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Workshop, coordenado por Abilio Guerra e Alvaro Puntoni e desenvolvido por estudantes de arquitetura de diversas escolas, estudou o entorno do Museu da Casa Brasileira, chegando a propostas de intervenção urbanística e arquitetônica

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GUERRA, Abilio; PUNTONI, Álvaro ; DALLA, Nina. Repensando o espaço público no entorno do Museu da Casa Brasileira. Oficina de desenho urbano. Projetos, São Paulo, ano 11, n. 130.04, Vitruvius, out. 2011 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/11.130/4071>.


Oficina de desenho urbano MCB, inserção urbana do Museu da Casa Brasileira: arborização e gabarito baixo do bairro, São Paulo, 2011
Foto Camila Dias e Gustavo Mascarenhas

Concebida com uma das atividades paralelas à exposição A rua é nossa... é de todos nós! (1), a oficina de desenho urbano Repensando o espaço público no entorno do Museu da Casa Brasileira (2) foi coordenada pelos professores Abilio Guerra e Alvaro Puntoni, com monitoria da estudante Nina Dalla, contando com a participação de estudantes de diversas escolas de arquitetura: Ana Maria Apovian, Camila Grabriela Dias, Eduardo Saguas Miller, Eduardo Viana Rodrigues, Fabio Martins Dias, Felipe Alves van Han, Felippe Bazani Cagnim, Gustavo Mascarenhas Penko, Larissa Lie Nacase, Lucas Lavecchia, Luiz Gustavo Sobral Fernandes, Marcelo Feher Pestana, Mariana Barth, Nicole Cristina Oliveira, Paulo Scheuer

Oficina de desenho urbano MCB, Museu da Casa Brasileira, São Paulo, 2011
Foto Camila Dias e Gustavo Mascarenhas

A oficina teve como objetivo geral colocar em questão a péssima condição atual do espaço público na cidade de São Paulo, exemplificado pelas áreas próximas ao MCB, em especial a quadra da Avenida Brigadeiro Faria Lima onde está inserido o museu, que se tornou a área de intervenção para a equipe de trabalho.

A organização do evento, de responsabilidade do portal Vitruvius e do MCB, previa que o evento ocorreria durante um dia inteiro, com a parte da manhã destinada a uma apresentação por parte dos professores responsáveis e o início das atividades coletivas, com a visita ao local de intervenção – quando ocorreria o levantamento fotográfico e de dados gerais – e finalizando com uma discussão sobre critérios de abordagem e abrangência da intervenção. Após o almoço, ocorreria o desenvolvimento das ideias, que seriam registrados em esquemas, croquis e desenhos a mão e no computador. Por fim, uma breve apresentação de ideias e projetos. Contudo, uma pesada e inesperada chuva inviabilizou o cronograma e obrigou os organizadores a adiarem parte oficina para a semana seguinte, interrompendo as atividades após apresentação e discussão de critérios de abordagem. A decisão implicou em participação parcial de alguns alunos, com alguns participando apenas do primeiro dia, outros com presença apenas no segundo dia.

Oficina de desenho urbano MCB, Abilio Guerra e equipe de trabalho, São Paulo, 2011
Foto divulgação

Durante a apresentação, ocorrida no primeiro dia, os professores responsáveis propuseram discutir o desenho do espaço e equipamentos públicos a partir do ponto de vista das pessoas e não, como em geral ocorre em São Paulo, do ponto de vista do fluxo de veículos. Na conversa ocorrida na sequência, decidiu-se que a oficina buscaria contemplar os seguintes aspectos: relacionar os diversos usos do espaço público por pedestres e veículos de portes variados (bicicleta, motocicleta, automóveis, ônibus e outros); elaborar ideias e sugestões de transformação dos usos do espaço público; sugerir graficamente desenhos alternativos para calçamento, muros, canteiros da avenida, sinalização, equipamentos, mobiliário público etc; propor uma nova frente para o MCB, que contemplasse sua importância para a cidade.

Oficina de desenho urbano MCB, ilha central da avenida Faria Lima: espaço qualificado, mas não utilizado, São Paulo, 2011
Foto Abilio Guerra

Durante a visita de reconhecimento das imediações do museu foi possível detectar – além dos diversos aspectos problemáticos, que serão listados abaixo com maior cuidado – alguns aspectos positivos: alguns trechos da ilha central são bem desenhados e razoavelmente mantidos; algumas árvores bonitas e de bom porte plantadas no terreno do museu e imediações, inclusive na ilha central; uma ilha central, localizada na avenida Cidade Jardim, no trecho voltado para a marginal Pinheiros, é bem desenhada e conta com excelente sistema de permeabilidade do solo.

