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O livro, cujo autor Roberio Dias busca conscientemente se libertar dos grilhões da metodologia científica, reúne preciosa informação biográfica e artístico-conceitual daquele que é considerado um dos mais importantes paisagistas do século 20: Burle Marx.

how to quote

TABACOW, José. O insólito como qualidade. Livro e vida de Roberto Burle Marx. Resenhas Online, São Paulo, ano 11, n. 122.02, Vitruvius, fev. 2012 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/11.122/4209>.


Não raro, o universo acadêmico enseja textos que parecem emergir de um espasmo, de um anseio repentino de libertação dos grilhões de normas e jargões da metodologia científica, que escraviza e tortura a redação de textos de pós-graduação. A “confissão” que faz Roberio Dias, a respeito de seu livro O Jardim do Menino atesta tal afirmação: “foi na época de minha tese de doutorado, e escrevi nos intervalos, para espairecer”. Ainda que indiretamente... ponto para a Academia!

Merece também registro outra circunstância, igualmente importante entre os germes iniciais que fermentaram o texto deste livro: sua preocupação, como diretor geral do Sítio Roberto Burle Marx, com a lenta corrupção que a transmissão verbal vai produzindo na verdade biográfica. Houve que preparar os guias para que retransmitissem corretamente a história do célebre paisagista aos visitantes. Entretanto, ao ouvir um dos guias afirmar, convicto, a descendência de Burle Marx do outro Marx, o Karl (1), Roberio decidiu preservar a informação em meio mais seguro, as páginas de um livro.

A estes dois fatos primordiais, juntaram-se outros não menos importantes – que não cabem aqui citar – resultando na inusitada publicação da não menos insólita saga de Roberto Burle Marx, em forma de cordel, um cordel moderno, digital, é verdade, mas não menos atraente que as brochuras que circulam pelas feiras dos estados nordestinos, relatando atos e fatos com métricas e rimas que lhes emprestam sabor especial.

Inicialmente escrito para jovens (2), já no prólogo o leitor é informado que:

São dezenove concisos
capítulos de uma história
do que sei e imagino
sobre como foram feitos
centenas de paraísos
na Terra por um sujeito
que tinha esse objetivo
sonhado desde menino.

a que se segue uma alentada narrativa-análise que inclui não apenas os fatos que marcaram a vida, como a filosofia, conceitos (3), princípios, critérios e até frases de algibeira do paisagista, informações fáceis para o autor, que atuou junto a Burle Marx seja co-elaborando projetos de paisagismo, seja frequentando as reuniões, almoços e festas que aconteciam amiúde no Sítio. Estreitando bem mais este convívio, Roberio Dias participou ainda de inúmeras das notórias excursões de coleta de plantas, que Burle Marx realizou rotineiramente pelo interior do País.

O até agora dito, por si só, já torna o livro mais do que simples alvo de curiosidade: trata-se de testemunho abalizado e confiável, a reunir preciosa informação biográfica e artístico-conceitual daquele que é considerado um dos mais importantes paisagistas do século XX. Mas a singularidade da publicação não termina por aqui: o livro é copiosamente ilustrado com preciosos desenhos, também de autoria de Roberio Dias, que buscou a autenticidade das figuras habituais no cordel, porém reinterpretadas sob a forma de ilustrações primorosas, elaboradas com uma das ferramentas mais primitivas no reino da computação gráfica, o vetusto programa paintbrush, produzindo, com intenção, uma sorte de primitiva xilogravura digital que completa a idéia de uma realização com forte referência nas publicações populares do nordeste do Brasil.

notas

1
Tal descendência é impossível. Dos filhos homens de Karl Marx, o único que teve filhos era bastardo e não levava o sobrenome ilustre do pai. Entretanto, um parentesco mais distante, nunca taxativamente confirmado, pode existir: Wilhelm, pai do paisagista, nasceu em Trier, na Alemanha ocidental, a mesma cidade do filósofo e economista.

2
O texto acabou por revelar-se adequado a um público mais amplo, jovens de todas as idades, como é costume referir-se aos mais velhos...

3
Em particular, o autor discute os nebulosos conceitos de conservação de jardins tombados e de patrimônio cultural aplicado a áreas com história e tratamento paisagístico notáveis.

sobre o autor

José Tabacow é arquiteto paisagista, formado pela FAU UFRJ, especialista em Ecologia e Recursos Naturais pela UFES e Doutor em Geografia pela UFRJ. É professor das disciplinas de Paisagismo e Coordenador da Pós-graduação em paisagismo do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Unisul.

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resenha do livro

O jardim do menino

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O jardim do menino

A saga de Roberto Burle Marx

Roberio Dias

2011

122.02
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original: português

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122

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