitação turística.

Mosteiro de Nossa Senhora da Imaculada Conceição da Luz e Museu de Arte Sacra

Mosteiro de Nossa Senhora da Imaculada Conceição da Luz e Museu de Arte Sacra
Desenho de Fernanda Grimberg Vaz

Avenida Tiradentes, 676

O local abrigava uma capela a Nossa Senhora da Luz construída por Domingos Luiz, o “Carvoeiro”, em 1603. Essa edificação abandonada por décadas, após a morte do proprietário, foi objeto de restauro em 1765.

Em 1774, Frei Galvão coordenou pessoalmente a construção de um novo abrigo para freiras que, por lei da época, não podiam morar em mosteiros ou conventos. E fundou ali, então, o Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição da Divina Providência, entrando em  funcionamento no ano de 1788. Ainda com parte de igreja inacabada e diferentemente do projeto original, testemunhado em um mural no interior da própria igreja, foi reconhecido como Mosteiro Senhora da Imaculada Conceição da Luz.

Em 1907, começou a servir de depósito para diversas imagens recolhidas de igrejas e capelas demolidas em todo o Brasil, acervo que foi reforçado com a doação de empresários importantes, entre eles, Ciccilio Matarazzo (Francisco Matarazzo Sobrinho).

Com o acervo adquirido, foi aberto ao público em 1970 o Museu de Arte Sacra com peças importantes de Valentim e Aleijadinho, artistas do barroco mineiro, entre muitos outros.

Horário de funcionamento
Terça-feira a domingo, inclusive feriados – 10h às 17h30

Batalhão de Choque “Tobias de Aguiar”

Batalhão de Choque “Tobias de Aguiar”
Desenho de Fernanda Grimberg Vaz

Avenida Tiradentes, s/n

Começou a ser construído em 1888 e inaugurado no ano de 1891, projetado pelo escritório Ramos de Azevedo e construído com auxílio do Corpo Policial Permanente do Estado.

Projeto inspirado no Quartel da Legião Francesa no Marrocos abriga, desde 1975, a Ronda Ostensiva “Tobias de Aguiar” (ROTA), divisão de policiamento da Tropa de Choque da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Durante toda sua existência, o quartel abrigou tropas militares importantes que ajudaram a escrever a história do Brasil, como parte do pelotão de combate da Revolução Constitucionalista de 1932 e, antes disso, o pelotão da última incursão da Guerra de Canudos, em 1897, denominada por Euclides da Cunha em “Os Sertões” como o “Batalhão Paulista”.

Não há abertura para visitação turística.

Ruína do Pórtico do Presídio Tiradentes

Ruína do Pórtico do Presídio Tiradentes
Desenho de Fernanda Grimberg Vaz

Avenida Tiradentes, 451

Com projeto de Ramos de Azevedo de 1852 e construção em 1860, o Presídio Tiradentes foi demolido em 1972 por ter sua estrutura abalada pela construção do metrô ao longo da Avenida Tiradentes.

Durante seu funcionamento, abrigou presos políticos da Era Vargas e do Regime Militar.

Após a demolição da Casa de Correção, como também era chamado na época, foi construído no local o Teatro Franco Zampari, em 1977, projetado por Plínio Croce, Roberto Aflalo e Giancarlo Gasperini.

O pórtico é o único elemento remanescente do conjunto arquitetônico outrora existente.

bibliografia

Arquitetura – Cronologia das Artes em São Paulo 1975-1995, Volume 2. São Paulo, Centro Cultural São Paulo, 1996.

CARVALHO, Maria Cristina Wolff de. Ramos de Azevedo – Coleção Artistas Brasileiros. São Paulo, Universidade de São Paulo, 2000.

DERTONIO, Hilário. O Bairro do Bom Retiro. São Paulo: Prefeitura de São Paulo, 1971.

DIAFERIA, Lorenço; SOMEKH, Nadia; NETO, Candido Malta Campos; GALLO, Haroldo; CARRILHO, Marcos; MAGALHAES, Fernanda; JUNIOR, Jose Geraldo Simões; RIGHI, Roberto; SAIA, Helena; VIEGAS, Renato. Um século de Luz. São Paulo, Scipione, 2001.

LEMOS, Carlos Alberto Cerqueira. Ramos de Azevedo e seu escritório técnico. São Paulo, Pini, 1993.

LOURO E SILVA, Hugo; DOKI, Jefferson; CAMILO, Fernanda Yara; BUENO, Francisco Caparroz; TOSCANO, Marina; CRESPO, Amanda; TURU, André; Di PRIOLO, Bianca; PEREIRA, Carolina A.; DOS SANTOS, Carolina Pereira; BONAFÉ, Fabiano; SATO, Felipe; DE CAMPOS, Fernanda Vaz; SARNO, Fernanda; TEIXEIRA, Heberth; ESCAMILHA, Juliana; TIMONI, Laura Vaz de Arruda; LEAO, Leila; VIEIRA, Maria Isabel; FONSECA, Maria Rita; DIANESE, Priscila; CARVALHO, Ricardo; FREIRE, Rodrigo; MO, Vanessa Kavey. Centro histórico de São Paulo. São Paulo, Publicação independente patrocinada pelo Banco Itaú, 2005.

