Um pouco de história
A casa de Emerenciano Candido da Silva, popularmente conhecido como capitãozinho foi erguida entre os anos de 1919 e 1920 .O lote fora obtido por meio de uma carta de aforamento em nome de Francisca Mariana Pereira em 1919, na qual o foreiro se via obrigado a construir a residência no prazo de dois anos, cuja a obra teve o término no ano de 1920 assim como especificado no elemento decorativo da platibanda.
Passado os anos a casa se encontra perdida e sem cuidados, a partir daí veio a necessidade de um projeto que restabelecesse a história da edificação e que viesse atender a população nos dias de hoje, nesse contexto foi pensado o anexo, visando a sustentabilidade da edificação e a preservação da cultura local, também um aspecto sustentável.
Conceito / Proposta Projetual
O conceito desenvolvimento sustentável difundiu-se á medida que a preoucupação com o esgotamento dos recursos naturais se tornou mais iminente, muitos autores e pesquisadores ressaltam o fato de se tratar de um conceito amplo, sem uma definição precisa, e consequentemente adotada de forma distinta de acordo com o segmento social interessado.
A etimologia de como remete inquestionavelmente as questões ambientais, porém o assunto envereda por muitas frentes de discussão, tais como: a busca por formas alternativas de energia em substituição aos recursos não renováveis, manejos de florestas para evitar sua extinção, o exercício de um arquitetura sustentável, preservação de uma cultura local, e tantos outros.
A proposta projetual é consequente de tal conceito, a intenção de restaurar para virar um centro de cultura, relembrar o aspecto saudosista daquele local, preservando a cultura e o meio inserido em busca de eficiência energética e qualidade de vida. A intenção é de um espaço convidativo, aberto para que as pessoas possam entrar e se apropiarem do lugar, usufruindo de tudo que o projeto tem a proporcionar, e o essencial, que é dando valor a vegetação já presente no local, conscientizando os demais que utilizarem o mesmo.
Descrição
A árvore passou a ser o teto da edificação, quis remeter a uma arquitetura colonial, onde os telhados são de poucas águas e decks que parecem alpendres. Criação de espaços isolados para relaxamento, muitos bancos para conversação, e a encantadora loja de artesanatos para a venda dos objetos criados pelas costureiras residentes na cidade de Martinézia, tais artigos serão confeccionados nas salas de oficina do centro cultural.
Foi criado um teto verde função e busca por melhor qualidade de vida, reduzindo os ruídos externos, principalmente por estar situado na área das oficinas, aumentar o conforto térmico assim como os espelhos d `água, devido ao clima a que estamos submetidos, que é bastante seco, e também utilizar da horta que no mesmo foi implantada, com intuito de as pessoas que forem no local poderem colher seu próprio alimento, tanto para levar para casa, quanto para ser preparado no bar, criado para apreciação da leitura e da paisagem.
Foram criadas portas basculantes que abrem e fecham conforme horário de funcionamento, quando fechadas não privam a integração do edifício com o meio externo e quando abertas, servem de teto para o edifício, criando uma paginação no piso, devido ao desenho da tela galvanizada quando recebe a luz solar.
A fachada é marcada por cobogós, pois preservam sem impedir a visão da rua, regulam a passagem de calor permitindo a passagem de ar e ventilação cruzada .Foram escolhidos os cobogós de madeira do artista plástico Mineiro José bento, em referência a cultura regional.
Na fachada frontal, o anexo possui uma fachada verde com intuito de sombreamento e também no padrão estético do edificio, a ventilação oi feita através de brises de madeira, para entrada de ar e não de calor. Foram utilizados sistemas de captação de água da chuva através de caixas d`água secundárias.
Houve pouca intervenção no terreno existente e o que foi retirado, foi utilizado na execução dos muros de adobe e na escada vegetal.
No demais houve respeito em todos os aspectos ecológicos com o meio, as calçadas foram tratadas com o mesmo cuidado da edificação, arborizando-a e a permeabilizando, de forma que o edifício comunicasse com o entorno, o preservando e consequentemente o nomeando sustentável, as aberturas priorizam a luz natural nas horas mais necessárias de utilização do edifício. Os móveis executados com materiais renováveis, reutilizados ou reciclados.
Vale ressaltar que a construção é de baixo custo, pois todas as matérias necessárias para sua execução são encontradas no local, são de fácil acesso, e custo, pois muitas vezes são reaproveitadas do próprio solo, a mão de obra também possui no local.
ficha técnica
Autor
Camila Monteiro de Castro
Professores Orientadores
Clayton França Carilli Adaílson Mesquita
Colaboradores
Mariana de Rezende Andrade