Um edifício eficiente e compacto, um edifício de lugares e de paisagens.
A decisão projetual é concentrar energias na exploração integral dos requerimentos urbanos; o edifício aceita as regras do jogo como desafio e formaliza-se a partir dos mesmos, tornando visível a legalidade vigente.
O sólido virtual resultante se utiliza da subtração como o gesto criativo maior e excepcionaliza-se na paisagem normatizada.
Não há abusos, não há dissonâncias, tão somente o formato austero e ortogonal do volume, a geração de vazios no sólido. A planta é simples e compacta, os espaços estão ventilados e iluminados de forma natural.
O programa permite jogar com diferentes associações proporcionando espaços funcionais peculiares. Ao sul o edifício é específico para os procuradores, com escritórios cujos ângulos envidraçados gozam da melhor vista do rio e do parque e cujos jardins privados flutuam no ar.
Espaços potenciais para crescimento futuro. Ao Norte é genérico, a planta e a fachada neutra abriga os núcleos e atividades de apoio, apenas alterada pela aparição da biblioteca e do restaurante, que se desprendem do volume como um mirante para a cidade histórica. No interior um vazio aglutinador ocupado por pequenos aquários, contém as circulações e serviços. Estes trazem a calma do rio ao coração do edifício, ao mesmo tempo em que iluminam e dão vida ao interior dos pavimentos.
O edifício pretende com recursos mínimos gerar situações flexíveis, sensações espaciais variadas, lugares únicos: o jardim elevado, o terraço mirante em balanço, a sala de leitura suspensa, o aquário iluminado, o pódio natural, o hall efêmero, o vazio ao redor da sala de atos, a escadaria de acesso, constituindo o todo a partir de várias paisagens arquitetônicas.
ficha técnica
Autor
Miguel Farina
Co-autores
Helena Karpouzas, Leonardo Hortêncio, Maria Isabel Marocco Milanez, Rinaldo Barbosa, Marcelo Danza e Thomas Sprechmann