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PORTAL VITRUVIUS. Concurso Nacional de Projetos para Recuperação da Histórica Estação Ferroviária de Araras para implantação do Centro Cultural Municipal. Projetos, São Paulo, ano 04, n. 041.02, Vitruvius, maio 2004 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/04.041/2323>.


Características básicas do lugar – um breve panorama

O terreno possui acentuada longitudinalidade, sendo plano neste sentido e constituído por alguns desníveis no sentido transversal. Ao longo da face voltada para a Av. Ângelo Franzine há um talude de aproximadamente 1,50 m de altura. Um trecho deste talude dará lugar à escadaria de acesso ao conjunto.

Na região central do terreno há outro pequeno desnível, cujo limite é um muro de arrimo de 1 m de altura. É um elemento que organiza e setoriza o lugar, dividindo-o em duas partes. Ele funcionará como uma pequena “barragem”, limite para o futuro espelho d´água. Entre esse muro e o talude, elementos claros da topografia deste sítio, há uma longa faixa gramada, que abrigará, além da praça de chegada, uma fileira de árvores. Mais adiante, entre essa pequena contenção e a Fábrica da Nestlé, há um último desnível de aproximadamente 0,75 m de altura e repleto de árvores, que serão mantidas.

Sobre os platôs, existem alguns edifícios que antigamente abrigavam a Estação Ferroviária de Araras, hoje desativada e abandonada. São construções desarticuladas e degradadas pelo tempo e pela falta de uso.

Por fim, um grande volume de ruídos são gerados pelos exaustores da Fábrica da Nestlé, na divisa da região noroeste do terreno, aumentando a sensação de desconforto para aqueles que caminham ao longo do lugar.

Diretrizes fundamentais – a recuperação da memória do lugar

Esta situação de fragmentação, desarticulação e degradação será resolvida através das ações fundamentais a seguir:

  • Restauração de todos as edificações existentes através de uma recuperação histórico-arquitetônica e modernização infra-estrutural, adaptando-as ao novo programa.
  • Redefinição e remodelação paisagística das áreas livres e sua conseqüente relação com a cidade.
  • Implantação de um novo edifício que, além de abrigar parte do novo programa cultural, valorize, re-integre, re-articule e faça a “ponte” entre os espaços e as edificações existentes, hoje desconexos.

Recuperação das edificações existentes e seu entorno – procedimentos e novos elementos

  • Deverá ser feita toda a recuperação das coberturas desde suas estruturas, providenciando os reparos e reforços necessários e substituição das telhas quebradas por telhas da mesma tipologia das originais. A cobertura do edifício que abrigará as exposições e o foyer do auditório será translúcida, permitindo a entrada de luz natural, o que é adequado para estes recintos. Deve-se lembrar que todos os edifícios serão climatizados
  • O edifício de exposições e foyer do auditório permanecerá com a alvenaria de tijolos aparentes, mantendo suas características originais. Haverá a restauração das áreas danificadas e por fim será feito um tratamento superficial com silicone.
  • Todos os pisos serão substituídos. Adotaremos um único piso para as áreas internas e externas e será de concreto desempenado liso com as juntas serradas e seladas com mastique de poliuretano. Algumas covas serão abertas nos locais onde houver árvores novas ou já existentes.
  • Para proteger o Centro Cultural dos ruídos permanentes emitidos pela fábrica será construída, na divisa, uma espessa cortina de concreto aparente com uma altura de 3,5 m, o suficiente para abafá-los.
  • Um espelho d`água será construído longitudinalmente ao longo da porção central do terreno. Constituirá, juntamente com o novo edifício e a faixa frontal de árvores, um marcante elemento articulador e gerador de espaços.
  • Sob o novo edifício, pendurada por ele e flutuando sobre o espelho d’água haverá uma plataforma metálica que chamaremos “praça de atos”. Será um ponto de encontro e lugar onde todos se sentirão abrigados. Ela será platéia externa para eventos do auditório que eventualmente vai se abrir para esta praça e, nas noites de shows, palco iluminado pelos refletores fixados no edifício novo, também suporte infraestrutural para estes casos.
  • Na ponta sul do terreno, fazendo divisa com a fábrica, será instalado um longo e alto painel luminoso. Ele será o suporte para propaganda de eventos e projeção de imagens diversas. Escolhemos este trecho do terreno para incorporá-lo espacialmente ao Centro Cultural, pois hoje ele está isolado das outras construções. Além disso, o edifício da Nestlé quase não possui aberturas neste trecho, já configurando uma empena cega.

O novo edifício – partido estrutural

O sistema construtivo adotado utiliza os núcleos de circulação vertical, que serão fundidos no local, como elementos de contraventamento e rigidez da construção. Estes elementos que criam vão central de 82,50 m e balanços assimétricos de 3,75 m e 15 m, “abraçam” e suportam duas treliças metálicas de 8 m de altura e 112,5 m de comprimento, afastadas entre si 8 m. Estas treliças estão dispostas ao longo das fachadas no sentido longitudinal do edifício e são compostas por perfis I de aço cortén. Os montantes verticais das treliças estão dispostos a cada 7,50 m. Perfis metálicos, também de aço cortén, serão dispostos nos banzos superiores e inferiores das treliças a cada 3,75m, formando a estrutura básica da cobertura e do piso. Tanto as lajes de piso como as de cobertura serão do tipo aderente compostas de concreto e chapas de aço perfiladas [steel deck].

A distribuição e os encaminhamentos das instalações elétricas, hidráulicas e de climatização serão feitos de forma aparente, facilitando a manutenção e tornado o edifício flexível. Parte dos equipamentos como, por exemplo, as torres de resfriamento e caixas d’água serão instalados numa plataforma técnica apoiada na estrutura da cobertura e suas tubulações se conectarão aos shafts verticais localizados junto aos núcleos de circulação vertical.

Os estúdios serão modulares e fechados com painéis acústicos móveis que correrão ao longo de guias no forro do edifício.

As treliças metálicas foram super-dimensionadas para que o edifício possa ser ampliado futuramente com pisos intermediários, mezaninos, etc. Esta ampliação também poderá ser realizada no seu comprimento, pois sendo ele um edifício aéreo, não haverá barreiras físicas que impeçam isto.

Para proteger a fachada noroeste do edifício da insolação poente haverá brises em todo o seu comprimento. A fachada sudeste será composta por uma “pele” constituída por vidros laminados incolores lisos fixados por pressão e perfis de alumínio anodizado natural. As fachadas nordeste e sudoeste serão fechadas com painéis duplos compostos de chapa metálica do tipo cortén parafusados na estrutura.

ficha técnica

Escritório
Frentes

Arquitetos
Juliana Corradini e José Alves

source
Autor do Projeto
São Paulo SP Brasil

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