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A proposta para o Sesc Franca do VD Arquitetura parte de duas premissas estruturantes: o respeito à geografia preexistente através da leitura urbana e territorial, e a disposição e organização do programa de maneira simples.

how to quote

PORTAL VITRUVIUS. Sesc Franca. Projetos, São Paulo, ano 13, n. 149.02, Vitruvius, maio 2013 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/13.149/4750>.


O processo de criação e concepção do partido desta Unidade SESC em Franca tomou como estratégia a adoção de duas premissas estruturantes: o respeito à geografia preexistente através da leitura urbana e territorial e a disposição e organização do programa de maneira simples, concentrando a área construída para disponibilizar o máximo possível de áreas livres que, compostas por praças, escadas, platôs e coberturas, se apresentam como espaços capazes de abrigar as imprevisibilidades dos múltiplos programas e atividades de um SESC.

A organização do programa encontra-se estruturada pelo sistema de circulação que busca a franca integração entre as atividades, através dos mais variados percursos possíveis permitindo as conexões urbanas e acessibilidade nas diversas cotas que compõem o terreno.

A primeira premissa se conforma pela leitura da área, o terreno localizado próximo ao córrego Cubatão, se encontra numa área de várzea, e apresenta um desnível de cerca de 20 metros de altura. O projeto tomou partido do relevo, se acomodando no terreno através de platôs, taludes e pequenos muros de arrimo, procurando minimizar ao máximo a movimentação de terra, e adequar a construção às curvas de níveis existentes. Como parte da geografia levou-se em consideração a própria cidade de Franca e o entorno da Unidade. A área destinada ao SESC Franca encontra-se no bairro de São José, que se caracteriza por ser um bairro de uso misto, o entorno concentra uma série de equipamentos e serviços públicos, como prefeitura municipal, universidades, espaços culturais, terminal rodoviário e futuro terminal turístico.

O terreno faz frente à Av. Alonso Y Alonso, uma das principais da cidade, e que atualmente se encontra em pleno processo de transformação, e provavelmente terá seus vazios urbanos reconfigurados, já que a área a partir dos novos investimentos em infraestrutura urbana tem se configurado como um vetor de crescimento da cidade. O terreno também faz limite com o estádio Municipal Dr. José Lancha Filho, que possui uma área que, apesar de não constituir um logradouro, atualmente funciona como elemento de conexão; pensando que algum dia esta conexão possa ser estruturada como uma via, o partido adotado possibilita a integração com esse novo acesso, caso algum dia ela se efetive.

A leitura desses elementos de conexão levou a premissa de relacionar o novo SESC Franca a todo o entorno existente realizando costuras urbanas, conectando níveis, programas e acessos. A ideia aqui é que a unidade proposta possa se relacionar francamente com a cidade, espacialmente, visualmente e generosamente.

O segundo aspecto fundamental para o processo de desenvolvimento do partido foi a busca por uma composição harmônica e espacialmente bem definida entre os diversos e complementares núcleos que conformam a Unidade, possibilitando sempre ao usuário do edifício sua fácil identificação e acesso.

Neste sentido, organizou-se a implantação a partir de três eixos coplanares: X, Y e Z.

O eixo X é a rua interna proposta para ser a conexão mais espontânea entre as atividades estruturantes da Unidade e principalmente realizar a costura com a área externa, formada por jardins, praças e pelo bosque, e que permeia os edifícios construídos. A rua se mantém em uma cota (105,00), e com acesso controlado liga as ruas Dr. Nelson Presotto e Rio Grande do Sul. Esta rua tanto tem uma função de conexão com a cidade, como de amarração dos programas, pois organiza estruturalmente os fluxos internos de atividades do SESC; é por ela que se tem acesso às docas que servem tanto a área operacional como a área técnica do teatro (elevador cênico e depósitos), além do acesso aos elevadores monta carga para o abastecimento e descarte do restaurante localizado na cobertura do bloco do teatro. Ainda por esta rua é possível ver através de uma vitrine a biblioteca. A rua também permite o acesso às praça central, e à circulação vertical.

O eixo Y é conformado pelo jogo de escadas, rampas e praças que compõem a lateral dos blocos e conformam o volume principal da construção do SESC. É a praça - escada que interliga todas as cotas do terreno (101,5; 105; 108,5 e 112), desde a avenida Dr. Ismael Alonso y Alonso onde está a entrada principal da Unidade, até o ponto mais alto do terreno. Na entrada principal a praça tanto serve de prolongamento externo da Área de Convivência, possibilitando ampliação da área de exposições, como também de palco para apresentações externas, transformando a escadaria em arquibancada. A “praça-escada” cruza a rua interna que viabiliza o acesso às ruas que conformam as laterais do terreno e dá acesso ao Complexo das Piscinas e ao foyer do Teatro que arremata o topo do terreno e abriga o Café.

Finalmente o eixo Z, é estruturado pela circulação vertical principal do edifício, composta por dois elevadores e uma escada, situa-se na praça externa da convivência e alimenta todos os ambientes do conjunto que conforma o volume principal da Unidade, dando acesso aos grandes eventos como peças de teatro, os possíveis shows realizados no ginásio e o Cinema a céu aberto, realizado na cobertura do edifício.

