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projects ISSN 2595-4245

Introdução 2º Prêmio

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PORTAL VITRUVIUS. 1° International Competition Global House 2005 for Young Architects. Projetos, São Paulo, ano 06, n. 067.01, Vitruvius, jul. 2006 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/06.067/2687>.


A Matéria do Espaço Habitado*

Nenhuma parede, nenhum pilar, nenhum solo, nenhuma fronteira, nenhum limite… somente puro espaço e a infinidade de possibilidades que o homem da natureza unido à natureza do homem oferece ao mundo da experiência de habitar.

A Casa Global revela-se como um ser vivo, relacionando-se com o homem através da maneira mais fluida, onde nenhum deles é estranho ao outro e novas formas de relações espaciais são geradas: uma casa como uma interface que interage com as necessidades e os desejos – físicos/mentais – humanos e também por sua própria condição de organismo vivo.

Um espaço sem dimensões limitadas, contendo todas as possíveis magnitudes reduzidas a sua essência primária e aplicadas a uma arquitetura consciente de uma contemporaneidade e de uma relação contextual. Um espaço orientado a sua máxima potencialidade virtual, somente possível pela presença de vida. Assim, a Casa Global é uma “casa viva”, de modo que uma simples casa transforma-se em um completo habitat.

Isso tudo é fundamentado pela busca de uma universalidade. Devido a essa propriedade, a casa é primeiramente concebida para um único usuário – condição essencial de vida e situação cada vez mais habitual nas circunstancias contemporâneas – mas facilmente adaptável para outras diferentes estruturas. É capaz de adaptar-se a todos os tipos de contexto, primeiro por causa da versatilidade de sua superfície que pode ser acomodada em inúmeras condições de terreno ou qualquer outra situação atípica de assentamento, e também pela compacta área determinada pelas necessidades das atividades elementares. Outro importante elemento universal é a forma, concebida no seu desenho mais fundamental para ser facilmente identificada, reconhecida e compreendida por diferentes homens e culturas. É assim que forma e geometria se enlaçam em um único elemento síntese que não encerra nenhum simbolismo específico, mas sim uma agradável e viva expressividade.

Essa universalidade conduz a uma interpretação muito simples dos usos atuais e das áreas funcionais, baseados na multiplicidade de espaços e de formas de ocupação. O interior é dividido basicamente em três setores: “A” (Espaço Público) é o maior e o mais importante, contendo as áreas sociais, de lazer e de trabalho; “B” (Espaço Privado) contém as áreas de repouso; e “C” (Espaço Semi-Público) contém as áreas operativas e de serviço. Todos os espaços são concebidos quase como setores não ocupados, indicando meramente onde cada ação pode ser tomada. Isto torna possível uma infinidade de formas de ocupação, em que o homem pode desenvolver qualquer tipo de atividade.

Por fim, a tecnologia é o componente mais expressivo da casa como instrumento construtivo e midiático. É esse “tecido” envolvente que define a forma, o espaço, a luz, a natureza e a matéria da Casa Global. Atuando como um tecido inteligente, pode assumir as características mais diversas: desde texturas e imagens até a transparência ou a opacidade absoluta. É ele a “vida” da casa, contendo todas as suas potencialidades. Três camadas compõem essa membrana viva virtual: a exterior funciona como um protetor contra o calor e consiste em dispositivos de milhões de partículas negras situadas entre dois painéis de vidro (suspended particle devices) que também absorvem energia solar transformando-a em energia elétrica (photochromic panels). É também através dessa membrana que respira a casa, ventilando seu interior através de sua porosa textura. A camada intermediaria é a treliça metálica autoportante que sustenta as outras duas e também dá forma à casa, sendo o único elemento estrutural necessário. A camada interior é uma membrana digital de cristal líquido que, parecendo ser um simples vidro, carrega um potente instrumento midiático. A combinação desses três elementos dá ao exterior e ao interior infinitas possibilidades de aparência e funcionamento. A luz é levada a sua capacidade mais expressiva, durante o dia e a noite. É totalmente controlada pelo usuário, mas como um organismo reage automaticamente à luz do dia, protegendo áreas de maior incidência e adaptando-se assim aos dias e estações.

A Casa Global é assim a união mais harmoniosa entre homem e morada. O espaço habitável do homem torna-se vivo por suas duas naturezas: uma da qual ele é parte e outra que ele mesmo criou. É tão simples que é capaz de abrigar nada menos que todo o universo.

(*) O título original deste texto “The Matter Of (Living) Space” expressa um significado de difícil tradução pela variedade de interpretações que a palavra matter assume na língua inglesa. Neste caso específico, existe a intenção de expressar através dela primeiro seu sentido mais literal de matéria ou substância de qual um objeto físico é composto e que consiste o universo do que pode ser observado, mas também engloba os sentidos de assunto, questão em consideração, causa, e por fim, o de elemento que se submete à formação e à alteração, substrato amorfo de todas as coisas que existem somente em potencial e sobre o qual uma forma age para produzir realidades. De semelhante dificuldade é a tradução da expressão Living Space que no idioma original sintetiza tanto o espaço onde se vive como um espaço vivo por si só, idéia principal desta proposta.

ficha técnica

Autores
Daniel Corsi
André Biselli Sauaia
Reinaldo Sigueta Nishimura
Victor Paixão
Daniel Fonseca

Área Terreno
225m2

Área Construída
100m2

Agradecimentos
Visualize Arquitetura Digital S/C Ltda

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Equipe premiada
São Paulo SP Brasil

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067.01 Concurso
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067.02 Prêmio

Prêmio Prestes Maia de Urbanismo / 2006

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