XAVIER, Alberto; LEMOS, Carlos; CORONA, Eduardo. Arquitetura Moderna Paulistana. São Paulo: PINI, 1983.

Sites acessados entre fevereiro e setembro de 2012:

http://www.sampa.art.br/

http://pt.wikipedia.org/

http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura

http://www.cidadedesaopaulo.com

http://www.museuartesacra.org.br/informacoes.html

http://www1.folha.uol.com.br/folha/publifolha/ult10037u405674.shtml

http://www.sampa.art.br/pinacoteca/

http://www.poiesis.org.br/mlp/servicosdegrupo.php

http://www.emesp.org.br

http://www.arcoweb.com.br

notas

NA – Com base em uma pesquisa que fora desdobrada de uma atividade acadêmica extracurricular, os autores revisitaram as informações outrora produzidas e desenvolveram uma proposta de guia para a região central da cidade de São Paulo. Agradecemos a todos os monitores e organizadores da Gincana dos Bixos, fomentada pelo Dafam, em toda a sua existência, há décadas. Em especial a todos que formam monitores e organizadores em tempo que os autores estiveram envolvidos nesse processo. À Jefferson Doki, pela imensurável importância à existência através do tempo à essa Gincana. À Luiz Benedito de Castro Telles, que revisou e criticou esse texto antes de ter nos deixado.

NE – Este é o quarto de uma série de nove roteiros para passeios arquitetônicos na cidade de São Paulo. Os artigos da série são os seguintes:

LOURO E SILVA, Hugo; BUENO, Francisco Caparroz; CAMPOS, Fernanda Grimberg Vaz de. Guia arquitetônico de São Paulo. Primeiro percurso: centro histórico. Minha Cidade, São Paulo, ano 17, n. 193.02, Vitruvius, ago. 2016 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/17.193/6133>.

LOURO E SILVA, Hugo; BUENO, Francisco Caparroz; CAMPOS, Fernanda Grimberg Vaz de. Guia arquitetônico de São Paulo. Segundo percurso: centro novo. Minha Cidade, São Paulo, ano 17, n. 195.03, Vitruvius, out. 2016 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/17.195/6246>.

LOURO E SILVA, Hugo; BUENO, Francisco Caparroz; CAMPOS, Fernanda Grimberg Vaz de. Guia arquitetônico de São Paulo. Terceiro percurso: Bairro da Luz. Minha Cidade, São Paulo, ano 17, n. 196.07, Vitruvius, dez. 2016 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/17.196/6309>.

LOURO E SILVA, Hugo; BUENO, Francisco Caparroz; CAMPOS, Fernanda Grimberg Vaz de. Guia arquitetônico de São Paulo. Quarto percurso: Bom Retiro. Minha Cidade, São Paulo, ano 17, n. 198.03, Vitruvius, jan. 2017 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/17.198/6366>.

LOURO E SILVA, Hugo; BUENO, Francisco Caparroz; CAMPOS, Fernanda Grimberg Vaz de. Guia arquitetônico de São Paulo. Quinto percurso: Barra Funda. Minha Cidade, São Paulo, ano 17, n. 199.02, Vitruvius, fev. 2017 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/17.199/6413>.

LOURO E SILVA, Hugo; BUENO, Francisco Caparroz; CAMPOS, Fernanda Grimberg Vaz de. Guia arquitetônico de São Paulo. Sexto percurso: Avenida Paulista. Minha Cidade, São Paulo, ano 17, n. 200.06, Vitruvius, mar. 2017 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/17.200/6454>.

LOURO E SILVA, Hugo; BUENO, Francisco Caparroz; CAMPOS, Fernanda Grimberg Vaz de. Guia arquitetônico de São Paulo. Sétimo percurso: Higienópolis. Minha Cidade, São Paulo, ano 17, n. 201.04, Vitruvius, abr. 2018 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/17.201/6502>.

LOURO E SILVA, Hugo; BUENO, Francisco Caparroz; CAMPOS, Fernanda Grimberg Vaz de. Guia arquitetônico de São Paulo. Oitavo percurso: Parque da Juventude. Minha Cidade, São Paulo, ano 17, n. 202.06, Vitruvius, maio 2018 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/17.202/6545>.

sobre os autores

Hugo Louro e Silva é arquiteto e mestre em arquitetura e urbanismo pelo Mackenzie, com especialização em Negócios Imobiliários pela FGV-SP. É sócio diretor da Park Capital Empreendimentos e Participações Ltda. e leciona como professor na pós-graduação lato sensu da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Francisco Caparroz Bueno possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2008). Atualmente é mestrando da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Fernanda Grimberg Vaz de Campos é arquiteta (FAU Mackenzie, 2007), cursa mestrado em Artes Visuais na Unicamp e é correspondente do blog regional Urban Sketchers Brasil.

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