Oficina de desenho urbano MCB, ilha central da avenida Cidade Jardim: excelente exemplo de permeabilidade do solo, São Paulo, 2011
Foto Abilio Guerra

O pouco tempo disponível não permitiu que todos os aspectos fossem devidamente desenvolvidos, com alguns deles se resumindo a tímidas sugestões após constatação da precariedade da situação atual. No entanto, ao menos três questões ganharam interessante configuração, permitindo que professores e alunos lançassem algumas hipóteses sobre possibilidades reais de melhorias urbanas no entorno do MCB, algumas delas com implicações mais abrangentes, por pressuporem redes urbanas – caso da ciclovia e de corredor de ônibus locado junto ao canteiro central da Avenida Faria Lima.

De forma sucinta, poderíamos resumir as atividades práticas da oficina da seguinte forma:

Levantamentos da situação atual

Os alunos foram divididos em três grupos, cada um responsável por registrar com fotos e mapa os seguintes aspectos: áreas verdes, fluxos viários e interferências nas calçadas. No mapa final de áreas verdes ficou patente a quantidade insuficiente de árvores e arbustos da região, com uma concentração mais adequada justamente no terreno do museu. O registro dos fluxos viários apontava para uma confusão entre os vários modais, além de conflitos gerados por dois retornos no canteiro central, que implica em grandes dificuldades para os pedestres atravessarem a avenida nas proximidades do museu. Por fim, no mapa de elementos verticais – sinalização em geral, iluminação e cabeamento – chega-se a constatação que vigora a anarquia, fruto de uma radical ausência de planejamento e coordenação.

Oficina de desenho urbano MCB, ilha central da avenida Faria Lima: espaço qualificado, mas não utilizado, São Paulo, 2011
Foto Lucas Lavecchia e Paulo Scheuer

Oficina de desenho urbano MCB, levantamento de áreas verdes, São Paulo, 2011

Oficina de desenho urbano MCB, levantamento de fluxos viários, São Paulo, 2011

Oficina de desenho urbano MCB, levantamento de interferências verticais, São Paulo, 2011

Transposição de pedestres e organização dos fluxos de veículos

A tentativa de buscar um fluxo mais harmonioso de pedestres e veículos diversos impôs tanto o enfrentamento do redesenho de calçadas, pistas e ilha central, como também uma tentativa de hierarquizar e coordenar os fluxos de veículos. A criação de uma canaleta central para ônibus e o fechamento do retorno na ilha central diante do museu são decisões que permitiriam a conquista da transposição transversal direta, em faixas de pedestre, para os transeuntes a pé. Por outro lado, foram discutidas também alternativas de uso para os túneis existentes, se estimando o resultado ao se inverter as prioridades para ônibus e automóveis particulares (hoje, os automóveis vão pelos tuneis e os ônibus circulam pela superfície). A complexidade do sistema não permitiu avançar muito neste tópico, mas ficou patente o quanto é possível melhorar se houver um enfrentamento técnico da questão.

Oficina de desenho urbano MCB, difícil transposição transversal para pedestres, São Paulo, 2011
Foto Camila Dias e Gustavo Mascarenhas

Oficina de desenho urbano MCB, esquema de transposição transversal para pedestres, São Paulo, 2011

Oficina de desenho urbano MCB, esquema de transposição transversal para pedestres, São Paulo, 2011

Oficina de desenho urbano MCB, situação atual do arruamento e fluxo de trânsito, São Paulo, 2011

Oficina de desenho urbano MCB, proposta de arruamento e fluxo de trânsito, São Paulo, 2011

Projeto integrado da infraestrutura e sinalização

As diversas redes de serviço público – água, gás, iluminação, energia elétrica etc. – e os suportes de sinalização e coordenação do trânsito – placas, semáforos, radares etc. – conferem, no seu conjunto, uma paisagem urbana congestionada em excesso, com perda de legibilidade e eficiência de comunicação. O mobiliário urbano é rarefeito e, quando existente, elemento de distúrbio (caso, por exemplo, do ponto de ônibus e da banca de jornais posicionados na frente do museu, que afunilam em demasia as áreas de calçamento disponíveis para o fluxo de pedestres). A melhoria do estado atual passa, segundo a opinião do grupo de trabalho, por uma reorganização da infraestrutura instalada e uma especial atenção para os elementos presentes no espaço público (destaque para os postes de diversas utilidades).

Oficina de desenho urbano MCB, interferências verticais: lixeira, sinalização de situação urbana e telefone público, São Paulo, 2011
Foto Abilio Guerra

Oficina de desenho urbano MCB, corte transversal de calçada e praça elevada com árvore plantada, São Paulo, 2011

Oficina de desenho urbano MCB, cortes transversais com instalações de infraestrutura enterrada, São Paulo, 2011

Oficina de desenho urbano MCB, corte transversal com instalações de infraestrutura enterrada e estação de embarque na ilha central, São Paulo, 2011

Oficina de desenho urbano MCB, poste de iluminação com luzes direcionadas e drenagem de água junto a tronco de árvore, São Paulo, 2011