Esta organização através de três eixos coplanares permite ao frequentador da Unidade deixar se levar pelas ofertas do espaço. Uma série de rampas além de escadas complementares dispostas no terreno ligam os platôs e terminam por conformar o sistema de circulação que, conformado pelo eixo, permite os deslocamentos nas mais diversas direções e sentidos, possibilitando os mais instigantes percursos.

Outra premissa adotada pelo projeto foi o agrupamento do programa de acordo com as afinidades das atividades, concentrando o máximo possível os programas nas áreas construídas. Sendo assim o programa é dividido em três conjuntos de construções:

1) o conjunto do parque aquático e atividades físicas situa-se na extremidade do terreno na cota mais alta. Na cota 105 tem acesso à rua interna, a área o que concentra as atividades físicas como a sala multifuncional e as salas de ginástica e vestiários. A entrada na parte das piscinas fica na cota 112, e abriga os vestiários e sala de exame médico. Desta cota por meio de uma rampa pode-se descer um nível (cota 108,5) para as piscinas cobertas ou subir um nível (cota 115,5) para as quadras descobertas e solário.

2) o conjunto infraestrutural que se organiza ao longo da rua interna abriga o estacionamento com vagas cobertas (com acesso pela rua Rio Grande do Sul), a área operacional, a doca e o depósito e elevador cênico do teatro.

3) conjunto sociocultural, formado por dois blocos marcantes, que concentram as atividades socioculturais, além das quadras do ginásio. O primeiro bloco possui com franco acesso a av. Alonso y Alonso e abriga área de convivência, exposição, biblioteca, atendimento, loja SESC e café no térreo (cota 101,5); esse bloco possui também um mezanino na cota 105 que abriga as atividades administrativas, na cota 108,5 situa-se o ginásio. O segundo bloco, cujo principal programa é o teatro, se assenta no terreno com o palco situado na cota 109,5, permitindo que o palco abra-se também para o ginásio, no bloco em frente. Aproveitando a altura da caixa cênica, acima da plateia encontram-se as oficinas para as atividades culturais, juvenis, infantis, salas de educação flexíveis e salas de internet. O núcleo de odontologia também se situa nessa área e arrematando a cobertura localiza-se o restaurante.

Como o bloco que abriga o teatro se mantém mais alto que o segundo bloco, pensou-se que a cobertura do ginásio poderia ser utilizada para projeções ao ar livre ou outros eventos. Assim, apesar do conjunto ser constituído por dois volumes independentes, eles encontram-se articulados pelo sistema de circulação vertical (passarela, escada e elevador) e pelos possíveis usos integrados para os grandes eventos (teatro, shows no ginásio, e cinema na cobertura).

As quadras abertas encontram-se na cota 102,5 e integram os sistemas de áreas livres, sua acomodação na topografia permitiu a disposição de arquibancadas à sua volta.

Os edifícios possuem estrutura de concreto armado para os menores vãos e, para vencer os vãos maiores, adotou-se estrutura metálica - como o da piscina coberta, o do teatro e o do ginásio. Para o fechamento adotou-se os seguintes materiais: caixilhos para as áreas que exigem fechamento e relação visual, alvenaria para as áreas que exigem fechamento e privacidade dos ambientes e fechamento com ripado de madeira para as áreas que de uso coletivo e de circulação (ginásio, quadra coberta, áreas de circulação, jardim interno, piscinas cobertas). O ripado de madeira possui estrutura independente e possibilita a ventilação e iluminação natural dos ambientes além de funcionar como um brise, protegendo o edifício da insolação excessiva.

O conjunto do parque aquático e o conjunto infraestrutural encontram-se encaixados no terreno e acomodam-se nele através de muros de arrimo. No conjunto sociocultural, a estrutura é de concreto armado. Enquanto o teatro se apresenta como volume fechado, o bloco da área de convivência mantém o fechamento com o ripado de madeira. No térreo, o caixilho encontra-se recuado em relação à projeção do edifício.

O conjunto possui um total de 138 vagas de estacionamento sendo 40 cobertas e 98 descobertas e distribuídas nas ruas laterais e junto à avenida principal. Encaixado na cota 100, junto às vagas de estacionamento inferiores, abaixo da praça encontra-se o reservatório de águas pluviais, viabilizando sistema de reutilização das águas.

Ao mesmo tempo em que parte do programa acompanha e se acomoda nas curvas de nível, os novos platôs e construções reconstroem a paisagem natural possibilitando novas conexões e reafirmando o acesso da cidade ao edifício. Os volumes centrais, que abrigam a maior parte do programa, se inserem como novos elementos da paisagem urbana e se apresentam como uma nova frente para esse eixo de desenvolvimento constituído pela Av. Alonso y Alonso. Ressignificam o lugar, os circuitos e o bosque abraçam as construções e permeiam o espaço criando uma nova uma nova relação espacial, contínua, direta e aprazível.

notas

NE
Este projeto foi reconhecido pelo juri do Concurso do Sesc Franca com o terceiro lugar. Porém, por questões de documentação, não foi possível a entrega da premiação. 

ficha técnica

VD Arquitetura 

sócia-diretora
Vera Domschke

Andre Godinho
Anita Freire
Carlos Augusto Arruda
Carolina Sacconi
João Chiavone
Marcelo Dondo

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