Julio Abe Wakahara, Beatriz Mugayar Kühl e Centro Cultural Red Bull são os primeiros agraciados com novo prêmio.

O Departamento de Patrimônio Histórico – DPH da Prefeitura de São Paulo instituiu este ano o Prêmio Murilo Marx voltado para ações na área de patrimônio histórico. O prêmio nasce com três categorias – Memória, Valores e Práticas – cujos ganhadores da primeira edição são os seguintes:

Prêmio Murilo Marx / Memória: Arquiteto Julio Abe Wakahara

Prêmio Murilo Marx / Valores: Professora Beatriz Mugayar Kühl (FAU USP)

Prêmio Murilo Marx / Práticas: Projeto de recuperação e Centro Cultural Red Bull, escritório Triptyque [conheça o projeto, com fotos e desenhos, na revista Projetos]

Os prêmios serão entregues no dia 18 de dezembro, quinta-feira, às 17h, no auditório João Calvino, por ocasião da Semana do Patrimônio.

Sobre os premiados

Júlio Abe Wakahara, nascido em 1941, é mestre pós-graduado, arquiteto e urbanista, especializado em projetos museológicos e museográficos. Foi professor de comunicação visual na FAUUSP durante 12 anos. A partir da década de 1970, desenvolveu junto ao DPH o projeto “Museu de Rua”, que  consistia em exposições montadas em espaços públicos, difundindo a história e os costumes dos bairros paulistanos, mostrando o crescimento urbano da metrópole através de imagens antigas posicionadas nos mesmos lugares onde haviam sido originalmente tiradas. Estas exposições contribuíram para o registro da história de bairros e cidades.  Atuou  junto a grandes empresas, projetando e executando centros de memória empresarial, e também junto a prefeituras, criando museus em cidades do interior de São Paulo através da criação e coordenação de equipes multidisciplinares. Como exemplos podemos citar os  Museus das cidades de Sta. Bárbara e de Salto. Recentemente , participou da preparação para o DPH das exposições do Museu do Teatro Municipal e do Centro de Arqueologia do Sitio Morrinhos.

Beatriz Mugayar Kühl é mestre pós-graduada, arquiteta e urbanista, especialista em história da arquitetura e preservação. Atualmente é professora da Universidade de São Paulo, onde leciona desde 1998, atuando tanto na graduação quanto na pós-graduação. É ainda vice-diretora do Centro de Preservação Cultural da Universidade de São Paulo (CPC) e conselheira no Condephaat. Renomada estudiosa, possui diversos artigos e livros publicados no Brasil e no exterior. Atuou em escritórios de arquitetura, tanto nacionais quanto internacionais, de renomada categoria.

O projeto Red Bull Station, de autoria do escritório Triptyque, atribuiu novo uso à antiga Subestação Riachuelo da Light, edifício tombado construído em estilo eclético na década de 1920. Tal intervenção invoca, entre outros, três aspectos que achamos importante destacar. Primeiramente, a iniciativa de requalificar um edifício abandonado, atribuindo-lhe novamente um uso. Em segundo lugar, a escolha do uso cultural, representado por espaços de exposição e ateliês, residências artísticas, restaurante, e outros espaços de experimentação artística, o que efetivamente contribuiu para reinserir positivamente aquele edifício tombado num contexto urbano complexo (nas bordas do Terminal de ônibus da Praça da Bandeira e da Avenida 23 de Maio). Por fim, a sensibilidade do contemporâneo no projeto arquitetônico, no qual se obteve a correta integração entre elementos pré-existentes (a restauração arquitetônica do edifício) e elementos novos (inserção de estruturas de circulação, cobertura e infraestrutura predial).