A nova frente do museu

A pequena visibilidade urbana do Museu da Casa Brasileira – constatada até pelo desconhecimento do endereço da instituição por parte da maioria dos alunos – foi enfrentada com o pressuposto de uma nova fachada da instituição para a Avenida Faria Lima. Em certo sentido, estaria se “corrigindo” a situação atual, onde a fachada do antigo casarão que abriga o museu fica excessivamente afastada da avenida, passando praticamente despercebida por quem circula motorizado pela região. Em um primeiro momento, optou-se por um novo “muro” de entrada, uma espécie de escultura urbana que cumpriria o duplo papel de filtrar a entrada do público e marcar urbanamente o equipamento cultural. Posteriormente se optou por uma edificação transparente – com a função de anexo do museu –, que criasse um interesse para o antigo casarão, sem o ocultar das vistas dos transeuntes. Com esta estratégia, além do caráter urbano a intervenção passava a ter um caráter arquitetônico, com a possibilidade de melhorar as condições expositivas e administrativas do museu, graças à ampliação de área útil.

Oficina de desenho urbano MCB, fachada do museu, São Paulo, 2011
Foto Victor Hugo Mori [Acervo Iphan]

Oficina de desenho urbano MCB, perspectiva da nova entrada do museu (1ª alternativa), São Paulo, 2011

Oficina de desenho urbano MCB, corte e planta da nova entrada do museu (1ª alternativa), São Paulo, 2011

Oficina de desenho urbano MCB, elevação da nova entrada do museu (1ª alternativa), São Paulo, 2011

Oficina de desenho urbano MCB, corte da praça elevada, São Paulo, 2011

No seu conjunto, as propostas de intervenção resultantes da oficina redefinem a presença do equipamento cultural no contexto urbano, privilegiam os pedestres que circulam pela Avenida Faria Lima e apostam em uma melhoria das condições museográficas e administrativas do MCB. É interessante constatar que a possibilidade de professores e alunos discutirem problemas e soluções para questões de enorme relevância social foi dada pela exposição A rua é nossa... é de todos nós! De enorme interesse, a exposição não se contentou com a condição passiva comum às mostras. O passeio a pé (3), o passeio de bicicleta, a bicicloteca (4), as visitas guiadas e a oficina de projeto urbano criaram situações que permitiram transmir para um público mais amplo os valores presentes na exposição: a busca de um equilíbrio democrático no uso do espaço público mais valioso – a rua.

Oficina de desenho urbano MCB, edifício espelhado no outro lado da avenida Faria Lima (alternativa para anexo do museu), São Paulo, 2011

Oficina de desenho urbano MCB, esquema da nova entrada do museu (2ª alternativa), São Paulo, 2011

Oficina de desenho urbano MCB, ponto de ônibus frontal ao museu, São Paulo, 2011
Foto Nina Dalla

notas

1
Exposição A rua é nossa... é de todos nós!. Curadoria de Mireille Apel-Muller. Museu da Casa Brasileira, de 02 de agosto a 11 de setembro de 2011 <www.mcb.org.br>.

2
A oficina de desenho urbano Repensando o espaço público no entorno do Museu da Casa Brasileira ocorreu nas dependências do MCB no dias 27 de agosto e 02 de setembro de 2011. Coordenação dos professores Abilio Guerra e Álvaro Puntoni. Monitoria de Nina Dalla. Organização Vitruvius e Museu da Casa Brasileira – MCB. Promoção Institut pour la Ville en mouvement – IVM. Os participantes do evento foram os seguintes estudantes de arquitetura: Ana Maria Apovian, Camila Grabriela Dias, Eduardo Miller, Eduardo Viana Rodrigues, Fabio Martins Dias, Felipe Alves van Han, Felippe Bazani, Gustavo Mascarenhas Penko, Larissa Lie Nacase, Lucas Lavecchia, Luiz Gustavo Sobral Fernandes, Marcelo Feher Pestana, Mariana Barth, Nicole Cristina Oliveira e Paulo Scheuer.

3
GUERRA, Abilio; JORGE, Luís Antônio; BELIK, Laura. Passeio pelo centro de São Paulo. Visita guiada a pé e de metrô. Minha Cidade, São Paulo, n. 12.133, Vitruvius, ago. 2011 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/12.133/3998>.

4
A “bicicloteca”, uma bicicleta adaptada para transportar livros, foi viabilizada com o apoio do Instituto Mobilidade Verde, liderada por Lincoln Paiva, responsável pelo passeio de bicicleta, uma das atividades paralelas da exposição A rua é nossa... é de todos nós! Robson Mendonça, presidente do Movimento da População em Situação de Rua e ex-morador de rua, é o condutor da “bicicloteca”. Ver reportagem de interesse: www.vitruvius.com.br/jornal/news/read/1029.

sobre os autores

Abilio Guerra, arquiteto e urbanista, professor da graduação e pós-graduação da FAU Mackenzie, editor do portal Vitruvius e da Romano Guerra Editora.

Alvaro Puntoni, arquiteto e urbanista, titular do escritório GrupoSP, professor da FAU USP e da Escola da Cidade.

Nina Dalla, estudante de arquitetura na FAU Mackenzie, São Paulo.

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